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Carla Gomes

A APRENDIZAGEM HISTÓRICA DE JORN RÜSEN, O CONSTRUTIVISMO DE JEAN PIAGET E A PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL DE LEV VYGOTSKY: DIÁLOGOS POSSIVEIS?
Carla Gomes da Silva
Mestranda em Educação UFPR

Introdução
Objetivando entender com mais propriedade as possíveis aproximações entre a Teoria da História de Jörn Rüsen e as Teorias de Aprendizagem de Jean Piaget e Lev Vygotsky, optamos por cursar a disciplina de Interação Social na Perspectiva de Piaget e Vygotsky. Durante o semestre efetuamos leituras de textos “puros” (fontes), ou seja, de autoria direta dos teóricos estudados, tendo por tanto a oportunidade de conhecer com alguma profundidade os trabalhos e pesquisas destes autores.
Após horas de intensas leituras podemos assegurar que, foi possível visualizar estes teóricos para além do que havíamos estudado em nossas graduações. Passamos a ver suas teorias de aprendizagem como elemento essencial nos processos de aprender e ensinar, e, mais especificamente nos processos aprendizagem histórica, de como entender como se estabelece esta aprendizagem histórica.
Buscamos, neste artigo situar elementos que nos permitam fazer uma associação entre os saberes estabelecidos por cada um dos três teóricos estudados e o que se entende por aprendizagem e aprendizagem histórica.

Diálogos possíveis?
Ao final do século XIX e início do século XX inúmeros pesquisadores ampliaram seus estudos sobre a Psicologia, visando a criança e a aprendizagem, o como ela aprende e se relaciona com seu ambiente. Entre divergências, discussões, concordâncias dois pesquisadores, Jean Piaget e Lev Vygotsky, chamaram a atenção por estabelecerem critérios testagem e teorias que ainda hoje são focos de estudos discussões e aplicações.
Jean Piaget e Lev Vygotsky podem ser vistos como teóricos  “atemporais”, uma vez que, os estudos e discussões por eles estabelecidas na década de 20 e 30 do século XX, circulam fartamente nos meios acadêmicos do século XXI. Suas contribuições para as áreas da Psicologia, Neuropsicologia e Pedagogia são, ainda hoje, motivo de novos estudos e grandes temáticas.
Seria possível estabelecer um diálogo entre um biólogo para o qual o desenvolvimento psicológico é uma continuidade da vida fisiológica, um psicólogo para o qual a cultura e história estavam intimamente relacionada com os desenvolvimentos psíquicos dos sujeitos e um filósofo e historiador alemão da contemporaneidade que estabeleceu a História como Ciência a partir de sua Teoria da História? Acreditamos que sim, uma vez que, estes três teóricos tem alguns elos em comum:  aprendizagem e consciência.

Jean Piaget, Lev Vygotsky, Jörn Rüsen: aprendizagem e consciência
Quando somos apresentados a Jean Piaget, biólogo suíço e suas teorias, na grande maioria das vezes, somos remetidos uma perspectiva construtivista adotada no Brasil após a década de 1970 onde, a criança deveria que ter liberdade total para aprender, não ser cerceada e não ter conteúdos pré-estabelecidos que impedissem seu aprender tudo isso associado à sua faixa etária correspondente, uma vez que fora desta o aprender seria parcial ou inexistente. Mas Piaget vai muito além disso, já que seu principal foco era desenvolver a autonomia intelectual e moral do ser humano, ou seja, aprender para viver em sociedade.
Já em 1931, Vygotsky deu início aos estudos sobre as “funções psíquicas superiores” nos quais fazia referência a importância do respeito ao meio histórico-social para os processos de aprendizagem dos sujeitos.
Jörn Rüsen (nascido em 1938) é um historiador e filósofo alemão, conhecido mundialmente pelas suas reflexões sobre os fundamentos da consciência histórica, da cultura histórica e da Ciência da História. Os seus textos e investigações abrangem, sobretudo, os campos da teoria e metodologia da história, da história da historiografia e da metodologia do ensino de história.
Para Piaget a primeira forma de significado que o sujeito tem do mundo é a aprendizagem que está ligada ao corpo - a sua interação em si mesmo (sensório motor) conhecimento prático de vida (saber cotidiano) e também a uma prática de vida (necessidade) carências de vida prática. (STOLTZ, 2012, p.17-21). Este teórico também enfatiza a importância do conhecimento prático e respeito aos saberes do sujeito, a qual dá o nome de Inteligência pratica e o quão importante é esse conhecimento que é composto de experimentação, a criação, percepção e movimento do corpo, sendo estes os fundamentos de toda a aprendizagem e ou inteligência, que tem sido esquecida nas áreas da educação. Conhecimento prévio, portanto, é de extremo interesse para a teoria Construtivista Piagentiana, pois é a partir dele que o sujeito constrói a sua cognição e a interação com o seu meio.
Aqui nos deparamos com as primeiras correlações entre a Aprendizagem Histórica que é “[...] uma necessidade humana básica, uma compreensão integracional da vida. ” (RÜSEN, 2012, p.06) e, seus princípios básicos com as teorias de Vygotsky e Piaget, pois Rüsen afirma que, toda aprendizagem histórica para a formação do sujeito histórico e deve partir de uma carência de vida prática, sendo devidamente respeitadas as experiências de vida trazidas pelos sujeitos para a formação de uma consciência histórica. Mas esta construção de consciência deve estar atrelada no respeito ao passado como ele está estabelecido. Nos textos do livro “Juízo Moral da criança” fica claro a existência de regras morais e as suas diferenciações relacionadas a idade, tempo-espaço e, as relações entre a vida social e a consciência racional, pois a sociedade nada mais é do que um conjunto de relações que podem ser de coação ou de cooperação, com relações de autoridade ou de igualdade. (PIAGET, 1994, p. 294). O que na aprendizagem histórica pode ser entendido como empatia (ser solidário e simpático a situação do outro independente de tempo ou espaço-lugar) e Humanismo (respeito ao outro e a sua cultura sem imposição de valores próprios), (RÜSEN, 2010,p.34). Ainda temos que
Aprendizagem histórica é um processo mental em que as competências ganhas são necessárias para orientar a própria vida por meio da consciência histórica presente na cultura histórica existente na própria sociedade[…]  (2015,p.24) . Aprendizagem da história é um processo de desenvolvimento da consciência histórica no qual se deve adquirir competências da memória histórica (RÜSEN,2011,p. 113)
Já para Vygotsky (2007,p.93) a aprendizagem é um processo sócio- histórico, mediado pela cultura, pela interação entre sujeitos e pela ação impulsionadora da escola e por outros mecanismos de socialização, ela afirma que
O aprendizado é uma das principais fontes de conceitos da criança em idade escolar, e é também uma poderosa força que direciona o seu desenvolvimento, determinando o destino de todo o seu desenvolvimento mental. (VYGOTSKY 1993,p.74)
Percebemos então que estes teóricos pautam parte de suas pesquisas, estudos e análises nos processos de aprender dos sujeitos independentemente da idade. Afirmam que a aprendizagem não é somente um processo cerebral (fisiológico) mas sim, a soma de fatores intervenientes como o meio físico, o social, histórico e cultural e que necessita de mediadores ou instigadores para assessorá-los.
Mas, para que a aprendizagem ocorra é preciso que se tenha consciência do processo. O que seria então a consciência para estes três? Rüsen, Piaget e Vygotsky “dialogam” no que tange a “consciência do sujeito” ,
A aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos utilizados pelo próprio autor. (VYGOTSKY 2001:65)
[...] não é uma operação simples e encontra-se ligada a um conjunto de condições psicológicas. É aí que a pesquisa psicossociológica se torna indispensável à teoria das normas e que se observa o paralelismo genético entre a constituição da consciência lógica e da consciência moral (PIAGET, 1994, p.297).
 [...] necessário compreender a consciência histórica como um processo mental, como um conjunto de operações da consciência (emocional, cognitivo e pragmático), que diferem de outros conjuntos conceitualmente claros e que, em sua especificidade, podem ser explicados.
A aproximação entre eles nos leva a compreender que para aprender história são necessários, então conhecermos os elementos da psicologia e da Neuropsicologia sobre os processos que levam os sujeitos a aprendizagem. E qual seria então as formas de aprender e como aprender que poderiam interliga-los. E isso se dá por meio das Funções Psicológicas Superiores estabelecidas primeiramente por Vygotsky, uma vez que, são elas
[...]que nos definem como seres humanos comportamento emocional, memorização ativa, afetividade, percepção ampliada, linguagem (as várias) capacidade de socialização. Só se desenvolvem a partir das relações sociais do meio e com o meio. (STOLTZ ,p. 68. 2012)       
Para Vygotsky a aprendizagem se dá na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Sendo assim, todo processo de aprendizagem depende obrigatoriamente da ZDP, de forma que   o conhecimento real seria então, aquele que o indivíduo é capaz de aplicar para resolução de problemas de forma independente e, o potencial é aquele em que o indivíduo necessita do auxílio de mediadores (que podem ser professores, pais, tutores, etc) para ser capaz de aplicar para resolução de problemas. (STOLTZ, 2012, p.64)
Piaget (2015, p. 163) nos propõe ver a criança como indivíduo que aprende, que tem atividade mental e desenvolvimentos próprios. Afirma ainda existir   paralelos entre os seus estudos e as análises históricos-críticas e lógico-sociologias afirmando que estas também convergem para o desenvolvimento moral e a evolução intelectual, ou seja, interações entre a reflexão teórica e a vida prática. Coloca a importância da “self governament” (governar a si próprio, suas atitudes, suas ações) e dos trabalhos em grupos, por meio de jogos como forma de aprendizagem colaborativa (PIAGET, 1994,p.297).Isso levará a um  equilíbrio que vai promover uma ativação, pois a criança compreende o novo a partir do que já tem e gerar uma assimilação, discussões e experimentações na realidade (sensações, emoções) pois o conflito cognitivo promove choque de saberes, culturas, conhecimentos, etc. Aprender no construtivismo é aprender o novo correlacionando com o que você traz de vivência.
Para Rüsen (2015, p. 24) que trata da aprendizagem histórica esta é
[...] um processo mental em que as competências ganhas são necessárias para orientar a própria vida por meio da consciência histórica presente na cultura histórica já existente na própria sociedade. É composta de quatro diferentes habilidades que são sistematicamente inter-relacionadas e interdependentes: a capacidade de construir a experiência histórica, a capacidade de interpretar esta mesma experiência a capacidade de usar a experiência interpretada conhecimento histórico) para orientar a própria vida [...] a capacidade de motivar as próprias atividades de acordo com a ideia de nosso lugar nas mudanças temporais.
Neste ponto podemos dialogar facilmente com Vygotsky em seus estudos e arguições sobre as emoções e imaginação como elementos fundantes da aprendizagem seja ela histórica ou não. Vygotsky já nas décadas de 20 e 30 do século XX, trata de temas que nos sãos “novos” na educação e na História como o valor a ser dados aos aspectos emocionais da criança e do adolescente, bem como na vontade e o interesse em aprender (2012, p.13). Também destaca a importância na transformação do adolescente e as mudanças de interesses escolares, sociais e emocionais. Faz um estudo significativo sobre a imaginação e a fantasia e suas funções na aprendizagem. Aqui certamente entram aspectos da aprendizagem histórica, uma vez que, “ir ao passado” perceber o outro em seu contexto temporal e espacial, retornar ao presente para projetar o futuro é o elemento chave do pensamento e, portanto, da consciência histórica.

Considerações finais
A História enquanto ciência está sempre aberta a novos saberes e não seria diferente no que tange a Psicologia e suas contribuições para a aprendizagem de história. Durante o semestre, quando pesquisamos percebemos que existem poucos estudos acadêmicos na área de História e o ensino desta que envolvam Vygotsky e Piaget como fontes, sendo estes somente citados quando autores da história pretendem “justificar” suas propostas de métodos e técnicas de ensino.
Cursar uma disciplina na área de Psicologia em Educação e, a partir desta poder abrir novos horizontes para o conhecimento do como ensinar e aprender história contribuiu sobre maneira para o nosso aprendizado. Ver que o principal referencial escolhido para a nossa pesquisa acadêmica Jörn Rüsen e os teóricos da psicologia como Lev Vygotsky e Jean Piaget, podem ser entrelaçados em suas teorias e colaborar consideravelmente para o “entender” como se aprende história significou agregar saberes e contribuições significativas.

Referências
PIAGET, Jean. O juízo Moral da Criança. Summus. São Paulo, 1994.
PIAGET, Jean. A GÊNESE DOS NOVOS MÉTODOS, in: Psicologia e Pedagogia: Jean Piaget. Tradução: Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva, 10ª ed. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 2015, p.125- 135.
PIAGET, Jean. Princípios da Educação e dados psicológicos, in: Psicologia e Pedagogia: Jean Piaget. Tradução: Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva, 10ª ed. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 2015, p.137- 163.
RÜSEN, Jörn. Aprendizagem Histórica: fundamentos e paradigmas.Curitiba.WA Editores,2012.
RÜSEN, Jörn. Aprendizagem Histórica. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora; BARCA, Isabel; Martins, Estevão de Rezende (Orgs.). Jörn Rüsen e o ensino de História. Curitiba: Ed. UFPR, 2010. (P. 41 a 76). 
A razão histórica: Teoria da história: os fundamentos da ciência histórica. Brasília: UnB, 2001.  
____________. Reconstrução do passado: Teoria da Historia II: os princípios da pesquisa histórica. Brasília: UnB, 2007.  
____________. História viva: Teoria da História III: formas e funções do conhecimento histórico. Brasília: UnB, 2007a.  http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=substantivo. Acessado em 20/09/2014
SOTLTZ, Tania. Vygotsky e a perspectiva histórico-cultural. in: As perspectivas construtivistas e histórico-cultural na educação escolar. Curitiba. Intesaberes,2013. Cap 2.
VYGOTSKI, Liev Semiónovich. História del desarrollo de las funciones psíquicas superiores-1931. Capitulo 1: El problema del desarrolho de las funciones psíquicas superiores. In: VYGOTSKI, Liev Semiónovich. Obras escogidas: fundamentos de defectología. Tomo III. Madrid.
VYGOTSKI, Liev Semiónovich. La psique, la consciência, el inconsciente. In: Obras escogidas: v. 1. Madrid, Centro de Publicaciones Del MEC/Visor, 1991. (p. 95-110).
VYGOTSKI, Liev Semiónovich. CONFERENCIA  La imaginacion y su desarrollo en la edad infantil.. In: VYGOTSKI, Liev Semiónovich. Obras escogidas: Pensamiento y Lenguaje. Tomo II. Madrid.
VYGOTSKI, Liev Semiónovich. CONFERENCIA 4 Las emociones y su desarrollo en la edad infantil.. In: VYGOTSKI, Liev Semiónovich. Obras escogidas: Pensamiento y Lenguaje. Tomo II. Madrid.

17 comentários:

  1. Boa noite, Carla.

    Sou leitor assíduo do Rüsen e confesso que o seu texto me abriu uma perspectiva nunca pensada antes.Enfim, você realiza algum diálogo com a educação histórica em seus estudos?

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    1. Boa tarde Eder,
      Como mestranda da linha Cultura, Escola e Ensino e orientanda da Profª Ana Claudia Urban a Educação Histórica está dentro da minha proposta de pesquisa com toda certeza. Tendo Rüsen como meu aporte teórico principal, penso em trazer as contribuições deste para algumas teorias da aprendizagem afim de buscar elementos que favoreçam a aprendizagem histórica.
      Abçs

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  3. Olá, Carla.
    Unirei minha "voz" à do Éder. Gostaria de saber qual é seu projeto de pesquisa/interesse de investigação e se pretende fazer uso dessa interessante "tríade" teórica - se sim, como operará com eles?

    Letícia Mistura

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    1. Boa tarde Leticia,
      Reproduzo a mensagem enviada ao Eder e espero que possa ter respondido a contento.
      Abçs
      Como mestranda da linha Cultura, Escola e Ensino e orientanda da Profª Ana Claudia Urban a Educação Histórica está dentro da minha proposta de pesquisa com toda certeza. Tendo Rüsen como meu aporte teórico principal, penso em trazer as contribuições deste para algumas teorias da aprendizagem afim de buscar elementos que favoreçam a aprendizagem histórica.

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  4. Parabéns pelo seu trabalho, Carla. Realmente é muito interessante o diálogo proposto entre esses três fundamentais teóricos. Gostaria de fazer-lhe uma pergunta: como você considera ser possível que professores, que se encontram absorvidos pelos afazeres cotidianos na escola, tenham contato com trabalhos como esse que você vem produzindo? Dito de outro modo: você acha possível fazer com que aqueles professores que não participam de fóruns como esse que estamos participando, tenham contato com trabalhos como o seu?

    GUILHERME CYRINO CARVALHO

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    1. Boa tarde Guilherme,
      A sua pergunta foi um dos elementos que me levaram a dar continuidade aos meus estudos e questionamentos mesmo tendo concluído o PDE-2014-SEEDPR, o que para nos professores da rede estadual é o último nível requerido para promoção de carreira. Foi por este meio que conheci o trabalho do LAPEDUH – UFPR e os muitos projetos desenvolvidos por eles que visam justamente pesquisar, capacitar e divulgar a Educação Histórica e o seu teórico ente eles Jörn Rüsen. Acredito sim que mesmo não participando deste fórum este material chegará aos professores, até por que a disponibilidade da internet hoje nos permite é só atentarmos para o aumento do número de participantes. Creio também que já não cabe mais no nosso universo escolar e nos nossos afazeres somente a “repetição” dos nossos modus operandis e a constante atualização tem que partir de nós professores.

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  5. Boa Noite Carla!!

    Uffa!!! Sua pesquisa traz propostas interessantíssimas de serem vislumbradas, diria que propõe um bom dialogo. Visto que seu trabalho apresenta um grau considerável de interdisciplinariedade, como você pensa essa prática interdisciplinar na formação da consciência histórica dos individuo?
    Por fim uma curiosidade: Você trabalha com as perspectivas teóricas acerca da narrativa em Rüsen?

    Atenciosamente,
    Mayke Rogerio Ferreira Leite.

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    1. Bom dia Mayke,
      Na minha proposta a interdisciplinaridade se dará por meio do estudo aprofundados destes três teóricos que ao meu ver ,depois de muitas leituras de seus textos “originais” , nos permitem uma aproximação entre a Aprendizagem História e os mecanismos de aprendizagem. Na prática docente a interdisciplinaridade é um elemento fundamental da formação da consciência histórica como Rüsen mesmo estabelece ela é uma sequência ordenada de aprendizagens que, juntas formam um processo unificado (2012,p.77)
      Carla Gomes
      São Jose dos Pinhais-PR

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Gisele Fernandes Antunes5 de abril de 2017 às 04:19

    Gisele Fernandes Antunes
    Parabéns Carla! Sua pesquisa foi muito bem elaborada e trata de temas que na área da educação são de grande relevância. Eu também estudei esses três teóricos e gostei muito das suas contribuições. Você acha que nas escolas atuais os professores propiciam a aprendizagem através da zona Proximal de Desenvolvimento, teoria de Vygotsky? E esses valorizam os conhecimentos prévios dos alunos?
    Gisele Fernandes Antunes

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  8. Bom dia Gisele,
    Estou na rede estadual a 27 anos e ainda não vemos professores atuando com a ZDP e as teorias de Vygotsky e seus contemporâneos como Luria e Leontiev, provavelmente isso se deve fato da origem destes teóricos estarem na Rússia e serem adeptos a teoria marxista. O trabalho com conhecimentos prévios não está estabelecido como metodologia a nível de rede estadual , mas muitos professores o fazem como forma de rever e adequar os seus conteúdos.
    Abçs
    Carla Gomes
    São Jose dos Pinhais-PR

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  9. Boa tarde, Carla. Sou doutorando em história pela PUC-SP e professor da rede municipal de São Paulo há 7 anos. Seu texto me trouxe duas questões que se relacionam tanto com minha pesquisa (que não é da área de educação) quanto com minha prática docente. Primeiramente, você acha que o ensino de história pode ajudar na construção da autonomia do aluno de que forma? Pergunto isso pensando para além do óbvio de "formar cidadãos críticos" penso mais na questão cognitiva. Em segundo lugar, e aqui relaciono com minha pesquisa que aborda o tempo e sua percepção, em sua opinião, a partir destes três autores, a aprendizagem das noções de tempo se dá em nível biológico, cultural, ou em ambos?

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  10. Boa tarde Rilton
    Sobre a questão de autonomia do sujeito a meu ver é o papel principal da história enquanto ciência e isso se dará viés da consciência histórica amplamente discutida por Rüsen ao longo de mais de 30 anos. Já interação do biológico e cultural estão intimamente relacionados. O nosso cérebro não interpreta o tempo cronologicamente como horas, dias ou meses, mas sim como tempo escuro e claro o que faz com que sejam liberados neuro-hormônios que tem a função de ajustar as necessidades biofisiológicas do sujeito. No que tange ao aspecto cultural este tempo será estabelecido por cada grupo e dentro de suas necessidades sóciobiologicas da época vivida. Os três teóricos Rüsen, Piaget e Vygotsky tratam desta temática eles nos trazem que o sujeito só aprende história a partir do momento que o seu corpo esteja inserido no tempo ,ou seja, o sujeito inserido no tempo-empatia colocando se no lugar do outro.
    Carla Gomes da Silva

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  11. Boa tarde Carla! Aprecio bastante a forma como Rüsen entende a Aprendizagem Histórica e sua importância, lendo seu texto fui levado a pensar em uma situação muitas vezes esquecidas ou deixadas de lado nas escolas, a aprendizagem de alunos com necessidades especiais. Não sei se chegaste a pensar sobre isso, mas , como esse diálogo que você propõe poderia auxiliar de forma efetiva no ensino de crianças com deficit cognitivo? Vale considerar a questão do currículo escolar como plano de fundo deste cenário.

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  12. Boa noite Maurício,
    Quando pensei na aprendizagem Histórica neste caso em específico não levei em conta os alunos com deficit cognitivo...Mas Vygotsky tem uma série de artigos publicados na década de 1930 que tratam da temática.
    E possível sim pensar um currículo voltada para esses alunos.
    Abcs
    Carla Gomes da Silva

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  13. Cara Carla, pelo que compreendi Jörn Rüsen diz que a aprendizagem histórica, de uma certa forma, é um interagir entre presente e passado. E que para isso nossos alunos utilizam a imaginação e fantasia. Pois bem, a pergunta que faço é: nessa interação um dos possíveis elementos que podem surgir como resíduo é o anacronismo. Como fazer para fugir dele?

    Vinicius Marcelo Silva

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