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Carlos Mizael

O ENSINO DE HISTÓRIA SOB O VIÉS DO ANARQUISMO: É POSSÍVEL?
Carlos Mizael dos Santos Silva
Graduado em História-UFRRJ

Essa comunicação tem como base discutir a possibilidade de pensar o Ensino de História sob o viés do Anarquismo. O que é possível fazermos para que o fenômeno de ensino desse tipo ocorra, se é que isso é realmente possível? Para iniciarmos esse debate primeiro faremos o diálogo com o capítulo chamado A História Na Visão de Anarquistas do livro História Por Anarquistas, pois nesse livro é deixado bem claro não apenas o conceito de Anarquismo a ser levado em consideração, como também o que pode ser compreendido como o modo de proceder na História por um viés anarquista. Vale lembrar que esse capítulo está na íntegra no site cujo endereço se encontra na referência no final desse texto.
O conceito de Anarquismo nesse capítulo está pontuado como um elemento que pode ser tanto uma ideologia, quanto matriz de pensamento, ou uma teoria revolucionária que é seguida por aqueles(as) que podem se autoproclamar também como Socialistas Libertários(as), para se distinguir dos(as) comunistas (CORRÊA, 2010). Após definir o conceito de Anarquismo o autor oferece uma breve biografia de Pierre Proudhon, Mikhail Bakunin, Peter Kropótkin e Rudolf Rocker para compreender o que cada um deles entendem por História. Por fim o autor chegou as conclusões de que:
“(...)o único que apresenta um pensamento destoante é Bakunin. Ele se difere dos outros anarquistas por acreditar em um “destino na história”, na razão iluminista e na ciência. Defende que o principal fator determinante na história é o fator econômico, aposta na constituição da “Ciência histórica” e que sejam criadas leis históricas. O método de Bakunin é hipotético-dedutivo (metafísico). Proudhon, querendo criar um método e defendendo o empirismo, criou uma teoria. Kropótine misturou “ciência” e ideologia (filosofia), contudo foi capaz de formular orientação mais coerente para a prática historiográfica, para a construção do saber histórico ao relacionar a história com a antropologia. O único problema nas discussões de Rudolf Rocker é o fato de ele considerar somente o modelo das ciências naturais como sendo o verdadeiro método científico. ”(CORRÊA, 2010)
Sendo assim o autor acaba por definir o pensamento anarquista da História como algo que possui determinadas características como a presença da concepção da existência da autonomia humana no devir, a história como resultante de uma construção dada por meio da disputa entre vários agentes e projetos sociais. Para os anarquistas, não existe determinismo na história, as causas nessa história são de caráter humano e social. O mecanismo dessa história é sempre pluricausal impedindo que hajam “leis a serem seguidas”. Essa disciplina dialoga com as Ciências Sociais, além disso esses historiadores:
“(...)defendem em primeiro lugar o estudo do empírico, as particularidades, individualidades e especificidades, articulando, estas, ao global e geral, à unidade e à teoria. No campo temático, os anarquistas em estudo apostam na história das ideias e mentalidades, uma história social da cultural.”(CORRÊA, 2010)
Agora que possuímos o domínio do conceito de Anarquismo e do pensar anarquista sobre a História segundo Anderson Romário Pereira Corrêa, vamos tentar refletir a seguinte questão: Como podemos pensar a implementação do pensar anarquista sobre a historiografia dentro da sala de aula de uma educação básica? Não possuímos a resposta exata para isso, mas podemos estabelecer alguns diálogos com pensadores do campo do ensino dessa disciplina, esperando que no fim dessa comunicação cada um(a) encontre o seu método. Geraldo Balduíno Horn e Geyso Dongley Germinari, na obra O Ensino de História e Seu Currículo: Teroria e Método, propõem que se pense a importância de tomar o trabalho como o princípio de investigação do Ensino de História. Ou seja, pensarmos pelo que entendi, a maneira como o trabalho humano, na concepção marxista, impulsiona a formação, transformação e o modo de produção da existência humana ao longo do tempo, dominando a natureza e futuramente transformando tudo isso em Ciência e Saber. (HORN; GERMINARI, 2013, p.10).
Dessa forma os autores afirmam a proposta de cruzamento das concepções de trabalho tanto de  Marx, quanto de Thompson e Hobsbawn. Ou seja, nesse sentido não há como pensar a História na concepção marxista sem pensar a questão da classe que, para Thompson, ocorre quando alguns homens vivenciam uma experiência em comum se articulando a fim de insurgirem como formação social e cultural. (THOMPSOn Apud HORN; GERMINARI, 2013, p.83). Com base no conceito de Anarquismo citado por Corrêa, podemos nos posicionar contra essa concepção, ou afirmar que o objeto de investigação do Ensino de História não pode ser apenas o trabalho, pois, do contrário, seria levado apenas em conta as classes sociais, correndo o risco até mesmo de silenciar as individualidades de cada sujeito(a) na história. Individualidades essas que podem ser representadas, por exemplo, por meio da biografia de pessoas, independente do período histórico em discussão na sala de aula, levantada pelo(a) professor(a) e/ou pelos(as) discentes. Se for pensar a classe, que a mesma posso ser pensada também com base na individualidade de alguém, não importando quem seja. Bakunin ainda no período oitocentista, em sua obra Catecismo Revolucionário. Programa da Sociedade da Revolução Internacional, ao desenvolver o seu modelo de sociedade libertária, exerce também uma reflexão de como deve funcionar a igualdade. Para ele:
“ A igualdade não implica o nivelamento das diferenças individuais nem a identidade intelectual, moral e física dos indivíduos. (...), essas diferenças de raças, nações, sexos, idades e indivíduos, longe de ser um mal social, constituem, ao contrário, a riqueza da humanidade.”
(BAKUNIN, 2009, p.42)
O que Bakunin pode ter dado a entender indiretamente nessa citação é que um(a) anarquista, ou aquele(a) que se diz anarquista, deve defender a riqueza da humanidade, que é o fator que define a igualdade na concepção bakuniniana. Mas como refletir isso em sala de aula? Talvez o caminho seja justamente em qualquer sequência didática de História que seja executada migrar tanto da individualidade quanto para coletividade nas narrativas, independente do período histórico em discussão. Esse processo pode se dar de várias formas: Pesquisa de fontes, aula expositiva, aula debate. Somente a situação e o preparo do(a) docente é que dirá qual será a saída para esse dilema.
Um respaldo interessante para essa questão pode ser os Temas Transversais propostos pelo Parâmetro Curricular Nacional da Secretaria de Educação Fundamentla do MEC, o PCN de 1998. Pois nessa parte do parâmetro é proposta a articulação dos conhecimentos de uma determinada disciplina com determinados temas. Veja a seguir nessa citação:
“A educação para a cidadania requer, portanto, que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos. (...) O conjunto de temas aqui proposto (Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde e Orientação Sexual) recebeu o título geral de Temas Transversais, indicando a metodologia proposta para sua inclusão no currículo e seu tratamento didático.” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, p.25)
     
Thayane Lopes Oliveira, no artigo em que relaciona os temas transversais com a questão de gênero, foi quem nos fez observar atentamente para essa questão. Esse pode ser o primeiro passo para pensar a questão da individualidade e pluralidade. Mesmos elementos buscados pela historiografia segundo um viés anarquista. Para concluir é importante frisarmos que é importante pensarmos também, ao longo dos processos históricos, o quanto o anarquismo contribuiu para cada um deles. Tanto nas greves sindicais, quanto nos processos revolucionários como o da Rússia, nos processos educacionais (Educação Libertária), e também, e não menos importante, na historiografia.     
Referências Bibliográficas:
BAKUNIN, Mikhail. Catecismo Revolucionário. Programa da Sociedade da Revolução        Internacional. Organização e Tradução Plínio Augusto Coelho. Editora Imaginário. 2009.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos: Apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CORRÊA, Anderson Romário Pereira. A história na visão de anarquistas IN: História Por Anarquistas. Alegrete - RS, 04 de dezembro de 2010.
Link: http://www.anarkismo.net/article/18254 <Visualizado em 22 de dez. 2016>.
HORN, Geraldo Balduíno, GERMINARI, Geyso Dongley. O Ensino de História e Seu Currículo: teoria e método. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

OLIVEIRA, Thayane Lopes. Gênero: Temas Transversais e o Ensino de História.

43 comentários:

  1. Companheiros(as) no anexo original que enviei para a organização estava:

    "O ENSINO DE HISTÓRIA SOB O VIÉS DO ANARQUISMO. É POSSÍVEL?
    Carlos Mizael dos Santos Silva

    Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro"

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  2. Olá Boa Noite,

    A seguir, comento um pouco a parte do texto que mais chamou minha atenção:

    "O que Bakunin pode ter dado a entender indiretamente nessa citação é que um(a) anarquista, ou aquele(a) que se diz anarquista, deve defender a riqueza da humanidade, que é o fator que define a igualdade na concepção bakuniniana. Mas como refletir isso em sala de aula? Talvez o caminho seja justamente em qualquer sequência didática de História que seja executada migrar tanto da individualidade quanto para coletividade nas narrativas, independente do período histórico em discussão. Esse processo pode se dar de várias formas: Pesquisa de fontes, aula expositiva, aula debate. Somente a situação e o preparo do(a) docente é que dirá qual será a saída para esse dilema".

    Partindo então, deste trecho, penso que um professor de história age sob influência do anarquismo quase que instintivamente porque migrar da individualidade para a coletividade nas narrativas é algo que fazemos no cotidiano. Acredito que muitos concordam com Bakunin quando defende que o principal fator determinante na história é o fator econômico, e muitos professores não abrem mão de conceitos importantes como o conceito de classe social, por exemplo.

    Podem me corrigir se cometer algum erro no que passo a defender agora, mas pelo pouco que conheço sobre o anarquismo, o anarquista não aceita qualquer forma de autoridade, incluindo aí o Estado. Questiono então, a metodologia, aula expositiva? Acredito que a aula expositiva não permite o questionamento mas segue um modelo tradicional e, portanto, não transformador da prática.

    Confesso que na minha prática muitas vezes não consigo fugir do tradicional mas há elementos de diversas correntes teóricas que influenciam meu trabalho. Em um curso de especialização que fiz, pesquisei um pouco sobre a influencia do Marxismo, do Presentismo e da Nova História sobre a prática do professor, mas a pergunta permanece: como fugir do tradicional mesmo com influencia de elementos dessas correntes?

    Professor Airton Fernandes de Matos Filho

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    1. Perfeita colocação. Escrevi isso às pressas. Na verdade quando coloquei aula expositiva pensei numa aula em que a narrativa elaborada pelo professor, ou por qualquer outra fonte, pudesse ser escutada e mais tarde se tornasse passível de questionamento. A narrativa é um elemento que faz parte também da História. Numa aula onde os(as) estudantes não falam nada, por mais que você tente os(as) provocar para que falem algo, a narrativa se torna essencial. Por isso da aula expositiva. Não que eu queira tolher o pensamento dos(as) educandos(as), mas há momentos onde não haja outra saída que não seja essa.

      Mas é a minha opinião apenas. Cada um com sua realidade de ensino.

      Carlos Mizael

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    2. (...) pode haver momentos em que não haja*

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  3. “O ensino de história sob o viés do anarquismo, é possível?” É uma ótima pergunta para iniciarmos nossa indagação sobre nossa própria metodologia de aula, para o historiador ou professor que se considera anarquista, nada mais justo que usar sua ideologia no seu campo de trabalho ou seja em sala de aula, porém por mais liberal que o professor seja em sala ,ele precisa ser autoritário, isso muitas vezes vai contra os princípios do mesmo, porém é algo necessário para se manter a ordem...pois até mesmo o anarquismo não se faz sem ordem...oque nos resta é aguçar o sensor critico na molecada e semear o grão da rebeldia de lutar por seus direitos, de fazer o certo, indagar, pesquisar, de fazer a revolução, primeiramente dentro dele mesmo e posteriormente na sociedade...enfim, uma coisa é fato, sem ordem não existe nem mesmo a anarquia...concorda?

    Diógenes Ribeiro da Silva

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    1. Sem ordem não existe. Porém... acredito que o exercício da liberdade individual/coletiva seja tão "natural" que nem precisamos ser autoritário. A autoridade pode gerar o efeito contrário do que é proposto por Bakunin, que é o exercício pleno da liberdade e a destruição de tudo aquilo que tolhe esse fenômeno. Não podemos nos passar por ditador. Se os(as) estudantes falam bastante, em cima do(a) docente, eles(as) precisam ter a compreensão de que essa atitude "fere" a liberdade de alguém. Da mesma forma que eles(as) querem ser ouvidos, o(a) docente também quer.
      Penso eu que não preciso ser autoritário para demonstrar isso. Anarquismo é ordem, e não autoritarismo.

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  4. Ótima questão essa, e acho que vem a calhar no momento em que vivemos, no qual, em minha opinião, deveriamos como educadores pensar e criar uma reforma total do ensino atual, que só visa o financeiro e deixa de lado a emancipação humana do individuo, a sua liberdade de preferências e sua criticidade. Projeto como o "Escola Livre" que visa transformar professores em robores que apenas passa conteúdo, sem explicar seu contexto, sua definição e seu uso. Por fim, para mim é possível sim haver um ensino de história sob o viés Anarquista, porém, para mim, isso só vai existir com uma reforma geral da educação, no mais, podemos como professores estimular a criticidade e emancipação dos alunos como indivíduos que busquem melhorias de vida, e percebem quem é seu real inimigo na sociedade neoliberal em que vivemos.

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    1. Jessiel. Respeito a tua opinião. Porém, gostaria de saber um pouco mais sobre o projeto "Escola Livre". É possível?

      Carlos Mizael dos Santos Silva

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  5. ATUALMENTE, SE PERCEBE GRANDES MUDANÇAS ESTRUTURAIS E IDEOLÓGICAS NA FORMAÇÃO SOCIAL PELO MUNDO SE REFLETINDO NAS DISPUTAS POLÍTICAS, ECONÔMICAS E EDUCACIONAIS AFETANDO A POPULAÇÃO COMO TODO. COM A EXPANSÃO DO ANARQUISMO PELO MUNDO, QUAL SERIA A RELEVÂNCIA DESSA IDEOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO?

    JÁYSON FELLYPE RIBEIRO PRADO

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    1. Jayson. Não costumo prognosticar o futuro, mas torço para que as pessoas tenham noção de que cada vez mais precisam superar barreiras de quaisquer tipo, para que possam usufruir dá liberdade de forma mútua, natural, e sem ferir outras pessoas. No meio político torço para que as pessoas se enxerguem enquanto protagonizadoras de suas próprias ações, e não aqueles(as) que eles(as) elegem. Na economia penso que possa ser repensada essa distribuição de renda, é a supervalorização de um produto. Coisas que, a muito ver, deveriam e poderiam ser destruídas.

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    2. E sobre a educação acho que já opinei um pouco sobre isso nesse texto. Além disso podemos buscar as respostas nas educação libertária.

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  6. Me desculpa gente. Escrever no celular e péssimo.

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  7. O professor Carlos sabe e pode contar alguns avanços nessa linha ideológica em termos reais! E como os alunos tem respondido a tal prática?

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    1. Ótima pergunta. Não. Não sei responder. Em relação à sala de aula não sei. Mas em relação ao espaço acadêmico tem a obra produzida citada no texto que pode servir como ponto de partida, além dos mesmos intelectuais pesquisarem sobre o Anarquismo, ou melhor, o movimento anarquista em seus determinados recortes.

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  8. Boa noite Carlos! Obrigado pela publicação do excelente texto.

    Considerar a ideologia anarquista como uma episteme para o ensino de história não enfrenta uma forte dualidade contraditória, senão vejamos: não são os docentes em sua maioria funcionários do Estado atuam em redes públicas de educação básica, ou seja, são confundidos com a própria burocracia e por assim dizer já iniciam seu trabalho em forte contexto de contradição?

    Obrigado,

    André Ricardo Barbosa Duarte

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    1. Então... por mais que haja um enfrentamento ao Estado existe um elemento chamado Liberdade Individual. Faz parte da liberdade da pessoa escolher onde ela queira atuar. Já parou para pensar se algum(a) docente que trabalhe pelo Estado demonstra interesse na manutenção do mesmo? Precisamos de espaço para militar. Um espaço que seja sala de aula. Consegui hoje dizer para estudantes de uma escola particular que sou anarquista. A emancipação individual, que se converte numa procedência numa sala de aula durante uma aula de História, ou de qualquer outra disciplina, não depende de instituição. O texto tentou, na medida do possível, se tratar disso.

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    2. Lembrando que o conceito de Liberdade Individual é bastante defendido por Bakunin.

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    3. Obrigado Carlos! Essa pergunta passa por muitas provocações e reflexões nós últimos anos em que leciono em um rede pública municipal aqui no estado de MG. Inclusive perpassa por aquele debate mais "miúdo" de que o Estado é o patrão. Sempre digo: oras, se o Estado é o patrão somos nós que estamos do outro lado, portanto a luta e a resistência são legítimas e necessárias. Mas do que isso, por sermos funcionários públicos temos a oportunidade de mudar o sistema por dentro.

      Obrigado,
      Abs.

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  9. Penso que é importante lembrar que também existe uma diferença muito grande entre a Leitura Marxista do Anarquismo, e Leitura Anarquista desse mesmo pensamento. Os(as) marxistas parecem que se prendem apenas ao que está escrito nos livros didáticos de História, que, hora fala disso enquanto um pensamento socialista, hora fala disso enquanto ferramenta de luta dos(as) operários em 1917. ou seja, algo cristalizado, e intacto e que não foge a esses processos. Não! O Anarquismo vai muito além disso. Acreditamos que existem muitas formas de se fazer ação direta. E pensar esse viés historiográfico anarquista, por meio de uma aula de História, pode ser esse caminho.

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  10. Parabéns pelo texto Carlos. Você deu continuidade a uma reflexão que venho trabalhando desde a publicação do "História por anarquistas". Gostaria de saber se você pensa em desenvolver algum estudo relacionado à didática e técnicas de ensino/aprendizagem? Parabéns e obrigado!
    Anderson Romário Pereira Corrêa

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    1. Anderson. Eu que agradeço pela obra que me enviou. Penso sim. Aliás já estou tentando. Estou elaborando dicas para o Enem, tentando seguir essa lógica. Faço isso porque sou professor de Pré-Enem Comunitário. Acho que vai dar certo. Muito obrigado por comentar aqui.

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  11. Mauren Vieira Benincá5 de abril de 2017 às 15:15

    Boa noite, ótimo texto, especialmente devido a conjuntura política em que o brasil vive hoje. Vemos uma anulação ou/e criminalização do movimento anarquista apesar de como dito no texto "é importante pensarmos também, ao longo dos processos históricos, o quanto o anarquismo contribuiu para cada um deles. Tanto nas greves sindicais, quanto nos processos revolucionários como o da Rússia, nos processos educacionais (Educação Libertária), e também, e não menos importante, na historiografia.", a contribuição deste movimento é imensurável. Quais alternativas para esse cenário você teria a sugerir para uma maior conscientização, especialmente em sala de aula?

    Muito Obrigada!

    Mauren Vieira Benincá

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    1. Mauren. No meu caso eu pensaria em esperar o melhor momento para isso. Ou tendo como o ponto de partida as unidades que tratam do assunto do anarquismo, ou no sexto ano, ou primeiro ano do ensino médio, ao explicar sobre a função dá História, falar um pouco dá visão anarquista da mesma.E importante provarmos que não precisamos ser anarquista para trabalharmos com essa concepção historiografica. Até porque Bakunin não defendia absurdo nenhum, ao falar dá igualdade sem nivelamento da diferença. Não é verdade?

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    2. Me desculpe os erros de grafia. Escrevi no celular.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Ótimo trabalho, muito interessante.

    Agora, pensando numa perspectiva de ferramentas de ensino e documentos que podem colaborar, mais especificamente a literatura, seria possível utilizar por exemplo livros como Contos Anarquistas para de certo modo facilitar e diversificar o aprendizado?

    Muito obrigado pela atenção

    Rafael Marcelino Tayar

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    1. Não só isso como diversas fontes. O pensamento e o aprendizado é livre. Vou tentar pensar nisso concretamente nas próximas vezes.

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  14. Olá, Carlos. Ótima temática!
    Foi apontado o PCN, onde mais é possível pautar o uso da historiografia com viés anarquista?

    Pedro Ernesto Miranda Rampazo

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    1. Pedro. Onde você quiser. Não há regra. Você tanto observar algo já existente quanto atribuir um sentido novo para o que existe. O processo histórico está em todo o lugar. Nossos processos vividos são datados. Não importa quem disser que isso não é História. Você tem poder de criar fonte com aquilo que quiser.

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    2. Pedro. Onde você quiser. Não há regra. Você tanto observar algo já existente quanto atribuir um sentido novo para o que existe. O processo histórico está em todo o lugar. Nossos processos vividos são datados. Não importa quem disser que isso não é História. Você tem poder de criar fonte com aquilo que quiser.

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  15. Pedro. Onde você quiser. Não há regra. Você tanto observar algo já existente quanto atribuir um sentido novo para o que existe. O processo histórico está em todo o lugar. Nossos processos vividos são datados. Não importa quem disser que isso não é História. Você tem poder de criar fonte com aquilo que quiser.

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  16. Boa tarde, professor Carlos. Sou um professor de Zona Rural e gostaria de saber de modo posso trazer o assunto anarquismo para o meio do meu alunado? Parece uma pergunta boba, mas eu nunca pensei nessa possibilidade. Obrigado.

    Dione Pereira Barbosa

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    1. Além de pontuar o que já se diz a respeito desse assunto no livro didático, caso tenha, eu sugiro que você leia algum texto anarquista com o qual você tenha intimidade e leve para crianças. Aconselho que leia o texto A Igreja e o Estado, e o livro Catequismo Revolucionário. Acredito que seja um ponto de partida interessante. Caso se sinta à vontade, tente trabalhar com base no que foi discutido nesse artigo e justifique que é uma proposta anarquista. Talvez possa dar certo. Me conte novidades.

      email: mizaelhistoria@gmail.com

      Abraços!

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  17. Caro Carlos, tudo bem?
    Eu penso que uma educação no viés anarquista seria possível se não existisse qualquer forma de poder e liderança, inclusive a do professor. O que você acha?

    Roger M. M. Gomes

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    1. Também concordo. Por isso é importante colocar quase sempre o(a) estudante enquanto o protagonista das aulas. O contrário disso é só o Plano B.

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  18. Olá, Carlos.
    Ótimo texto. Você acha que, devido a pluralidade de correntes de pensamento dentro do escopo anarquista, seria possível adaptar o ensino de história pautado neste aspecto de maneira tão didática quando o sistema atual, vide que ele também lida com diferentes correntes de pensamento e devido a isso acaba por não dar a devida atenção a algumas destas?
    Atenciosamente,
    Luciana Ventura Nobre Abido.

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    1. Acredito que seja possível sim. Até porque uma visão contrária é o resultado da Liberdade de escolha que a pessoa tem para seguir aquilo que ela acha correto para si. Pensando num saber produzido em sala de aula, essa "divergência" pode vir dos(as) educandos(as), por exemplo.

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  19. Este comentário foi removido pelo autor.

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  20. Tendo por base a visão distorcida em que a nossa cultura tem do anarquismo, bem como a noção engessada que o aluno traz de sua vivência familiar, como você me sugeriria abordar tal assunto em sala de aula com o intuito de desmistificar a forma depreciativa sobre o assunto?
    Flaviane Vanessa de Souza Fonseca

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    1. Te sugeriria propor que os(as) estudantes pesquisassem sobre algum pensador anarquista e, se possível, que pudesse trazer alguma obra desses mesmos pensadores. Isso pode servir de fonte para compreensão da visão de uma determinada realidade segundo algum(a) anarquista.

      Talvez seja interessante também mostrar o quanto esse movimento também é influente em lugares como Rojava (norte da Síria), por exemplo. Sempre buscando a compreensão das situações.

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  21. Parabéns pela comunicação, Carlos!
    Como você pensa a interpretação anarquista da história e sua transplantação para a prática cotidiana docente em tempos de projetos conservadores e retrógrados, como o "Escola sem partido"?

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