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Rodrigo Otávio

A MÚSICA E O PROFESSOR PESQUISADOR

Prof. Rodrigo Otávio dos Santos
UNINTER

Uma das fontes mais interessantes que pode ser utilizada pelo pesquisador histórico é a música. Extremamente conectada com o mundo à sua volta, as canções podem ser extremamente úteis para percebermos determinado período histórico. Quando pensamos na música, não conseguimos dissociá-la das suas condições de produção. Pensemos em uma peça de Mozart ou Beethoven. Estes dois artistas representam muito bem o período do século XVIII, e suas composições encontram eco até as canções dos artistas pop do século XXI. Quando escutamos uma sinfonia de um deles, imediatamente somos transportados para o período. O que, naturalmente, não passa de mera especulação promovida pelo imaginário cultural. Mesmo assim, estes dois homens modificaram a forma como as pessoas ouviam - e ouvem - música.
Mas estudar historicamente a música pode ser menos fácil do que parece. Isso porque é necessário algum conhecimento de música, deve-se ser versado na linguagem musical, o que compreende saber ler partitura, conhecer ritmos, notas e silêncios. por conta disso, a maior parte dos historiadores acaba optando por estudar canções ou apenas as letras das canções. Note que o termo canção refere-se à música acompanhada de uma letra cantada e normalmente está associada ao cancioneiro popular.
Neste ponto de vista, talvez o primeiro historiador a estudar meticulosamente a canção brasileira foi José Ramos Tinhorão, que catalogou diversas canções, artistas e movimentos musicais. O problema, porém, é que Tinhorão tem uma verve polêmica, e faz seu trabalho mais preocupado em analisar as obras com um viés de crítico musical do que como historiador. Napolitano (2011) chega a dizer que Tinhorão tece muitas considerações de cunho ideológico, e por vezes desvinculados do material artístico. Além disso, o escritor coloca muitas canções e artistas (e até mesmo as fases de alguns artistas) como se fossem a mesma coisa, ou seja: samba, ou bossa-nova, e esquece que estes movimentos tinham muitas diferenças internas, tensões entre seus participantes e também entre a sociedade.
De qualquer forma, caminho trilhado por ele pode ser seguido por outros pesquisadores. A ideia aqui é que se utilize das letras das canções para compreender o contexto histórico, e usa-las como fontes para tentar enxergar melhor o passado. Neste caso, há duas formas de se estudar: uma delas é a análise da letra em relação às demais letras do artista ou em relação às letras das pessoas do mesmo movimento. Além disso, pode-se analisar as letras a partir de sua métrica, ou sua simbologia ou ainda suas metáforas. Neste caso, normalmente este é um estudo dos pesquisadores da área de Letras. Na área de História, podemos analisar movimentos musicais, como a bossa-nova nos anos 1960 no Brasil, o rock contracultural norte-americano da década de 1970 ou mesmo o movimento do rock nacional no Brasil na década de 1980. A influência de uma banda como os Beatles, que, em conjunto com uma série de bandas, artistas e pensadores, acabaram por mudar todo o comportamento jovem da geração entre 1960/1970. A banda de Liverpool era o expoente máximo do movimento que acabou por transformar a relação entre jovens e seus pais, entre professores e alunos. E também foi a banda que ajudou a proporcionar as mudanças ocorridas a partir de 1968, onde o expoente máximo foi o festival de Woodstock, não por acaso, um festival de música. Merheb (2012) lembra que o festival de Woodstock é um evento interessante para se pesquisar pois apesar de ser atualmente visto como um bastião da contracultura, e um festival onde as pessoas em uníssono bradavam contra o dinheiro e o capitalismo, em sua gênese era um produto para gerar capital. Seus produtores, Artie Kornfeld, Michael Lang, John Roberts e Joel Rosenman visavam fizer um festival de música para arrecadar dinheiro. Não que o ideal hippie de paz e amor não estivesse ali presente, mas o dinheiro foi a primeira mola propulsora. O movimento cultural do rock talvez tenha tido seu ápice naqueles dias entre 15 e 18 de agosto de 1969, já que trinta e duas grandes estrelas do estilo musical se apresentaram para uma multidão de aproximadamente 400 mil pessoas. É inegável o impacto cultural que este evento teve na sociedade ocidental. Ainda que tenha sido feito um ano antes, ele praticamente inaugura os anos 1970, a cultura hippie e dissemina como poucos a contracultura. Assim, o pesquisador pode procurar elementos da sociedade contemporânea quando estuda um evento deste porte.
Para não ficarmos apenas no rock, basta avaliarmos o impacto da bossa-nova no Brasil, ou do tropicalismo. Nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes e Tom Zé modificaram a cultura brasileira nos anos da ditadura. Eles insurgiam-se contra o sistema, criavam letras de canções que desafiavam os censores, viviam à margem do sistema ao mesmo tempo que eram bem-sucedidos em suas vendagens. Vários deles foram exilados, tendo que amargar alguns anos vivendo longe do país que tentavam melhorar. Investigar o regime militar por meio das canções de protesto é altamente válido e gera frutos mais do que interessantes, como o trabalho de Napolitano (2001 p.37), que afirma que a sigla MPB se tornou “sinônimo de música comprometida com a realidade brasileira, crítica ao regime militar e de alta qualidade estética”. O autor deixa clara a influência da política na música e vice-versa. Não fosse o regime militar, certamente a MPB seria muito, muito diferente. Por outro lado, não fosse a MPB e sua coragem, provavelmente o regime militar não seria da forma como foi.
O contraponto da MPB, porém, não era exatamente o rock, já que este era ainda pouco difundido no Brasil na década de 1960/70 (apesar do esforço da Jovem Guarda). Araújo (2013) diz que os verdadeiros contrapositores do regime não seriam os músicos da MPB, haja vista que estes falavam para as elites, ou seja, uma minoria intelectualizada que vivia no país. Para o autor, quem realmente se opunha ao sistema e atingia as massas era a música “brega”, ou “cafona”. Nomes como Odair José, Nelson Ned e Waldick Soriano seriam tão ou mais influentes que Veloso e Buarque. Isto porque canções como O Divórcio de Luiz Ayrão falavam abertamente contra o regime e eram muito mais populares do que as canções da MPB. Além disso, os músicos da música cafona não tinham o dinheiro ou a influência dos seus colegas da MPB. Araújo (2013 p. 187) diz que
Em um país marcado pela desigualdade social, carência na educação e falta de oportunidades iguais para todos, a carreira musical, como também a do futebol, torna-se um dos poucos meios de ascensão social para uma legião de jovens oriundos dos baixos estratos da população. E isto se reflete no discurso e no compromisso comercial dos artistas “cafonas”. (...) Já o discurso dos cantores da MPB é diferente. Filhos da classe média, a maioria de formação universitária, eles procuram enfatizar que estão na música por idealismo e vocação artística, não por sucesso ou riqueza.
Com isso, percebe-se a forma como podemos estudar os movimentos musicais dentro ou fora do nosso país. Como expressão de um país, de um momento ou de uma comunidade, a música tem o poder de sintetizar algumas características muito caras aos historiadores, e, portanto, tornam-se movimentos interessantíssimos de serem estudados.
Mas podemos – também com as canções – estudarmos suas letras, a forma como as palavras do letrista/cantor refletem e refratam o cotidiano de quando foram produzidas. E também pode servir para compreender certas reapropriações de canções compostas para um momento histórico sendo resgatado em outro. Vejamos o caso do rock brasileiro na década de 1980, durante a transição do governo ditatorial para o democrático. No período de 1980, por exemplo, Antônio Delfim Netto assumiu a pasta da Fazenda, e Fishlow (1988) lembra que o ministro prometeu uma reedição do milagre econômico, com uma abordagem centrada na oferta que tornaria desnecessária a contenção da demanda. Isso indicava aos demais ministros que eles poderiam gastar, porém, em setembro de 1979 foram introduzidos rígidos controles que provocaram um declínio acentuado das taxas de juros nominais. Fazendo com que uma parcela da sociedade não acreditasse no milagre. A banda baiana Camisa de Vênus criticou a postura do governo com as frases irônicas como Eu acredito na escada pro sucesso / Eu acredito na ordem e no progresso (...) Eu acredito no milagre que não vem / Eu acredito nos homens de bem na canção O Adventista, lançada no primeiro álbum da banda, em 1983 mas possivelmente composta por volta de 1980. Outra canção muito interessante é a de Léo Jaime, talvez uma das canções mais audaciosas do período. Solange é uma versão da canção So lonely da banda inglesa The Police, Jaime faz duras críticas à censora oficial da ditadura militar, Dona Solange Hernandes. Algumas das frases da canção são: Eu tinha tanto pra dizer / Metade eu tive que esquecer / E quando eu tento escrever / Seu nome vem me interromper. Outra canção muito combativa contra a censura (em um momento em que já podia ser gravada uma canção como esta) foi Proteção, da banda brasiliense Plebe Rude. Neste caso, o que estava acontecendo no país era a tentativa de votar as “Diretas Já”. Com a aproximação da votação, o governo Figueiredo teve receio que os líderes das Diretas coagissem os legisladores por meio de maciças manifestações. Com esse pretexto, impôs Estado de Emergência na cidade de Brasília. Em resposta, os dirigentes da campanha pró-diretas convocaram o público para se dirigir ao Congresso e ficar buzinando com seus carros em volta do edifício. Neste momento aparece a figura do General Newton Cruz, que tentou conter o “buzinaço” no dia da votação colocando a cavalaria nas ruas. Como as pessoas não paravam de buzinar, o general, na frente das câmeras, passou a chicotear os carros de cima de seu cavalo. Skidmore (1988) diz que Cruz foi uma “dádiva” para a oposição, já que a mídia flagrava um militar extremista que era, ao mesmo tempo, impotente e ridículo. Seabra (apudCARVALHO, 2011) informa que a canção Proteçãoda banda Plebe Rude foi feita neste exato momento. Na letra, a banda diz: A PM na rua, a guarda nacional / nosso medo suas armas, a coisa não tá mal / a instituição está aí para a nossa proteção / Para a sua proteção / Tanques lá fora, exército de plantão / apontados aqui pro interior / e tudo isso para sua proteção / pro governo poder se impor / (...) / Tropas de choque, PM's armados / mantêm o povo no seu lugar / Mas logo é preso, ideologias marcadas / se alguém quiser se rebelar / (...) / Armas polidas, os canos se esquentam / esperando a sua função / exército brabo e o governo lamenta / que o povo aprendeu a dizer não / Até quando o Brasil vai poder suportar? / Código penal não deixa o povo rebelar / Autarquia baseada em armas não dá.
Como o pesquisador pode perceber, o uso das letras das músicas pode e deve ser estudada pelos historiadores porque elas revelam uma faceta importantíssima do período estudado, que é o binômio produção/consumo. A partir dele, toda a Indústria Cultural se forja e, se há pessoas consumindo, com certeza o fazem porque encontram eco na sociedade e percebem uma “verdade”. É só percebemos a veracidade da canção A Novidade, da banda carioca Paralamas do Sucesso em parceria com Gilberto Gil, em um caso de junção de duas escolas (MPB e rock) e de duas gerações (anos 70 e anos 80). A letra é uma verdadeira crônica da disparidade social existente no Brasil e diz em seus versos A novidade veio dar a praia / Na qualidade rara de sereia / (...) / A novidade era o máximo / Um paradoxo estendido na areia / Alguns a desejar seus beijos de deusa / Outros a desejar seu rabo pra ceia / O mundo tão desigual / Tudo é tão desigual / De um lado esse carnaval / De outro a fome total / (...)/ A novidade era a guerra / Entre o feliz poeta e o esfomeado / Estraçalhando uma sereia bonita / Despedaçando o sonho pra cada lado / Ô Mundo tão desigual...
Para além disso, temos canções que além de representar uma época ou uma geração, mostram uma cena específica, um momento singular da História, como no final de 1980 e também no começo de 1981 quando o país foi sacudido por uma série de incidentes violentos. Escorel (1993) lembra dos incidentes envolvendo as bancas de jornal, onde os jornaleiros recebiam bilhetes ordenando que parassem de vender publicações esquerdistas. Alguns se recusaram e tiveram suas bancas destruídas por explosões durante a noite, fato que levou Renato Russo a escrever as frases não boto bomba em banca de jornal nem em colégio de criança / isso eu não faço não, presente na canção Faroeste Caboclo, do disco Que país é este? da Legião Urbana. Com o prejuízo causado pela explosão e consequente perda completa do estoque, várias destas bancas desapareceram. Ou ainda a famosíssima canção de Aldir Blanc e João Bosco que ficou famosa na voz de Elis Regina e que bradava a volta dos exilados políticos, que pregava a anistia ampla, geral e irrestrita. A canção dizia Meu Brasil! / Que sonha com a volta do irmão do Henfil / Com tanta gente que partiu / Num rabo de foguete / Chora / A nossa Pátria mãe gentil / Choram Marias e Clarisses / No solo do Brasil. Lembrando que o irmão do Henfil é o sociólogo Betinho que, segundo Moraes (1997), estava exilado do país e morando no Uruguai.
O uso de personagens históricas em canções também é de certa forma comum, como no caso da canção Al Capone, que em suas frases conta a forma como o gângster de mesmo nome, talvez o mais importante – pelo menos o mais folclórico – criminoso dos EUA na época da Lei Seca foi pego pela polícia. A canção diz Hei, Al Capone, vê se te emenda / Já sabem do teu furo, nego / No imposto de renda / Hei, Al Capone, vê se te orienta / Assim desta maneira, nego / Chicago não aguenta. Além disso, valendo-se de um humor debochado, Seixas e Paulo Coelho também mostram os destinos de Julio César e Lampião, com as frases Hei, Julio César, vê se não vai ao senado / Já sabem do teu plano para controlar o Estado / Hei, Lampião, dá no pé, desapareça / Pois eles vão à feira exibir tua cabeça. Ou também a canção da banda paulista Ira!, intitulada Rubro Zorro, anunciada como um “faroeste do terceiro mundo”. A música lembra muito as trilhas sonoras de westerns norte-americanos ou italianos, tal qual os filmes de Sérgio Leoni ou John Ford. A letra gira em torno da história do também folclórico Bandido da Luz Vermelha, caso policial famoso que acabou por virar filme dirigido por Rogério Sganzerla.
O interessante é que o investigador histórico perceba a canção – e sua letra – e a compare com outros documentos históricos. Além disso, é muito interessante comparar uma música com outra do mesmo período, para articular as informações e também a canção com canções de períodos prévios e seguintes, dando um escopo ainda maior na elaboração de sua argumentação histórica. A forma como esta música chegava às pessoas é outra questão muito importante a se ponderar. Ela chegava por meio de CDs? Discos de vinil? Apenas pelo rádio? A fruição da obra depende também do meio pelo qual ela era encontrada pelos ouvintes. Napolitano (2002) diz que mapear as “escutas”, ou seja, a forma de ouvir a canção é de extrema valia para se compreender o período histórico.

Referências bibliográficas
ARAÚJO, Paulo Cesar de. Eu não sou cachorro, não. Rio de Janeiro: Record, 2013.
FISHLOW, Albert. Uma história de dois presidentes: a economia política da gestão da crise. in: STEPAN, Alfred (org).Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro, Paz e Terra: 1988.
MERHEB, Rodrigo. O som da revolução. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2012.
MORAES, Dênis de. O Rebelde do Traço: a vida de Henfil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997
NAPOLITANO, Marcos. Cultura Brasileira - Utopia e massificação 1950/80. São Paulo: Contexto, 2001.
NAPOLITANO, Marcos. História & Música. História cultural da música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002
NAPOLITANO, Marcos. A História depois do papel. In: PINSKY, Carla Bassanezi. Fontes Históricas . São Paulo: contexto, 2011.
ROCK BRASÍLIA: ERA DE OURO. Direção: Vladimir Carvalho. Produção: Ligocki-z entretenimento e Vertovisão. Brasil: Downtown Filmes, 2011.
SKIDMORE, Thomas. A lenta via brasileira para a democratização:1974-1985. in: STEPAN, Alfred (org).Democratizando o Brasil. Rio de Janeiro, Paz e Terra: 1988.
ULYSSES CIDADÃO - Direção: Eduardo Escorel. Brasil: 1993.

26 comentários:

  1. Para melhor eficiência do uso musical nas atividades acadêmicas, não seria importante, senão fundamental, que se trabalhasse a disciplina música nas escolas desde as séries iniciais? Não para se formar grandes musicistas, mas criar uma cultura musical ou uma base musical teórica em nossos alunos e professores?
    Sandra Márcia Giarett

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    1. Olá Sandra, tudo bem? No meu ponto de vista, ensinar música (ou musicalidade, como preferem alguns autores) é de suma importância. Porque além das ideias apontadas neste texto, música ainda ajuda no ensino de artes, matemática, física e outras tantas atividades transversais.
      Muito obrigado pela pergunta e aproveite o simpósio!

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  2. Olá Professor!Gostaria de lhe perguntar: Na sua opnião ainda existe um certo digamos "Preconceito" por parte das classes mais abastadas, ou seja, a elite social do nosso país em relação as músicas das periferias, dos morros, ou regionais por exemplo? e como as mesmas podem influenciar por tanto tempo várias gerações?
    FRANCISCO PINTO LOPES

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    1. Claro que existe Francisco!! Mas não pense que isso é fato isolado. As elites nutrem preconceito por diversas manifestações culturais populares. E desde há muito é assim. Quanto às músicas influenciarem, acrdito que o principal fator seja a verdade contida naquelas manifestações. Ao mesmo tempo em que encontram ressonância no status quo vigente porque algo ali naquelas canções impactam o ouvinte. Seja letra, seja melodia, ritmo ou harmonia, uma canção só se perpetua se houver ressonância na população

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  3. Olá
    Primeiramente Parabéns pelo trabalho.
    Qual seu ponto de vista em relação a mudança das mensagens obtidas nas letras das músicas atuais em relação às música dos anos 70, 80 e 90.
    Grato

    Por: JONATHAN RAFAEL CARDOSO GUIMARÃES

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    1. Oi Jonathan, tudo bem? Será que elas mudaram tanto assim? Talvez haja um descaramento maior, uma abordagem mais direta. Mas não sei se fundamentalmente elas mudaram. Parece que continuam os grandes temas: amor, relacionamentos, cotidiano, protesto...

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  4. Vivaldino Gonçalves Junior3 de abril de 2017 às 15:03

    Olá
    como já mencionado acima, minha duvida basicamente seria, se fosse possível implementar, o ensino da musicalidade, em sala de aula, pensando nisso, como e de que forma deveria acontecer, levando em conta nossa realidade escolar do país.

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    1. Olá Vivaldino, tudo bom? O ensino de musicalidade durante muito tempo foi oferecido nas escolas. Então sim, é bem possível. Devemos nos recordar que musicalidade é diferente de música. Não formaríamos Mozarts ou Beethovens, mas sim pessoas inclinadas a perceber nesta manifestação cultural grande força. Para isso basta termos um horário disponível na matriz acadêmica e um professor disposto. Hoje em dia um mero celular já reproduz música com qualidade suficiente para uma sala de aula. Seria melhor um sistema de som, mas se este não existir, o celular dará conta do recado. Além disso, em toda sala de aula pelo menos um aluno tem um parente que toca (ou pelo menos arranha) algum instrumento. Que tal trazer o instrumento (e o parente, se possível) para a sala? E se o professor souber tocar algum instrumento então...

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  5. Interessante sua reflexão sobre o estudo da música. Não haveria uma falha em nossas escolas em não possuir acervos musicais sobre a música brasileira? Fico pensando na questão do alunos do ensino básico e até do ensino superior poder conhecer a obra de Tom Jobim, por exemplo.

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    1. Pois é Cleverton. Acredito que atualmente é tão fácil possuir um acervo musical. E nem precisa ser da escola não. Qualquer um com um celular pode carregar inúmeros MP3. Se a questão é a música (e não a materialidade dela, o que envolveria os encartes, as letras etc), o celular dá conta do recado.

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  6. Prezado Professor Rodrigo, Gostei muito do seu texto e sobre a temática abordada, gostaria de saber o que o motivou para escrever sobre esse tema?
    Desde já, agradeço a contribuição de aprendizado que nos proporcionou.
    Assinado: Elizama Franciane da Costa

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    1. Oi Elizama, tudo bom? Eu sempre gostei do tema da indústria cultural. Tanto que tenho um grupo de pesquisas no mestrado sobre o tema. indústria cultural e formação docente, no mestrado em educação e novas tecnologias da Uninter. Além disso, 1/3 do meu doutorado é sobre música e eu mesmo já fui músico durante boa parte da minha vida... Enfim, acho que está no sangue

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  7. Bom dia professor, parabéns pelo trabalho. Gostei da abordagem e desejo saber se você acredita que há ainda uma barreira preconceituosa em nossas escolas referente aos estilos e vertentes musicais atuais? Será que não nos falta conhecer o mundo musical dos nossos alunos?
    Desde já, obrigada.
    Naiane Lima dos Santos.

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    2. Oi Naiane,tudo bem? Eu penso que há dois problemas: um, como você apontou, é o preconceito. Professores que acreditam que isso ou aquilo é música e o resto não é. Mas há outro ponto que é o desconhecimento. Muitos professores desconhecem o que os alunos escutam por ignorância pura. Não por má vontade, mas simplesmente porque ignoram o que existe na realidade dos alunos. Nesse caso, pegar um tempinho para conversar com os alunos e perguntar o que eles estão ouvindo é fundamental

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  9. Olá professor, na escola tanto no ensino fundamental quanto no médio, não há muitos professores que utilizam a música em sala de aula. Por que isso ocorre?

    Suelem Cristina de Abreu

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    1. Nossa Suelem, que pergunta difícil...
      Há várias razões: a primeira delas é que na maioria das vezes o professor não tem tempo. Em geral para sobreviver com o mínimo de dignidade não raro o professor precisa se desdobrar em 3 ou 4 escolas, sobrando quase nada de tempo para preparar as aulas.
      Outra razão é o medo, ou o estranhamento em relação à metodologia da música. Muitos professores temem "virar bagunça" uma aula com música (o que é um grande equívoco).
      Uma terceira razão diz respeito aos pais e aos próprios alunos, além de muitas vezes a própria direção da escola, que interpretam o uso da música como "matação" de aula, em vez de enxergarem o trabalho sério (e difícil) realizado.
      Além disso, não podemos esquecer que o professor deve gostar de música. Se o professor não gosta de música, tentar trabalhar com elas pode ser um grande tiro no pé.
      Eu sei que existem outros "n" fatores, mas espero ter dado uma breve contribuição para a questão.

      abraços

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  10. Bom dia Professor, parabéns pelo trabalho, vimos que há uma vertente muito grande para se trabalhar com a música. Estou no 6º período do curso de licenciatura em história, e quero trabalhar com a música, porém estou na dúvida entre falar das bandas locais e sua perca de espaço para bandas que vinham de outras regiões, nas décadas de 80 e 90, ou sobre a música na sala de aula da disciplina de história. Quais linhas devo desenvolver e quais caminhos de seguir em cada caso?
    Ulisses Araujo Pereira

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    1. Oi Ulisses, tudo bom? São duas vertentes beeeem diferentes. Se você for tratar das bandas locais, você vai ter que lidar com política, economia e coisas afins... se for usar música em sala de aula, vai ter que aprender mais sobre a própria linguagem musical... DAí você tem que ver o que é mais bacana ou mais fácil para você

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  11. Bom dia professor. Excelente trabalho e uma ótima perspectiva acerca da utilização da musica no ensino de História. Este ano tive a oportunidade de lecionar para uma turma do ensino fundamental, e utilizei algumas paródias para reforçar conteúdos como Reforma e Contrarreforma, Absolutismo e Grandes Navegações, e percebi uma boa absorção por parte dos alunos, tendo como resultado um melhor aproveitamento nas avaliações. Gostaria de saber qual a sua opinião a respeito da expansão deste horizonte, com a musica sendo utilizada como uma forma de transmitir o conteúdo, através de paródias ou melodias autorais. Qual o equilíbrio entre essa forma mais lúdica de ensino e o ensino, digamos tradicional? Tenho minha opinião formada sobre o assunto, mas gostaria de saber a opinião de alguém que já trabalha com esse tipo de abordagem. Agradeço sua atenção.

    Gustavo do Nascimento Silva

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    1. Oi Gustavo, tudo bem? Acho o uso de paródias bem bacana, desde que elas não sejam usadas para a maldita decoreba. Principalmente se o próprio aluno fizer a paródia, acho uma atividade super interessante, criativa e que desperta no aluno uma vontade de saber mais (e achar palavras para rimar). Mas lembre-se sempre de tomar cuidado com o caminho fácil de encorajar o aluno a decorar. Decorar nunca é bom!

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  12. O PAPEL DA MÚSICA COMO FONTE HISTÓRICA NOS REVELA A IMPORTÂNCIA EM ANALISAR O CONTEXTO ESTRUTURAL, TEMPORAL E ESPACIAL EM QUE SE ENQUADRA PARA DECIFRAR AS INFORMAÇÕES OCULTAS. DESSE MODO, QUAL A CONTRIBUIÇÃO DESSA FONTE NA SALA DE AULA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO?

    JÁYSON FELLYPE RIBEIRO PRADO

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  13. Boa tarde Profº!
    Que material maravilhoso!
    Sou professor de música e vejo a todo o momento ela abrir caminhos e direcionar passos de quem a queira deixar se mostrar.
    A música contém um cunho histórico muito grande, todas as evoluções são evidenciadas na música através de ornamentos e técnicas que a deixam com as características marcantes da tal época e contexto, inserir música aos alunos é dar à eles mais uma ferramenta de comunicação, entendimento e inserção cultural histórica.
    Meus PARABÉNS!

    Jônatas Fernandes Pereira

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