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Rogério Vial

MARX, POIS O BRASIL PRECISA DE PROFESSORES DE HISTÓRIA “ANTENADOS”
Mr. Rogério Vial
Unespar/FAFIUV

Olhando para a situação atual da educação no país, sem deixar de olhar mais carinhosamente para o Paraná, percebemos que a educação passou de um direito de todo o cidadão para um produto de mercado. Para os acadêmicos que estão dentro das Universidades e enfrentam um futuro nada promissor como professores de História, devemos alertar que o desânimo e a perspectiva sombria, não deve arrefecer a vontade de fazer que cada um tem. Pelo contrário, deve fortalecer cada vez mais a determinação e assim forjar uma consciência como classe laboral que luta pelo que entende ser importante. A própria História do Brasil nos aponte inúmeros exemplos de que nos momentos mais difíceis é que se constrói e se forja a consciência de qual papel exercemos na sociedade.
Um alemão chamado Karl Marx, ainda no século XIX, no Manifesto Comunista de 1848 e, depois, em diversas passagens de O Capital, de 1867, apontava que os momentos de crise eram, ao contrário do que diziam seus antecessores, não eram algo aleatório ao sistema econômico, mas sim inerentes ao capitalismo. Como um sopro de vida ao sistema e assim faziam parte da própria essência do sistema, pois era uma forma que o capitalismo encontrava para se “reciclar” e se fortalecer. Claro que fazer uma mera comparação entre crises econômicas do capitalismo, com os momentos de dificuldades que a educação pública no país passa é, até de certa forma, um ato anacrônico. No entanto, podemos utilizar essa comparação para entender momentos onde as perspectivas são totalmente contrárias ao desenvolvimento da educação pública, mas, certamente e com a perspicácia da classe envolvida e dos estudantes, devemos acreditar que existe algo de bom para se “re”construir.
Já outras passagens do pensador alemão, tão perseguido no presente, também indicam que a educação deve ser compreendida além de um simples “nicho de mercado”, para fazer parte de um projeto muito maior que dará a possibilidade dos cidadãos encontrarem a plenitude dentro da sociedade. Nas Teses contra Feuerbach, mais especificamente na terceira tese ele entende que são os homens que transformam as circunstâncias e, por isso, é necessário primeiro mudar os homens e sua consciência para só depois mudar as circunstâncias. Dessa forma compreendemos que a transformação do homem ocorre pela educação, pelo possibilidade de que o indivíduo consiga encontrar em si, ou dentro de si, a revolução que permita transformar o mundo ao seu redor.
Infelizmente, no Brasil, Marx ficou meio esquecido, pois o sistema atual é extremamente excludente e discriminatório, dando as classes dominantes a real possibilidade de manutenção do staus quo sobre o restante da população, a qual acaba por ter que se contentar com as migalhas oferecidas que na grande maioria vai prepará-los para ser mão de obra dominada.
O nosso papel neste momento ultrapassa o limite do comodismo. Na verdade nos obriga a pensar mais longe. Isso vai em direção à estabelecer um ideal para a educação. Uma educação moderna e voltada a atender as reais necessidades de mundo.         Contemplar e interpretar o mundo são duas coisas importantes, principalmente a segunda. No entanto devemos ir além dessa interpretação filosófica, e transformá-lo acaba por significar muito mais.
Para os professores de História, que se vêem podados com as reformas na educação propostas pelo atual governo, cabe também a própria transformação como professores. Entrar na sala de aula passa a ter uma importância ainda maior do que já teve, pois a tecnologia presente no dia a dia nos obriga a galgar grandes percursos a fim de conseguir atrair a atenção e possibilitar a construção cognitiva de conhecimento.
Sempre abordo temas relativos à disciplina de História do Paraná, a qual ministro na Unespar de União da Vitória. No entanto, buscando livros didáticos que são a base para professores do ensino fundamental e médio do Estado do Paraná, não encontro uma só página voltada a este item específico. Basicamente a história do Paraná, como território, como povo, como mercado, como mundo do trabalho, está diluída no contexto nacional unificador. E isso ocorre com várias outras regiões territoriais do país. Eixos como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, recebem recortes mais específicos, enquanto os livros didáticos utilizados no Paraná, praticamente não expõem nada sobre essa temática. A situação fica ainda mais complicada quando ao conversar com professores que atuam nas escolas, identificamos uma grande dificuldade em preparar aulas voltadas a história do Paraná. Dentre as maiores dificuldades pode-se encontrar a falta de materiais para uso diário.
Poderíamos dizer que o próprio professor deveria prepará-los, mas como? Com a redução da hora-atividade fica praticamente impossível fugir do livro didático. Pois uma hora aula de cinqüenta minutos, deve ser preparada em quinze, sem contar outras coisas inerentes a função de professor.
As dificuldades são enormes, mas não podem ser o limite do exercício de construção do conhecimento em sala de aula.
Assim, surgem algumas questões que precisam de respostas. Proponho que os meus leitores apontem iniciativas que possibilitem suprir essa carência. No entanto não posso deixar escapar a finalidade deste Simpósio, que conforme o próprio nome sugere, é “eletrônico”. Portanto, vou apontar duas possibilidades que vão ao encontro do que estamos procurando. A primeira, e a qual me parece ser muito necessária, é a construção de algum tipo de material gráfico (cartilha, livro, etc.) que der subsídios aos professores do ensino fundamental e médio, na produção de conhecimento. Isso poderia sem realizado através de iniciativas que integrassem acadêmicos e pesquisadores que abordem a temática. Isso poderia ser utilizado numa construção didática que favoreça o uso dentro da sala de aula, sem que o professor regente necessite adaptar o material para a idade ou para a turma em que ministra suas aulas. Até porque é injusto argumentar que não existe muitos trabalhos sobre história do Paraná. Encontramos grandes produções bibliográficas para diferentes momentos dentro da história paranaense. Podemos encontrar pesquisas que abordam deste a ocupação indígena, até produções de História do Tempo Presente. No entanto, são produções à nível de mestrado e doutorado, as quais não são didaticamente aplicadas ao nível fundamental e médio. Assim, poderíamos contemplar a produção específica de materiais de alcance didático à esses níveis de escolaridade.
Lucilia de Almeida Neves Delgado e Marieta de Moraes Ferreira, no artigo intitulado História do tempo presente e ensino de História, debatem as dificuldades encontradas para se delimitar esse tipo de pesquisa e como trabalhá-lo dentro da sala de aula. É importante ressaltar que o momento, apesar de desafiador, também nos remete cautela, pois a simples abordagem de temas do tempo presente, com o momento político nacional, cria uma fina linha divisória que expõe o professor a pressões externas ao contexto escolar que faz regredir aos assuntos “mais antigos”. Isso também força o professor a buscar se preparar conscientemente ao abordar assuntos do tempo presente. No entanto, devemos, sem medo, pensar nisso como algo desafiador e agregador, e não como algo que pode causar repressão. 
No entanto a produção gráfica desse tipo de material encontra outra dificuldade, o custo de produção. Distribuir livros, sem apoio governamental, é praticamente impossível. Agencias financiadoras são escassas e muitas vezes se prioriza outros modelos de publicações. Uma alternativa para essa dificuldade é a divulgação eletrônica desse material. A criação de um sitio eletrônico o qual serviria de biblioteca virtual ao professor seria, e deve ser, a solução mais econômica. Inicialmente, a maior dificuldade seria a produção e a centralização desse material, que também necessita de financiamento. Mas isso é um desafio a mais.
Outro material que deve ser produzido e explorado em sala de aula, são as produções visuais. O custo é maior do que a produção gráfica, no entanto o uso em sala de aula cativa mais o aluno e possibilita uma “visão da história” em que o aluno pode se reconhecer pelas imagens.
Nas experiências que tive como professor no ensino fundamental e médio, em que trabalhei com a reprodução de imagens e vídeos sobre qualquer momento da história, criou nos alunos uma compreensão historiográfica melhor. A produção deste tipo de material facilitaria ao professor a abordagem do assunto.
Um momento que me recordo bem, o qual surtiu efeito muito positivo, foi quando em determinado momento trabalhei a ocupação das margens do Rio Iguaçu, e levei para a sala de aula um determinado vídeo produzido sobre como era realizada a navegação pelo rio. Muitos alunos se encontraram dentro da produção e apontavam os locais do rio como locais de vida comum entre eles. Nas atividades posteriores, ficou perceptível a consciência destes com a construção da história da região.
Porém, voltamos novamente a um ponto importante: o financiamento da produção deste tipo de material. Parece difícil, e é, mas como já mencionado acima, é mais um desafio.
Por fim, deixo algumas questões que gostaria que servissem de base para nosso debate. Quais outros modelos e alternativas para que o ensino de história seja atrativo na sala de aula. Como produzir materiais que contemplem didaticamente as temáticas historiográficas sem que isso esteja estreitamente ligado a algum tipo de financiamento pelo Estado? Podemos crer que, apesar do mercantilismo envolto a educação no país, existem rumos que se pode trilhar em direção a um ideal de educação que seja libertador e socialmente justo? Se existe, quais seriam?
Também solicito que contribuam com outras abordagens que podemos entender como importantes para a sala de aula.

Referências:
DELGADO, Lucilia de Almeida Neves;      FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente e ensino de História. História Hoje, volume 2, n° 4, 2013. Disponível em https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/issue/view/RHHJ%2C%20v.%202%2C%20n.%204Acesso 23/02/2017.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. 3ª edição, São Paulo, Global, 1988.
MARX, Karl. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988.
MARX, Karl. Teses contra Feurbach. In: MARX. Os pensadores. São Paulo: Abril, 1978.


32 comentários:

  1. 2: como você bem disse o meio impresso é complicado, pois envolve muito dinheiro. Você sugeriu, no fim, que pensássemos num meio eletrônico. É uma boa sugestão. E se fosse formada uma equipe de historiadores afins que tivessem interesse de produzir esse material? Tipo, não poderia ser feito um blog gratuito e nesse blog postar os textos didáticos? Cada professor ficaria responsável por determinados temas. Desse modo, poderíamos ter uma bibliografia histórica que seja mais do ponto de vista marxista.
    Por experiência própria, eu tenho um blog. Lá, eu escrevo textos de apoio para meus alunos. Textos e abordagens que eles jamais vão encontrar em livros controlados pelo Governo. Se sozinho isso já dá certo, imagine em grupo?
    Everton Aparecido Moreira de Souza

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    1. Professor Rogério. Olá Everton. acho que um blog ajudaria, sugiro até que vc coloque o endereço do teu blog pra compartilharmos. Mas entendo que não apenas textos ligados ao Materialismo Histórico, mas todos que façam que o individuo se encontre e se veja como alguém que faz sua própria história.

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  2. A problemática que levanta é de suma importância para pensarmos a formação deste sujeito, principalmente quando falamos das condições em que o governo do Paraná trata a educação, sem esquecer da Lei da Mordaça, e o material didático e/ou discurso "anti-marxista" (que ao meu ver devem ser rompidos, e o conhecimento histórico é o melhor caminho). Quanto a questão da produção de material específico para o ensino de história: E porque não, o facebook como instrumento de construção e conhecimento histórico? A criação de paginas especificas para a troca de conhecimento? O facebook é utilizado por diferentes gerações de indivíduos, que poderiam interagir com o conhecimento histórico, principalmente da história do lugar (fotografias, documentos, depoimentos orais, textos etc.) e assim disseminar textos em formato critico. Não basta só conhecer a história, não devemos produzir conhecimento sobre/a partir dela?

    Carla Cattelan

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    1. Professor Rogério. Exatamente Carla. O Facebook deve também ser usado como uma ferramenta de produção de conhecimento. Eu mesmo utilizo para distribuição de textos aos alunos, pois fica a pergunta "quem não tem perfil no Facebook?". Devemos "espraiar" o conhecimento produzido, e a partir disso as questões são relativamente difíceis quando não nos preparamos. Abraço

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  3. Olá, Prof. Rogério

    Como bem dito, o professor fica em uma situação complicada quanto a elaboração de materiais, tanto pela parte financeira, quanto pelo tempo. Porém, objetos de estudo acadêmico não podem ser utilizados em sala de aula? Por exemplo a imprensa, o estudo deste objeto contribui para o aprimoramento crítico e interpretativo do aluno. Jornais regionais podem ser usados para abordar permanências e mudanças de determinado local. Além disso, podem ser comparados jornais paranaenses com jornais de outros estados para que assim os alunos percebam diferenças nas atividades econômicas, na cultura, etc. Por fim, esse objeto é interessante por sua disponibilidade, pois é fácil de ser encontrado, até mesmo gratuitamente na internet.

    Pedro Ernesto Miranda Rampazo

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    1. Professor Rogério. Pois é Pedro, o problema é que os textos produzidos a partir do estudo desses objetos, são construídos numa linguagem que dificulta a compreensão dos alunos (fundamental e médio), mas é um caminho a ser construído. Abraço.

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  6. Professor Rogério.

    Meu nome é Carlos Mizael. Sou professor de História do Pré Enem Comunitário de Barra Mansa. Se Marx foi esquecido, imagine então Proudhon, Bakunin, e quaisquer outros intelectuais anarquistas que defendem a liberdade tanto individual quanto coletiva acima de tudo? Talvez uma historiografia didática marxista faça sentido apenas para quem reivindique de certa forma o Estado, buscando uma maneira de sobreviver a um modelo educacional que está cada vez mais esmagando a nossa categoria. Até que ponto retomar a Marx não nos faz pensar também que devemos fazer os(as) estudantes se enxergarem apenas como classes, ao invés de se enxergarem como indivíduos? Pessoas que possuem sonhos, angústias, comportamentos, e que, tudo isso, É um processo datado, e que não é uma concepção de classe quem vai determinar todos esses processos.

    Carlos Mizael dos Santos Silva

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    1. Carlos, entendo que esse seu apontamento é muito pertinente. Mas ainda coloco outra questão. Se o individuo não se reconhece como classe, como ele vai se reconhecer como individuo, ou vice e versa? Entendo que reconhecer sua condição e se entender como parte de um conjunto, fará ele crescer como individuo. Sou daqueles que entendem que quando as coisas estão andando de maneira errada, devemos voltar a ler esses autores "mais antigos", pois o cerne da madeira está cada vez mais ao centro da árvore. Abraço.

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    2. Discordo um pouco, mas entendo que seja comum essa divergência. Outro abraço.

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    3. Só pra lembrar que Bakunin era contemporâneo à Marx. Já que você falou de "voltar a ler esses autores ´mais antigos`". E além do mais, penso que a coletividade pode ser pensada sem consciência de classe. Basta pensarmos nos desertores e afins, por exemplo.

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  7. Thiago Rodrigues Martins3 de abril de 2017 às 22:11

    Olá Mr. Rogério,
    na passagem a seguir, em que você fala: "Para os professores de História, que se vêem podados com as reformas na educação propostas pelo atual governo, cabe também a própria transformação como professores. Entrar na sala de aula passa a ter uma importância ainda maior do que já teve, pois a tecnologia presente no dia a dia nos obriga a galgar grandes percursos a fim de conseguir atrair a atenção e possibilitar a construção cognitiva de conhecimento." existe algum exemplo prático da implementação da tecnologia para a abordagem em questão?

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    1. Professor Rogério. Existem muitos exemplos Thiago. No entanto não são distribuídos, ou não chegam a grande maioria dos professores em sala de aula. O desafio é fazer com que esses exemplos de fato possam ser usados em outros locais. Abraço.

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  8. Prezado Prof. Rogério Vial,

    Nesses tempos sombrios e em que lutar pela liberdade também pode nos causar sofrimento, a leitura de seu texto é um bálsamo na nossa luta diária por um país justo e realmente democrático.

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    1. Só não podemos nos desanimar José Humberto. Abraços do Professor Rogério.

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  9. Olá, professor.
    Muito bom seu texto! Também sou graduado em História pela Unespar e diante de tempos tão obscuros para o ensino de História, o seu trabalho é um fôlego a mais.
    Para o senhor, enquanto professor universitário, o que essas novas reformas e projetos de lei tão execráveis podem interferir nos cursos de licenciatura e História? Quais as suas perspectivas?
    Obrigado!
    Att, Pedro Henrique Caires de Almeida

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    1. Pedro Henrique, devo admitir que não sou a favor de manter o modelo educacional que está imposto até agora, mas uma reformulação tem que ser para melhor, e no momento não tenho visto perspectivas de melhora com essas propostas. No caso da disciplina de História, entendo que esse processo está sendo catastrófico. Abraço do Professor Rogério.

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  10. Olá Prof. Rogério!
    Muito obrigado por compartilhar suas reflexões.
    A busca por alternativas viáveis, tanto do ponto de vista estratégico quanto epistêmico, para a qualificação das aulas e a contribuição para uma sólida formação dos alunos como cidadãos críticos de fato deve ser objeto de permanente reflexão. No entanto, me preocupa o discurso que coloca na pessoa do professor e da professora uma espécie de 'carga heroica', os quais lutariam cotidiana e permanentemente contra as agruras do árido solo do sistema educacional. Certamente que tais estratégias e tal luta deve ser empreendida. Contudo, é preciso considerar sempre que a docência não se trata de dom, mas de prática, de formação e de condições materiais para o seu exercício. E o atual momento em que o país passa, de explícito cerceamento a liberdade de uma docência crítica, é extremamente problemático em tal sentido. Qual a sua percepção acerca dos movimentos e estratégias de 'contra-reforma' e de resistência de alunos, professores e comunidade escolar em geral frente aos retrocessos impostos por um latente conservadorismo retrógrado (tais como o Movimento Escola Sem Partido)? E como estas estratégias poderiam estar refletidas no conteúdo a ser trabalhado em sala de aula (e aí entramos novamente na questão do cerceamento da liberdade de docência)?
    Desde já fico grato pela atenção.

    Muito cordialmente,
    Josiel dos Santos

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    1. Josiel, sua colocação é muito pertinente. Também entendo que não somos heróis, mas travamos lutas quase heroicas se de fato gostamos da profissão. Muitos professores não tem este entendimento, e refletem o descaso que os governos tem pela educação. Porém, levantes como os que você citou são mais catastróficos, pois a tendência é de que o ser humano apenas se limite a trabalhar e não pense, e qualquer individuo (professor ou não) que vá na contramão dessa proposta é inimigo e deve ser cerceado. Triste realidade. Abraço do Professor Rogério.

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  11. Professor, parabéns pelo texto. Levanto uma questão, em tempos de bipolarização político-partidária e de tensões ideológicas conflitantes e antagônicas, como os professores de história devem lidar com equívocos, preconceitos, fascismos que posam como "opinião" em salas de aula, que se problematizados, na bipolarização reinante, ganham contornos de "doutrinação marxista" ofensiva ao que é posto como direito ao "pensamento livre" dos estudantes? Levanto essa questão no contexto do famigerado projeto "escola sem partido".

    Dhiogo Rezende Gomes

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    1. Dhiogo, entendo que nesses casos o professor tem que fomentar o debate. É preciso reconhecer que não somos parciais, independente do campo ideológico que pertencemos, mas devemos propor o debate e mediar as tensões que se apresentem. Debater, teorizar, historicizar, tudo isso produz conhecimento. Abraços Prof. Rogério.

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  12. Professor Rogério será que o senhor poderia apontar como estabelecer uma forma de militância continua dentro da escola?

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    1. Amigo, entendo que aesse não é o principal papel do professor (talvez não seja nem papel segundário). Precisamos historicizar e debater, isso vai produzir conhecimento. Abraço. Prof. Rogério

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  13. Prof: Rogério; tendo em vista que a Educação tem tornado-se um depósito de pessoas onde o ultimo objetivo não é orientar o indivíduo no tempo e no espaço(um dos objetivos das aulas de história), como o professor vê a reformulação do ensino médio!
    Reinaldo Glusczka

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    1. Reinaldo, não concordo com o atual modelo de educação, mas me parece que essa reformulação é um passo atrás, sem perspectiva de dar dois para frente (Parafraseando Lênin). Devemos fazer mudanças, mas que faça o individuo crescer, com investimento alto em estrutura e em formação de professores. Depois disso a valorização do profissional de educação virá como consequência. Mas sem condições de dar aula, não tem reforma que dê certo. Abraço do Professor Rogério.

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  14. Drielle Bittencourt7 de abril de 2017 às 05:14

    Muito boa a sua abordagem, na conjuntura que estamos vivendo é muito bom ler textos como o seu. Em relação a falta de materiais sobre a história do Paraná, o mesmo acontece aqui no Maranhão. Os materiais aqui utilizados tratam majoritariamente da história do eixo sul-sudeste, não tendo nenhuma abordagem sobre a história do Maranhão. Tendo em vista esse problema, o Programa de Pós-Graduação em História Ensino e Narrativas da Universidade Estadual do Maranhão, ao qual faço parte, tem as propostas dos alunos, em sua maioria, de materiais paradidáticos ou manuais para professores que posso começar a suprir essa necessidade. Falando especificamente da minha proposta, estou adaptando uma pesquisa acadêmica para construir um material paradidático para alunos do ensino básico, sobre os os processos eleitorais durante a ditadura empresarial-militar no Maranhão. Sabemos que há um grande hiato entre o que produzido academicamente e o que é ensinado em sala de aula, a minimização dessa distancia é um caminho pertinente para suprir a falta de materiais sobre a história local. Diante dessa minha apresentação, você acha pertinente a minha colocação? Drielle Souza Bittencourt

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    1. Drielle, primeiro quero dizer que adoro o Maranhão, quem sabe um dia vou morar pra lá.Segundo, entendo sua proposta muito interessante, as dificuldades em adaptar os resultados das pesquisa para a sala de aula é muito grande. Sem contar que muitos professores tem uma carga horária muito pesada e não conseguem conciliar tudo e organizar algo que chame a atenção dos alunos. Se você está fazendo esse trabalho, parabéns. São iniciativas/pesquisa/trabalhos assim que precisamos. Abraço. Prof. Rogério.

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  15. Olá Professor!
    Eu trabalho com meus alunos a História Presente, fazemos uso da História oral e arquivos da escola e comunidade. Assim conhecemos a Historia Local e os alunos se veem como sujeitos históricos. Publicamos esses trabalhos durante os bimestre em jornal da escola e distribuímos a comunidade local.

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    1. Andréia, esse tipo de iniciativa faz toda a diferença. Parabéns. Abraço do Professor Rogério.

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  16. Andréia, esse tipo de iniciativa faz toda a diferença. Parabéns. Abraço do Professor Rogério.

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