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DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES: O TRABALHO DO HISTORIADOR/PROFESSOR DE HISTÓRIA E A LITERATURA DE CORDEL
Andrea Cristina Marques

Pretendemos neste artigo apresentar e problematizar a relevância da literatura para o trabalho do historiador/professor de história, seja dentro ou fora da sala de aula. Essa relação da literatura, nesse caso do cordel, com a história é bastante produtiva, mesmo que história e literatura apresentem caminhos diversos, embora convergentes, ambas trabalham com as representações do mundo social, por isso a riqueza desta união.
Também é necessário colocarmos que essa união se torna possível a partir da interdisciplinaridade proposta pelos Estudos Culturais, que alargaram o campo de estudos não só da História com de outras tantas disciplinas, e trouxe consigo rupturas e incorporações que contribuíram para uma nova perspectiva teórica, assim como novas problemáticas.
Assim, documentos como o cordel, por exemplo, puderam ser vistos e utilizados como documentos históricos. Pois, a cultura passou a ser vista e concebida pelos estudiosos dos estudos Culturais como uma relação de intercâmbio e não mais como um confronto bipolar ente as culturas, sedo uma superior e a outra inferior. Logo,
“(...) Elas não são vistas como exteriores entre si, mas comportando cruzamentos, transações, intersecções. Em determinados momentos, a cultura popular resiste e impugna a cultura hegemônica; em outros, reproduz a concepção de mundo e de vida das classes hegemônicas.” (ESCOSTEGUY, 2006, p.147)
Dessa forma, uma das grandes contribuições trazidas pelos Estudos Culturais foi esse alargamento das possibilidades de trabalho com fontes antes não concebidas assim, e que ganharam a devida legitimidade a partir desses estudos que deixaram de privilegiar somente as questões econômicas e de classe. O que deu maior mobilidade para o trabalho do historiador que pode agora construir seu trabalho analisando a partir de outras perspectivas e fontes.
Com essa interdisciplinaridade conquistada pelos Estudos Culturais, os textos literários passam a ser alvo das problematizações e análises feitas pelos historiadores e é
nesta perspectiva que nas últimas décadas os textos literários passaram a ser vistos pelos historiadores como materiais propícios à múltiplas leituras, especialmente por sua riqueza de significados, para o entendimento do universo cultural, dos valores e das experiências subjetivas de homens e mulheres no tempo.
O que PESAVENTO confirma, ao dizer que:         
“A literatura tem se revelado o veículo por excelência para captar sensações e fornecer imagens da sociedade por vezes não admitidas por esta ou que não são perceptíveis nas tradicionais fontes documentais (...)” (PESAVENTO, 1995, p.118)                   
Desta forma, os cordelistas ao escreverem seus cordéis, teriam também essa capacidade de conseguir perceber sensivelmente o que se passa em sociedade. E a partir daí transformariam em versos suas percepções, repassando-as ao público.
Porém, para conhecermos melhor a produção dos cordelistas, devemos mostrar quais seriam as características do cordel, dos cordelistas e de sua poesia, e para isso é preciso colocar que os poetas de cordel revelam-se, quase sempre, como homens com pouca instrução, mas com grande talento para contar histórias.
 Para GRILLO,
“(...) a relação deles com a realidade, pilar de sua produção poética resulta, sem dúvida, das condições de vida quase sempre inóspitas e sem acesso às fontes seguras de transmissão sistemática do conhecimento acessível apenas aos cidadãos das classes mais favorecidas”. (GRILLO, 2008, p.2).
Ela afirma também que o Nordeste seria a região do Brasil privilegiada com relação à quantidade dos cordelistas existentes nela. E o interessante é que numa época e numa região em que a maioria da população era constituída de analfabetos, os cordéis encontravam um grande público de auditores, já que as poesias eram apresentadas em reuniões, saraus e feiras e o que facilitava sua memorização é que são desde essa época escrita em forma de versos.
A literatura de cordel funcionou no século XIX como o meio de comunicação mais eficiente para os que viviam longe dos grandes centros, sendo capaz de levar notícias aos lugares mais remotos, a literatura de cordel sempre foi vista como incapaz de sobreviver aos adventos da tecnologia, mas eis que, em pleno século XXI, pode ser encontrada em sites voltados apenas para este tipo de produção havendo, inclusive, cordelistas que existem apenas no mundo virtual, sem jamais ter imprimido sequer um folheto.
E eram inicialmente impressos em papel pardo, 12x18 cm, com 8, 16 ou 32 páginas, contendo ilustrações em xilogravuras. Nesse sentido, a literatura de cordel deve ser percebida em vários níveis: o simbólico, o artístico, o linguístico, o social, o político, o econômico e principalmente o histórico (GRILLO, 2008, p.1).
 Especialmente, porque o cordel através de sua narrativa conta os acontecimentos de um dado período e de um dado lugar, o que se transforma em memória, documento e registro da história brasileira. Assim, “(...) Tais acontecimentos recordados e reportados pelo cordelista, que além de autor é conselheiro do povo e historiador popular, dão origem a uma crônica de sua época.” (GRILLO, 2008, p.3).
Um exemplo disso é o cordel denominado “Cordel do Império Romano”, onde o cordelista, Medeiros Braga narra a história da Roma Antiga, tratando segundo ele dos períodos que vai do Patriarcado ao Republicanismo. Assim, ele mostra a história romana de maneira rimada e poética. Vejamos um trecho dessa história romana:
Falarei nesse cordel
Do grande Império Romano,
Seu ciclo Patriarcal, Monárquico e Republicano,
Sua expansão pelo mundo,
O seu domínio, segundo
O seu poder soberano.

A hierarquia romana,
Sua escala social
Começava por Patrícios aqueles
Aristocratas rurais
Depois Plebeus em geral,
Mais abaixo os Clientes,
Sob esses excrescente,
Os escravos no final.

A poesia de cordel seria então uma história popular no sentido de que ela relata os eventos que fizeram a história numa perspectiva popular, levando em consideração que seus poetas são do povo e o representa em seus versos.
Porém, erroneamente, alguns afirmam que a poesia de cordel reproduz o discurso oficial, os valores tradicionais e conservadores, sendo dessa maneira, uma produção incapaz de construir seus próprios significados simbólicos. O que a historiadora rebate, colocando que:
“(...) não se pode deixar de lembrar que, na poesia de cordel, há uma grande quantidade de personagens estradeiros, astutos, trapaceiros, anti-heróis, que sobrevivem por expedientes e artimanhas que lhes valem como alternativa para escapar do sistema opressor.” (GRILLO, 2008, p.3)
Essa maneira simplória de perceber a literatura popular é também alvo de críticas, pois quando esta afirma que de uma forma geral quando fala-se de cultura popular, coloca-se como se ela fosse uma cultura dominada, invadida, aniquilada pela indústria de massa e pela indústria cultural sendo também envolvida pelos valores dominantes, pauperizada intelectualmente pelas restrições impostas pela elite, manipulada pela folclorização nacionalista, demagógica e explorada, em suma, impotente face à dominação e arrastada pela potência destrutiva da alienação.
Portanto, a literatura de cordel não deve ser observada enquanto lugar somente onde residiria discursos oficiais, mas uma pluralidade de discursos, os quais o professor ou historiador teria de perceber dentro desta narrativa suas criações e recriações, obviamente não estamos ultrapassando a questão da oposição entre cultura popular e erudita, mas sabe-se que ambas alimentam-se reciprocamente da “circularidade cultural” que existe entre ambas.
Pois, não podemos esquecer que as práticas culturais populares pontilham nosso cotidiano. Uma atitude de descaso para com as coisas populares, muitas vezes, está associada a raciocinar o fazer das classes populares a um fazer desprovido de saber (GRILLO,1996, p. 109).
É neste sentido que devemos conceber a literatura de cordel enquanto estratégia didática que possibilitará grandes contribuições para o ensino de história, levando em consideração também o que coloca os PCNs, ao mostrar que com o avanço da comunicação industrialização, da urbanização novas demandas foram exigidas, tornando obsoletos os métodos tradicionais de ensino, sem enumerar os altos índices de repetência e evasão escolar (MARTINS, 2008, p.18).
Uma das questões que levaria o professor de história a buscar na literatura de cordel mais uma forma de material didático, seria também a tão falada falta de interesse dos alunos em fazer leituras, sem as quais não pode se efetivar a aula proposta pelo professor de história. Já que a aula de história necessita obrigatoriamente de leitura, e sem esta fica impossível de acontecer, pois para que os alunos acompanhem a aula de história estes tem que necessariamente ter feito a leitura dos textos da aula proposta.
Outra questão a ser pensada se refere à dificuldade tanto de leitura e interpretação dos alunos quanto à dificuldade em encontrar livros ou material didático por eles, pois grande parte dos alunos são oriundos de escolas que não oferecem subsídios para que estes gostem de fazer leituras, logo as escolas:
“(...) não promovem projetos que visam ao desenvolvimento do prazer pela leitura, além de estarem imersos numa sociedade que não tem como prioridade o desenvolvimento de políticas públicas preocupadas com o fomento da leitura.” (MARTINS, 2008, p.11).
Sendo assim, o professor deve trazer para a turma em que trabalha o material didático para a aula, assim como também deve fazer com que eles flertem com esse material e se apaixonem ao ponto de lê-lo. Nesta perspectiva,
“A leitura surge na escola como uma oportunidade de colocar o aluno em confronto com o outro, propondo-lhe o desafio de enxergar a pluralidade cultural como forma de levá-lo a ser capaz de exercer a sua cidadania plenamente, sem vestígios de imposição de uma cultura sobre a outra. Portanto, nossa discussão não busca a substituição de textos literários canônicos por textos da Literatura de Cordel, mas sim ampliar o leque de leitura dos alunos, a fim de lhes proporcionar um contato mais plural com as diversas formas de gêneros textuais e artísticos encontradas no Brasil.” (ALVES, 2008, p. 107).
Desta maneira, a literatura de cordel se mostra como material didático rico para o ensino de história porque oferece não só a riqueza estilística da literatura de cordel, como também as possibilidades de debate sobre a nossa realidade social, política e econômica. E, além disso, sua rima de alguma forma facilita tanto a leitura como o aprendizado.
Observa-se que, a cada dia que passa, o mundo contemporâneo exige mais agilidade, criatividade, rapidez de pensamento, discurso persuasivo e adequação de estilo, o que impõe à escola algo novo: levar o aluno a apropriar-se dos escritos para agir na vida.
É justamente a partir desse momento que se torna possível desenvolver o senso crítico do aluno, levando-o a perceber não só a sua posição no mundo como também a posição do outro, representada nos diversos contextos sociais. O contato com a literatura de cordel será capaz de proporcionar aos alunos uma ampliação de sua capacidade de enxergar as diversidades sociais, políticas.
Mas, é necessário ressaltar que o trabalho com o folheto de cordel em sala de aula não pode ser resumido a uma simples leitura dos textos ou até mesmo a uma produção de cordel. Esse trabalho deve ir mais longe, procurando sempre estabelecer relações entre o que está escrito e a realidade de nosso país, levando o aluno a pensar o seu lugar no mundo e o daqueles que produzem, consomem e apreciam a literatura de cordel.
Assim, os alunos atualmente precisam enxergar o mundo além de si mesmo, sob pena de, não o fazendo, ficarem à margem do próprio mundo em que vive, já que a modernidade se faz presente e exclui aqueles que não preenchem seus requisitos ou se contentam com o superficial. Paralelamente a isso, a necessidade de mudar o contexto socioeconômico em que vivemos tem se tornado urgente e só pode será alcançada mediante uma educação crítica. Assim,
“A presença da literatura de cordel em sala de aula implica refletir, entre outras coisas, sobre as concepções de leitura, literatura e ensino postos em prática no cotidiano das escolas. Seria propor uma forma de estimular os alunos a enxergarem o que há por trás dessas produções textuais, não só no que diz respeito ao texto em si, mas com relação às vozes que ele traz consigo. Vozes essas capazes de expressar questões morais, políticas, sociais, econômicas e culturais.” (ALVES, 2008, p.108).
A literatura de cordel pode perfeitamente contribuir para uma educação voltada para a realidade, na medida em que apresenta ao aluno uma visão de mundo, que pode se assemelhar ou não à sua, mas que suscita variados questionamentos que podem levar o aluno a refletir sobre a sua posição social, política, econômica e cultural dentro do contexto em que vive.
O papel da escola é crucial na ampliação não só do público leitor, mas também do material de leitura e dos modos e ritmos de ler. Nesse ponto, podemos nos reportar à importância do contato dos alunos com os diversos gêneros textuais, conforme já citado anteriormente. Aliás, ela nos alerta para a necessidade de valorizar as condições concretas de comunicação literária, alegando que a leitura não se dá no vazio, já que se trata de uma atividade que implica sociabilidade.
A partir disso torna-se mais fácil para o aluno perceber-se como um ser pensante e crítico, capaz de compreender não só a si mesmo como também ao outro e, consequentemente, tornar-se apto a intervir na realidade, a fim de mudá-la para melhor.

Andrea Cristina Marques, Mestre em História, Cultura e Sociedade pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG.

Referências bibliográficas:
ALVES, Roberta Monteiro. Literatura de cordel. Por que e para que trabalhar em sala de aula. In: Revista Fórum Identidades, Sergipe, v. 4, 2008.
ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1998.
CHAUÍ, Marilena de Souza. Cultura e democracia:o discurso competente e outras falas. São Paulo: Moderna, 1982.
CHIAPPINI, Lígia. Reinvenção da catedral. São Paulo: Cortez, 2005.
ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Estudos Culturais: uma introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. O que é, afinal, Estudos Culturais? Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
FEREIRA, Antônio Celso. Literatura. A fonte fecunda. In: PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tânia de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009.
GRILLO, Maria Ângela de Faria. A literatura de cordel e o ensino de história. In: Cultura Escolar Migrações e Cidadania, Portugal, 2008.
MACHADO, Maria Clara Tomaz. Escola: me diga como tratas a cultura popular e eu te direi quem és. In: Cadernos de História, Uberlândia, v. 6, nº 6, 1995/1996.
MARTINS, Cristiane Roberta. Literatura de cordel em sala de aula: um estudo do gênero. Trabalho monográfico. Franca, 2008.
SANTOS, Antônio Fernando Rocha dos; SANTOS, Marinalva Bezerra Menezes. Brasília, nossa capital , 50 anos. Esperança, 2010.
SILVA, Andrea Betânia da. O trabalho com cordéis em sala de aula: pendurando preconceitos e colhendo frutos. In: Cadernos de Letras, Salvador, v. 3, nº 5, 2008.
PESAVENTO, Sandra. Relação entre história e literatura e representação das identidades urbanas no Brasil (séculos XIX e XX). In: Revista Anos 90, n° 4, 1995.
ROJO, Rosane. O texto como unidade de ensino e o gênero como objeto de ensino da Língua Portuguesa. In: TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Encontro na linguagem: estudos linguísticos e literários. Uberlândia: EDUFU, 2006.


22 comentários:

  1. O texto é bastante rico e gostei quando citou Escotesguy dizendo “(...) Elas não são vistas como exteriores entre si, mas comportando cruzamentos, transações, intersecções”.

    A História e a Literatura estão se comunicando e trocando informações. Livros como “É Isto um Homem?” do Primo Levi, “Os Sertões” do Euclides da Cunha, “Guerra & Paz” do Leon Tolstói e tantas outras obras, nos mostram o quanto de informações históricas e culturais de uma população, em um certo período, podemos extrair de textos produzidos por não historiadores.

    Partindo do pressuposto de que a literatura, tanto de cordel quanto a clássica, tem ajudado no ensino de História, eu pergunto: posso usar, sempre que possível, livros de literatura de um período específico, inclusive como o citado anteriormente "Os Sertões" do Euclides da Cunha que fala sobre a Guerra de Canudos, como material de apoio no ensino da História?

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    1. Maicon, a literatura sempre pode ser utilizada nas aulas de História, seja ela a literatura clássica ou em forma de cordel. As obras literárias são extremamente ricas para "iluminar" e representar determinados períodos históricos, a exemplo de "Os Sertões", livro tão relevante de nossa literatura.

      Andrea Cristina Marques

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  2. Ao ler o texto escrito por Andrea Marques, foi possível visualizar a teoria, bem como a prática docente. Minha única dúvida na verdade é mais uma curiosidade: foi citado ao longo do texto um site com vários cordéis, onde posso encontra-lo? Também como curiosidade (sei que não era pretensão do texto ser um relato de experiência), gostaria de saber se a autora já utilizou cordéis em sala de aula e como se deu a experiência (sob quais circunstâncias) e qual sua avaliação (positiva?) do feedback das/os estudantes.

    Grata,
    Aline Ferreira Antunes

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    1. Aline, tenho uma coleção particular de cordeis, mas outros você pode encontrar em Bibliotecas Virtuais como o ACERVO DE CORDEIS CASA DE RUI BARBOSA, FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. E em relação à utilização do cordel em sala de aula, estou colocando em prática em minhas aulas, no ensino fundamental II, mas por enquanto é só um começo desta prática.

      Andrea Cristina Marques

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  3. Ao dizer "A literatura de cordel pode perfeitamente contribuir para uma educação voltada para a realidade, na medida em que apresenta ao aluno uma visão de mundo, que pode se assemelhar ou não à sua, mas que suscita variados questionamentos que podem levar o aluno a refletir sobre a sua posição social, política, econômica e cultural dentro do contexto em que vive.", inclui-se nesse contexto as evoluções tecnológicas, como por exemplo, uso de softwares que 'imitam' a xilografia e ilustrações de cordel e assim, adequando a situação do aluno para com as novas formas de se representar um cordel que não mais como era há décadas?
    Camila Cristina dos Reis de Almeida

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Camila, creio que um cordel será sempre um cordel, pois nada apaga a riqueza de sua rima, de sua poética, mesmo que ele esteja sendo produzido em tempos "hipermodermos" como o nosso. Acredito que sua contribuição esteja bem além disso e podemos também problematizar a produção do cordel, ou seja, em que época e com que tipo de material ele foi produzido, isso vai enriquecer muito mais as aulas.

      Andrea Cristina Marques

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  4. Trabalho, na minha tese, questões relativas a inserção de outras narrativas no ensino de História, tal qual os cordéis, só que no meu caso lido com a poesia história, dentre outros gêneros. Portanto, seu texto traz contribuições para minha pesquisa. Contudo, levanto algumas questões: seria mesmo impossível dar uma aula de História sem a leitura de um texto? Um bom filme e um professor bem preparado não poderiam possibilitar uma aula sem leitura textual? E o que dizer da leitura de imagens em conjunto com a experiencia do professor e dos alunos? Acredito que se houver embasamento para argumentação, os próprios alunos, individualmente ou em grupos, pode produzir textos de valor histórico. A leitura e a escrita formal constituem a base da educação escolar, mas se um aluno não as domina por ser disléxico,por exemplo, ele está, automaticamente, excluído da aprendizagem? O que você pensa da inclusão? Quando você afirma que o professor deve produzir seu material didático não seria mais conveniente afirmar que ele tem por obrigação planejar suas aulas? Que requisitos você considera importantes para que os alunos se insiram na modernidade? Será mesmo que são os alunos que se contentam com um ensino superficial ? Será que esse modelo não parte, ou está arraigado, na cultura escolar?
    Pensar em outras situações e cotejar com sua proposta só a tornariam ainda mais importante...

    Rosiane Marli Antonio Damazio

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  5. Olá, sou graduanda do curso de história na Universidade Estadual de Maringá - Uem, e primeiramente gostaria de parabeniza-la pelo artigo. Sendo assim,
    É perceptivel ao longo do texto, e em salas de aulas que os alunos de hoje possuem certa dificuldade com a prática da leitura, no quesito de desinteresse, talvez porque não houve incentivo na fase infantil ou porque não teve acesso a um livro de agrado que o levasse para esse mundo da imaginação. Como tenho pretensão de levar aos meus alunos conteúdos que possam levarem ao gosto à leitura, vejo que, a partir da leitura do artigo, os cordéis se mostram como uma opção, mas minha dúvida é como mostrar para os jovens, principalmente do Ensino Fundamental II, que entre a literatura e a realidade história existe uma lacuna, ou seja, como estabelecer esse paralelo entre realidade e ficção e deixar claro o que realmente e o que é criação do autor?

    Att.
    Ana Eduarda Bazzo Pupim

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  6. O texto é bastante rico e gostei quando citou Escotesguy dizendo “(...) Elas não são vistas como exteriores entre si, mas comportando cruzamentos, transações, intersecções”.

    A História e a Literatura estão se comunicando e trocando informações. Livros como “É Isto um Homem?” do Primo Levi, “Os Sertões” do Euclides da Cunha, “Guerra & Paz” do Leon Tolstói e tantas outras obras, nos mostram o quanto de informações históricas e culturais de uma população, em um certo período, podemos extrair de textos produzidos por não historiadores.

    Partindo do pressuposto de que a literatura, tanto de cordel quanto a clássica, tem ajudado no ensino de História, eu pergunto: posso usar, sempre que possível, livros de literatura de um período específico, inclusive como o citado anteriormente "Os Sertões" do Euclides da Cunha que fala sobre a Guerra de Canudos, como material de apoio no ensino da História?

    Agradecido,
    Maicon Alan Santos Ventura.

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  7. 1° qual seria a melhor forma de escolher um cordel para trabalhar com crianças, tendo em vista que a maioria é escrita de forma em que a grafia foge das normas gramaticais?

    2º levando em conta as poucas aulas de história da grade curricular e no caso das escolas particulares a pressão da utilização do material obrigatório. Como trabalhar mais profundamente como propõe o texto, a literatura de cordel em sala de aula?

    Ellen dos Santos Oliveira

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  8. 1º a história cultural ou a história das mentalidades, pode construir uma história erudita com base em literaturas populares?

    2º Como utilizar de forma objetiva, para uma apredizado sistemático e coerente das mentalidades socias em que vivemos, textos que trazem mais o senso comum, como é o caso dos cordéis?

    Leones Carlos pereira

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  9. Boa noite,
    gostaria que, se possível, você apresentasse uma metodologia (prática) viável para o uso do cordel em sala de aula, levando em consideração certo mal-estar provocado em algumas salas de aula acerca do mal uso do cordel por outros professores.
    Sempre que pergunto aos meus alunos se eles se interessariam por uma aula de história a partir do cordel, logo começam a reclamar e dizendo que fulano de tal usou em suas aulas e foi muito chato. O que posso fazer para tornar essa fonte de conhecimento mais atrativa?

    Thiago Acácio Raposo

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  10. Boa noite,
    gostaria que, se possível, você apresentasse uma metodologia (prática) viável para o uso do cordel em sala de aula, levando em consideração certo mal-estar provocado em algumas salas de aula acerca do mal uso do cordel por outros professores.
    Sempre que pergunto aos meus alunos se eles se interessariam por uma aula de história a partir do cordel, logo começam a reclamar e dizendo que fulano de tal usou em suas aulas e foi muito chato. O que posso fazer para tornar essa fonte de conhecimento mais atrativa?

    Thiago Acácio Raposo

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    1. Thiago, trabalhar o cordel em sala de aula requer "jogo de cintura", uma forma prática que sugiro para que as turmas possam ter interesse pela aula nesse caso seria eles mesmos produzirem seus cordeis, sendo que primeiramente o professor deve mostrar as particularidades dos cordeis, como a criação da rima e da poética e depois partir para a prática em si. Assim, eles se envolvem, desenvolvem temas e praticam a escrita. Podem também representar a história do cordel, fazer teatro, usando a criatividade a aula sempre se torna mais prazerosa.


      Andrea Cristina Marques

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  11. Olá, primeiramente parabéns pelo artigo.
    Partindo do pressuposto que existe alunos que sequer conhecem a literatura de cordel e da importância de ir além do livro didático em sala de aula, qual é sua opinião em que se possa trabalhar o cordel sem deixar a aula "chata"? Seria possível desenvolver um trabalho em conjunto com o professor de português? Como seria?

    Att,
    Wiliana Maiara do Nascimento

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  12. Boa noite

    Primeiro parabéns pelo trabalho, o texto está realmente muito rico e instigante.

    A minha dúvida é a respeito da contextualização necessária entre autor e obra: qual a real importância em conhecer a fonte, a recepção crítica da obra, o que se diz/disse e se escreveu sobre ela; além de entender o contexto sociocultural contemporâneo à fonte?

    Agradeço a atenção.
    Obrigado.

    Rafael Marcelino Tayar

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  13. Olá,

    Parabéns pelo texto. Sou graduanda de Letras e penso que a obra de arte sempre tem o poder de facilitar as relações interdisciplinares na escola. Uma questão que sempre debatemos nas aulas é que para despertar o gosto pela obra de arte, pela literatura, pela leitura etc., o professor precisa gostar disso também. Portanto, minha pergunta é a seguinte: você saberia me responder em que medida a formação de professores de História tem abordado essa questão, isto é, destacado a importância de ser um professor com olhar aberto para as manifestações de linguagens (especialmente as artísticas)? Estas práticas que aliam o ensino de história com a literatura etc. são comuns?

    Obrigada.

    Mariane Moser Bach

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  14. Parabéns pela boa relação proposta entre história e literatura de cordel e da teoria e prática pedagógica. Certamente suas provocações nos conduzem ao questionamento tão presente que remete aos desafios do professor de uma história-ciência e uma história lúdica e interdisciplinar.
    Marcos Lourenço de Amorim

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  15. Podemos afirmar que o exercício de estimular o aluno a produzir um texto em cordel na classe é uma atividade lúdica? Como o professor pode estimular seus alunos nessa produção?

    JAQUELINE CARDOSO PAIVA

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  16. Vivaldino Gonçalves Junior7 de abril de 2017 às 14:51

    Parabéns,excelente texto,facilmente identifica-se teoria e pratica docente

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