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HISTÓRIA E PRODUÇÃO DE TEXTO: TRABALHO REALIZADO NA ESCOLA ESTADUAL ANTONIO TEODORO DE OLIVEIRA EM CAMPO MOURÃO – PR COM ALUNOS DOS 8º ANOS DA ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE O PERÍODO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Michel Henrique Patricio
Unespar – Campo Mourão

Introdução
            O presente relatório tem por objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no Colégio Estadual Antonio Teodoro de Oliveira, especificamente com os 8º anos do ensino fundamental do período vespertino, onde entre às quatros turmas (8º A, B, C, D), foi selecionado o 8º D
Atividade
As atividades começaram no mês de agosto com aplicação de questionários nas quatro turmas já citadas. Nestes questionários percebia-se uma rejeição aos trabalhos em grupo por haver falta de responsabilidade e interesse por parte de alguns membros. Isto levou-nos a pensar em uma atividade não colaborativa, mas cooperativa entre os envolvidos. Por sugestão da supervisora, professora Nair Sutil, o tema escravidão foi selecionado para a realização da atividade. Através da observação de suas aulas percebemos um apego ao livro didático. Preferimos então um método que saísse desse limitador. Nesse contexto, surge a ideia da oficina de produção de texto.
A oficina consiste em quatro pré-roteiros passados para quatro grupos de alunos que produziriam um texto em um sistema de rodízio. Este sistema visa a cooperação, pois se este requisito não existir, não consegue-se montar um texto, além de promover a integração não apenas do grupo em questão, mas também interação entre os demais grupos. Com a produção de texto ficcional, tendo apenas por tema base, a escravidão, o aluno acaba tendo que desenvolver a sua própria criatividade, onde o livro didático torna-se incapaz de fornecer este material, logo rompe-se com ele. Dessa forma, a atividade cumpre com o objetivo proposto de ser uma atividade que leve os alunos a cooperação e rompa com o modelo do livro didático.
A atividade começou a ser realizada com uma aula expositiva, onde foi passado a linha do tempo da escravidão no Brasil, com uma explicação breve dos principais acontecimentos. Em seguida, pediu-se para que a turma formar quatro grupos e foram expostos os seguintes roteiros:
1)                 Uma mulher negra que nasceu escrava e para se casar foi liberta, depois da morte do marido se vende novamente como escrava, acaba por conseguir a liberdade para casar novamente e vive do dinheiro do marido até a velhice onde se vende novamente como escrava.
2)                 Um adolescente, filho de negros libertos, corre nas ruas fazendo pequenos serviços e convivendo com negociantes.
3)                 Um homem negro ao ir dar água aos animais encontra uma mulher, ele a segue e encontra um quilombo e junto com outros negros preparam uma rebelião para libertar seus colegas
4)                 Após uma visita seus parentes, ela/ele acorda no passado, antes da abolição da escravidão.
Perante a apresentação dos roteiros os grupos escolheram suas histórias, por haver uma disputa entre dois grupos pela história 4 e não havendo a história 1 chamado a atenção do grupo em questão houve uma mudança sendo que a história 1 passou a ser: alguém que era escravo acaba dormindo e acordando no presente. Ou seja, uma inversão da história 4.
No segundo dia de atividade, além de uma retomada da atividade, também houve a necessidade de uma nova explicação, sendo que dois grupos acabaram por esquecer as atividades começadas na aula anterior. Um dos grupos conseguiu relembrar o que tinha sido produzido e reproduziu, o outro, no entanto, apesar da nossa orientação modificou o roteiro completamente, criando uma história diferente da proposta, esta foi então modificada para um homem rico que patrocina um menino negro pobre a ingressar na arte da pintura. Os grupos que trouxeram suas histórias, conseguiram apresentar bem a história, mas nenhum conseguiu chegar a sugestão dada a cada grupo por nós. Ainda houve a primeira troca de histórias, como também, a delimitação da ordem de trocas das histórias seguintes.
No terceiro dia, foi realizado as trocas onde um dos grupos adiantou a história, mas outros grupos não. Logo o grupo acabou por realizar outras atividades, enquanto os demais produziam seus textos. No final da aula houve a troca dos textos e também tempo para a leitura dos mesmos.
No quarto dia de atividade, além da finalização dos textos, houve também um momento de avaliação da atividade em si com os alunos. Uma aluna chegou a declarar que foi um dos momentos que eles interagiram com a sala toda. A professora supervisora perguntou-nos sobre o nosso parecer, onde foi levantados os pontos positivos e negativos.
No quinto dia de atividade, foi realizado uma roda de leitura para que os alunos viesse a ter conhecimento do que produziram.
Conclusão
Podemos concluir que a atividade cumpriu os objetivos propostos pelo planejamento, pois conseguimos a interação cooperativa entre os alunos, bem como, a saída do material didático. A interação da sala mostrou-se produtiva, a criatividade foi explorada, como também, a capacidade interpretativa dos alunos, sem fugir do tema proposto.

Referências Bibliográficas
BOULLOS JUNIOR, Alfredo. História e Cidadania: 8° ano. FTD: São Paulo, 2012.
PIETROVSKI, Maria Célia de Souza; AMARO, Hudson Siqueira. Leitura, Interpretação e Produção de Texto: Ferramentas para o ensino de história. Acessado em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2259-8.pdf
TORRIGLIA, Patricia Laura; CISNE, Margareth Feiten. Processo de produção e de apropriação de conhecimento: o papel da atividade como prioridade ontologia. Disponível em:



2 comentários:

  1. Boa noite, interessante sua partilha de conhecimento e experiência, porém, fiquei com algumas dúvidas, o tema em questão era a escravidão, sendo assim os alunos deveriam debater sobre, questionar, criticar, sendo que tal assunto por vezes é mau trabalhado em sala de aula, e com diversas lacunas nos livros didáticos, que por vezes abordam (ou não) assuntos importantes de maneira rasa. Gostaria se saber como foi a aula e o seguimento, a breve explicação sobre a escravidão supriu a necessidade de se entender o assunto sendo o mesmo complexo? As seguintes aulas teve um aprofundamento sobre o assunto? O objetivo era a interação entre os alunos, OK, mas os textos por mais que de maneira descontraída, supriram a necessidade de um saber histórico que como foco é a escravidão?
    Obrigada.
    Att, Thaynara Morganna de Souza de Lima

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  2. Oi Michel, achei muito interessante a proposta. Mas gostaria que me explicasse alguns detalhes sobre a aula expositiva inicial. Vc diz que nela se explorou uma linha do tempo, destacando brevemente os principais acontecimentos. Como foi isso? Poderia explicar melhor?

    Peço isso pois ao perceber a dificuldade dos alunos em desenvolver os roteiros propostos, me pergunto: não seria o caso dessa aula expositiva inicial ter sido breve demais? Não seria interessante ter explorado mais o cotidiano de um escravo?

    Att,
    Gustavo Barra de Araújo.

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