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Simone Dupla

A HISTÓRIA LOCAL E SUAS IMPLICAÇÕES: CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGUMAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO NAS SÉRIES INICIAIS
Simone Aparecida Dupla
Doutoranda em História – UEM

Dando uma olhada em nossa sala de aula, seja de que etapa for, percebemos o crescente uso de tecnologias por nossos alunos. Imagens e informações estão disponíveis a um click, assim como formas de entretenimento que fazem dessas tecnologias instrumentos de recreação, onde jogos, brincadeiras, bate-papos, pequenos testes e desafios criam uma realidade alternativa e distanciam os expectadores das realidades concretas do nosso cotidiano.
Na sala de aula do fundamental I não é diferente, desde cedo, as crianças ganham celulares de última geração, tabletes, computadores e jogos diversos. Fechados no mundo da tecnologia e fascinados por ela distanciam-se cada vez mais da realidade e passam horas a fio dedicando-se a estes aparelhos. É claro que não fazem uso em sala de aula, mas em uma etapa onde se deve exercitar a oralidade é comum ouvir relatos onde os alunos dizem ficar parte do dia presos a tela de algum aparelho. Pensando em aliar essas tecnologias ao ensino de História, o presente texto apresenta um relato de experiência na elaboração de material para trabalhar a História Local na primeira etapa do fundamental I e uma reflexão acerca da temática.
As diretrizes curriculares municipais da cidade de Ponta Grossa preveem a abordagem da história do munícipio no fundamental I, assim sendo cabe ao professor regente trabalhar a História Local no primeiro ciclo e, sua continuação no segundo ciclo, com a História do Paraná e Brasil. Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394/96, no seu artigo 26, propõe que:

Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL,1996).

Sendo assim, a História Local e suas características deve fazer parte dos conteúdos abordados nessa etapa do ensino. Para Ricardo Oriá Fernandes, a História Local deve ser valorizada, pois se constitui como uma importante “possibilitadora da construção identidade do aluno como ser histórico e cidadão” (ORIÁ, 1995, p.44). O autor acredita que o ensino de História Local rompe com a visão tradicional que priorizava o estudo da chamada “História Geral da Civilização Brasileira” e buscava passar aos alunos a “ideia de um Brasil homogêneo, sem diferenças, conflitos e contradições sociais e um passado unívoco a ser ‘decorado’ e utilizado apenas em exames e arguições” (FERNANDES, 1995, p. 46). Para além da decoreba a História deve resgatar as peculiaridades e especificidades regionais, ela precisa dar conta da nossa pluralidade étnico-cultural que produziu nossa formação histórica (FERNANDES, 1995, p.46).
Já para Maria Auxiliadora Shmidth:
O trabalho com a História Local no ensino pode ser um instrumento idôneo para a construção de uma História mais plural, menos homogênea, que não silencie as especificidades. O local ou o regional, instituídos como objetos de estudo, podem ser contrastados com outros âmbitos e indicar a pluralidade em dois sentidos: na possibilidade de se ver mais de uma história ou mais de um eixo na própria história do lugar, ou na possibilidade de se ver outras histórias micro, partes, todas de alguma outra história que as englobe e, ao mesmo tempo, que reconheça suas particularidades (SCHIMIDT, 2003, p.233).

Além disso, o trabalho com a História Local no ensino de História “indica algumas possibilidades ou estratégias, como exploração de arquivos locais, do patrimônio, da estatuária, da toponímia e da imprensa local” (SHIMIDT, 2003, p. 233). Em termos regionais, temos um obstáculo em relação à aplicabilidade dos conteúdos, não é apenas a ausência de material próprio, mas também o fato de que raramente o professor regente tem formação em História, o que contribui para que a história ensinada ainda seja factual e extremamente ligada às datas comemorativas.
Nessa etapa de ensino, ao menos no munícipio em questão, o professor é polivalente, aplica gramática, matemática, ciências sociais (história, geografia, etc.) e ciências naturais, geralmente na urgência das duas primeiras, as chamadas Ciências Sociais ficam relegadas a último plano ou recebe um mínimo de atenção em relação às outras disciplinas. Ricardo Oriá Fernandes já havia apontado essa tendência na década de 1990 e isso permanece seguindo com pouca ou nenhuma alteração, segundo o autor:
No contexto da prática educacional brasileira, o ensino de História Local no 1º grau tem-se caracterizado por uma abordagem tradicional, descritiva, factualista, cronológica e pitoresca que, no mais das vezes não tem contribuído para a formação da consciência crítica do educando nem possibilitado o exercício de sua cidadania (ORIÁ, 1995, p.47).

Dessa forma, fazem-se necessários projetos que contribuam para o ensino de história nas Séries Iniciais, principalmente em relação à produção de materiais para essa etapa do ensino. Pensando essas questões e o uso das tecnologias aliadas a educação, o projeto “Conhecer para preservar nossa história” realizou um pequeno experimento em uma turma do 3º ano do 1º ciclo, tendo por tema a História Local, a qual foi abordada por meio de seus patrimônios históricos, o que propiciou também trabalhar as questões de preservação e memória.
Para tanto se buscou trabalhar de forma interdisciplinar como prevista nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), com uma perspectiva que possibilitasse uma interação maior com o conteúdo por parte dos alunos (BRASIL, 1997). Assim, buscou-se elaborar atividades dinâmicas, que prendessem a atenção dos educandos e contribuísse para seu conhecimento acerca da história do município. Para a abordagem foram selecionados onze patrimônios locais, a maioria de caráter arquitetônico referentes ao processo de urbanização da cidade e que permitiam a abordagem de diversos aspectos da sociedade.
Para falar sobre eles, foram criadas histórias em quadrinhos, primeiro para ensinar o que era patrimônio cultural, depois para apresentar o relato de fundação da cidade e seu desenvolvimento. Para as HQs utilizamos a ferramenta PIXTON, um aplicativo online por meio do qual é possível fazer e publicar tirinhas e HQs. Esse recurso permite mudanças de paisagens, personagens e movimentos destes, além da inserção de balões para diálogos e explicações. Como os quadrinhos são coloridos, optou-se por usar o Paint para retirada das cores, assim os alunos poderiam colorir a história enquanto aprendiam.
O recurso visual torna-se importante no contexto escolar, visto que como dissermos no início, vivemos constantemente bombardeados por imagens em nosso cotidiano. Além disso, o nosso universo mental e sensorial é concebido por meio de imagens (BELTING, 2007). Segundo Hans Belting:
vivemos com imagens e entendemos o mundo em imagens. Esta relação viva com a imagem se extende da mesma forma à produção de imagens que desvelamos no espaço social, que, podemos dizer, se vincula com as imagens mentais como uma resposta (BELTING, 2007, p.15).

O autor acredita ainda que só é possível “indagar acerca das imagens por caminhos interdisciplinares que não temem um horizonte intercultural” (BELTING, 2007, P.09). Assim, a aproximação entre História e Arte foi dotada para a análise das imagens, principalmente aquelas distantes de nós no tempo. Além disso, a imagem é um meio de comunicação, não apenas de expressão, traz uma mensagem relacionada ao contexto de sua fabricação, sua função ideológica (representação) ultrapassa sua temporalidade e liga-se de forma visceral a cultura de determinada sociedade e suas visões do mundo.
Dessa forma o uso de imagens no contexto escolar pode contribuir para a aprendizagem do educando e ampliar sua visão de mundo por meio de leituras e releituras orientadas pelo professor. Para o conhecimento acerca dos patrimônios, optou-se por fazer o desenho destes para preservar os detalhes. A cada patrimônio apresentado, os alunos eram questionados sobre seu conhecimento a respeito destes e de como eles se relacionavam ao seu cotidiano, já que os alunos também produzem História a partir das suas experiências de vida cotidiana (FERNANDES, 1995, p.46) levamos em conta a bagagem cultural do educando.
A maioria dos alunos conhecia a existência de alguns patrimônios devida sua função ainda permanecer a mesma, como o caso da Santa Casa de Misericórdia. Outros apenas sabiam sua localização, mas sem qualquer referência à História, como é o caso da Maria Fumaça, conhecida apenas porque fica em um parque infantil aonde eles vão aos finais de semana.
Por meio das imagens foi trabalhada a formação urbana, o surgimento do povoado, o Caminho das Tropas, as peculiaridades da vida concreta naquela temporalidade. Abordou-se como era o cotidiano da época dos tropeiros, o mito fundador, o crescimento da cidade e as mudanças ocorridas durante o processo de urbanização.
Além dos patrimônios as obras de alguns artistas que retrataram a cidade em momentos distintos também fizeram parte das aulas, entre eles: Oswaldo Lopes, Carlos Hübenthal, Jean Baptiste Debret, Paul Garfunkel e Hugo Calgan. Os alunos fizeram uma releitura de algumas obras, entre elas, a aquarela “Villa de la Ponta Grossa”, de Debret. O olhar sobre a paisagem permite que os alunos consigam perceber suas mudanças e permanências. Algumas cenas pintadas ainda fazem parte do cotidiano dos educandos, principalmente os que têm contato com a zona rural, onde o estilo arquitetônico das casas e o pinheiro do Paraná ainda habitam a paisagem.
As atividades foram reunidas em um pequeno livreto onde se apresentou os patrimônios com fotos antigas e atuais destes, além de um breve histórico de cada um. Neste foram colocadas atividades diversas sobre a temática, como pesquisa com os familiares acerca da histórica local, caça-palavra e uso do dicionário. Assim, o material confeccionado buscou contemplar a História Local sem esquecer-se dos instrumentos de aprendizagem que são caros ao professor alfabetizador.
A pesquisa realizada com os familiares trouxe diversas memórias acerca da história da cidade, as viagens na Maria Fumaça, às formas de sociabilidade, as lendas urbanas afloraram nas pequenas entrevistas com os pais e avós. Desses relatos foi possível abordar outros aspectos da História Local, voltados ao cotidiano e a memória familiar, como a passagem do monge João de Maria aproximando a história do cotidiano dos alunos para que percebessem que fazem parte dela.

Considerações finais
O ensino de história na atualidade passa por diversos desafios, em uma sociedade cada vez mais imediatista, em que o uso de tecnologias vem se ampliando constantemente e imagens e informações inundam os olhos e mentes a todo instante torna-se essencial repensar as formas de ensinar História.
Nesse pequeno experimento percebeu-se que a confecção de material para se trabalhar História Local, bem como a especialização ou formação dos profissionais na área se faz urgentes e necessárias se realmente queremos um ensino plural, que não se concentre apenas na história tradicional e memorialista dos grandes personagens e seus grandes feitos. Uma história que fale ao educando utilizando diversas linguagens e que se comprometa com a formação da identidade, da preservação da memória e contribua para cidadania deve partir do rés do chão, visto que a “abordagem tradicional e positivista do conhecimento histórico em sala de aula tem impedido que o aluno reflita sobre sua própria historicidade, ou seja, ele não se vê enquanto sujeito do conhecimento (ORIÁ, 1995, p. 48).
O material confeccionado foi enviado a Secretária de Educação para chamar a atenção para essa temática e a disciplina de História, mas não encontrou espaço para diálogo ou mesmo para formação de um grupo de estudos para elaboração de material específico. Mesmo na escola onde o foi aplicado ficou esquecido. Obviamente o material é apenas uma pequena demonstração de que é possível abordar a História Local de forma alternativa e dinâmica incentivando a confecção de material para a temática. O mesmo ganhou o prêmio de experiência pedagógica da Secretaria de Cultura, mas não produziu eco na de Educação, demonstrando que o caminho é longo e solitário para uma etapa de ensino em que os profissionais de formação são poucos.
Em relação ao aprendizado dos alunos percebeu-se mudanças significativas em relação à disciplina, à preservação da memória social e o sentido de pertencimento ao lugar atestando que a abordagem interdisciplinar contribui para a formação do educando e o uso de tecnologias são instrumentos importantes para no processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, procuramos nos distanciar da história factual e positivista que prevê apenas a memorização de datas e fatos e optarmos por uma abordagem que partisse da bagagem cultural do educando e o inserisse em um contexto maior, o da História Local e suas implicações.

Referências:
BELTING, Hans. Antropología de la imagen. Buenos Aires: Katz Editores, 2007.
BRASIL. Presidência da República. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: MEC, 1996.
BRASIL. SECRETARIA DA EDUCA- ÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/ SEF, 1997.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994.
FERNANDES, José Ricardo Oriá. Um lugar na escola para a história local. Ensino em Revista, v.4, n.1, p.43-51, jan.-dez. 1995.
NASCIMENTO, E. C. do. História, Patrimônio e Educação Escolar: diálogos e perspectivas. Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/fevereiro2012/historia_artigos/1nascimento_artigo.pdf . Consultado em: 13 de maio de 2015
FERNANDES, Ricardo Oriá. Educação patrimonial: conhecer para preservar. Disponível em: http://www.aprendebrasil.com.br.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. In: Estudos Históricos, 5 (10). Rio de Janeiro, 1992.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares: ensino fundamental. Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, 2015.
SCHMIDT, Mª Auxiliadora M. dos Santos. Cultura Histórica e Cultura Escolar: Diálogos a partir da Educação Histórica. História Revista: Goiânia, v.17, n.1, jan./jun., 2012, p. 91-104.
________. Londrina: História & Ensino, v.9, p.219-238, out.2003.
SILVA, Maria da Conceição. Educação Histórica: perspectivas para o ensino de História em Goiás. Saeculum Revista de História: 2011, n. 24, jan./jun., pp. 197-211.


17 comentários:

  1. LEANDRO MAYER
    Primeiramente parabéns pelo relato da atividade prática. Mostrastes que é possível sim realizar trabalhos diferenciados com os estudantes, principalmente incorporando recursos tecnológicos à sala de aula.
    Lendo seu texto, fiquei curioso:
    - A história local integra o currículo/grade de disciplinas da escola? Ou o trabalho desenvolvido no projeto foi realizado em outra disciplina?

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá Leandro, tudo bem? Sim, no caso de Ponta Grossa, história faz parte das nossas diretrizes. São poucas cidades, no país, que possuem diretrizes próprias, mas estão de acordo com currículo federal, inclusive com as discussões do BNCC há discussão dentro da SME sobre as mudanças possíveis, porém tais debates não alcançam o profissional que está em sala de aula.

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  2. De que maneira você distingue História Local e Regional? Em que medida essa distinção é necessária?

    Rosiane Marli Antonio Damazio

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    1. Olá Rosiane, tudo bem? No texto uso os termos como sinônimos. Claro que há discussões sobre essas relações de espacialidades, até porque não envolve apenas as demarcações geográficas e territoriais, mas essa discussão não é objeto desse relato, quem sabe um artigo futuro. att

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  3. Tive a impressão de que os História Local e História do município foram tratados como sinônimos. Você concorda como minha interpretação?

    Rosiane Marli Antonio Damazio

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  4. "Penso que o indivíduo que se encontra na condição de professor dos anos inciais tem sua própria bagagem histórica, constituída na vivência hodierna e, sobretudo, nos anos de escolarização da educação básica, já que a disciplina História o acompanhou desde seu ingresso nos anos iniciais até a conclusão do ensino médio. Nesse sentido, atribuir aos cursos de formação em Pedagogia toda responsabilidade por certos desafios e limitações que os professores se deparam ao ensinar História não parece justo" (excerto de minha tese em fase final - PPGE UDESC). O que você pensa, sobre isso, já que me parece falar de um lugar de ausência?

    Rosiane Marli Antonio Damazio

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. O que percebo, é que o professor/pedagogo deve ser polivalente,pelo menos é isso que se espera dele ao dar a esse profissional funções de outras disciplinas. Não se trata de "jogar" toda a responsabilidade sobre ele, mas é preciso que se perceba que não domina tal disciplina e portanto precisa de especialização na área. É importante colocar que História é ofício de historiador, assim como Geografia de geógrafo, e assim por diante, portanto acredito que tais disciplinas devam ser ministradas por profissionais da área, mas isso não ocorre, ao menos não do lugar de onde falo. Há muitos municípios que contratam profissionais para disciplinas específicas, o que não é o caso de minha cidade. Isso precisa ser pensado e modificado, assim como a produção de material para se trabalhar a história local, o que poderia auxiliar um profissional que não é da área. O que não pode ocorrer é que se releve erros no ensino com base em juízo de valores, quando seu excerto diz que "não parece justo" colocar tal responsabilidade no pedagog@ (em algumas localidades muitas vezes apenas nível médio já habilita a lecionar nas séries iniciais), ele também retira dele o comprometimento de que a história seja trabalhada de forma adequada, e daí a se reproduzir modelos arcaicos de ensino, com base em vivências anteriores ou das nossas bem conhecidas datas comemorativas é muito fácil, pois ao isentar o professor de sua responsabilidade permite-se que se reproduza os mesmos erros, os quais muitas vezes, estão presentes na bagagem histórica do professor, visto que este já transitou pelos mesmos bancos escolares de seus alunos e não passou por um processo de desconstrução dos modelos oficiais.

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  5. Belo texto, afinal devemos incutir em nossos alunos, desde o primeiro contato com o ambiente escolar, a presença da história do local onde vivem. Primeiro devemos conhecer a nossa história para daí nos 'aventurarmos' em contextos maiores. E essa é uma tarefa de todos, tanto nas séries iniciais, bem como nos outros níveis escolares, que muitas vezes são engolidos pela didática acerca de conteúdos cobrados em vestibulares, ENEM e demais provas como essas.

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    1. Realmente,precisamos pensar a História desde cedo, construir nossa memória coletiva, não aquela dos grandes homens e seus grandes feitos, mas aquela que posso ligar os indivíduos a sua comunidade e dar a ele uma identidade, um sentimento de pertencimento.Tenho batido ultimamente na questão das narrativas-mestras e penso isso já nas séries iniciais, é muito triste que nossos alunos do ensino médio não conheçam sua história, falo isso por conhecimento de causa, e penso que preciso ir além de nossas oficinas na universidade.

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  6. É extremamente válida a reflexão, na medida em que o homem é um ser social e está inserido num contexto histórico local, haja vista que às informações para a formação de sua consciência história, ultrapassa as questões familiares e atinge o espaço escolar, ambiente adequado para se pensar sobre si, sua história e o outro.

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  7. Parabéns pelo trabalho e como estudante de história e participante do pibid em um projeto de bairros, memória e patrimônio de minha cidade entendo a dificuldade em se trabalhar história local com os alunos. Acredito que um dos maiores entraves apresentados até o momento no meu projeto em particular é a falta de interesse dos alunos em querer saber sobre o próprio bairro onde residem. Sera que esta falta de interesse provem de uma cultura onde é ensinado a valorizarmos fatos que ocorreram nas cidades satélites e desvalorizar os fatos históricos ocorridos em nossa própria região?

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    1. Olá Valeria, tudo bem? O que percebo é uma dificuldade dos alunos em se reconhecerem como parte da História, muitas vezes aqueles fragmentos do passado, que tanto dizem a nós historiadores, não representam nada para eles, é de sua vivência que a história começa a criar sentido.Quando damos ênfase à história de personagens que tem o nome e ações lembrados em tudo, mas não trazemos daqueles anônimos, os que estão à margem da história oficial, isso gera desinteresse nos alunos, porque não se sentem parte dela. E de tanto ouvir que a história do "outro" é mais importante,acabam por rejeitar a sua. Seria interessante traçar um paralelo, mostrar que enquanto determinado evento ocorre nos grandes centros,como é o seu caso, outros eventos tão importantes quanto ocorrem na localidade. O Rüsen tem alguns textos bem interessantes sobre identidade que pode ajudar a pensar essa questão, assim como o Ricardo Oriá sobre história local.

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  8. Muito bom o texto, suscita várias ideias, inclusive seria interessante poder visualizar alguns dos trabalhos produzidos pelos alunos

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  9. Oi Fábio,te envio os trabalhos sim.

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