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Amáblis Cristina; Talita Mesquita

CULTURA AFRICANA NO BRASIL A PARTIR DA LEI 10639/03
Amábilis Cristina
Talita Mesquita
História - Centro Universitário de Belo Horizonte UniBH

No Brasil é aceita a ideia de que somos um país formado por três raças: índios, brancos e negros. Contudo, quando a história do Brasil é ensinada na escola, o estudante se depara com fatos que narram apenas a trajetória dos europeus na América. Pouco se sabe sobre os outros povos que ajudaram a formar a identidade do povo brasileiro.
Impulsionado pela Lei 10.639 de 2003, se tornou obrigatória a presença de conteúdo relacionado à cultura africana em todas as instituições de ensino, e fixou a permanência da comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar.
Importante salientar que a lei 11.645 de 2008 além de incluir o estudo da história e cultura dos povos indígenas, reforçou ainda mais a história da cultura africana. Assim, a legislação passou a exigir a inclusão no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade do estudo de tais culturas.
Necessário se faz o conhecimento desta lei e o aprofundamento nas táticas que podem ser aplicadas em sala de aula e até mesmo fora dela, para não só o ensino dos estudantes, mas também no desenvolvimento dos mesmos, enquanto cidadãos.
Na sociedade brasileira é inegável a supervalorização da cultura europeia e inferiorização das demais culturas, principalmente, as de matrizes africanas.
O eurocentrismo, por muitos anos, predominou e esteve presente no textos clássicos que fundaram a historiografia moderna no Iluminismo, distorcendo a visão dos europeus acerca dos demais povos do mundo. Teorias do século XIX, como o evolucionismo e o positivismo, podem ser considerados casos extremos deste provincialismo europeu, autodeclarado como universalista.
Esta visão eurocêntrica de mundo condiciona o nascimento disciplinar da História. Pouco se escreveu e analisou, até o início do século XX, sobre a história de outros povos e civilizações.
No decorrer do tempo, nos deparamos com diversas historiografias em que evidenciavam recortes específicos na história. A história tradicional foi rompida a partir dos anos 1930, com as contribuições da Escola do Annales, que segundo Peter Burke (1991) se evidenciava em três pontos principais, sendo eles: a interdisciplinaridade, a perspectiva totalizante e história problematizada.
Enquanto expressão da historiografia contemporânea, pós 2ª guerra, a História da África é resultante de dois fatores – a renovação crítica das Ciências Sociais, em especial, na historiografia; o crescente relativismo europeu diante de seus próprios valores.
Concomitantemente à historiografia contemporânea, uma nova historiografia surgiu nos anos 1950 sobre a África, realizada pelos próprios africanos. Trata-se de uma literatura que fazia eco com as primeiras lutas de libertação nacional na África. Desta forma, tratava-se de construir uma História que pudesse servir como instrumento de luta ideológica e política contra o inimigo colonialista.
O ensino da História e cultura afro-brasileira e africana no Brasil, sempre foi propagado de forma errônea e incompleta. Um dos temas mais abordados era sobre tráfico negreiro, e os estereótipos bem definidos, abrangendo apenas um foco – o negro sofredor, a escravidão.
Com a nova lei, em que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio e com o auxilio da nova historiografia (conforme falado acima), vemos este cenário mudando um pouco.
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Com esta lei, também foi instituído o dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro). Os livros didáticos (obrigatórios pelo PNLD) já estão quase todos adaptados com o conteúdo da Lei, mas, como as ferramentas que os professores podem utilizar em sala de aula são múltiplas, podemos recorrer às iconografias (imagens), como pinturas, fotografias e produções cinematográficas.
A lei versa sobre importantes perspectivas que devem ser trabalhadas em sala de aula, tais como, aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a luta dos negros no Brasil, cultura negra e o negro na formação da sociedade nacional e resgatar as contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes a história do Brasil.
Entretanto, ao passo deste grande avanço, vemos o ensino ainda caminhando em marcha lenta. Ainda se faz necessário conhecermos a cultura a fundo para entendermos nossa própria história. Segundo Nascimento (2008,p.5), “a imagem distorcida da África, ou sua omissão, nos currículos escolares brasileiros legitima e ajuda a erguer como verdades noções elaboradas para reforçar o supremacismo branco e a dominação racial.”
A escola por ser este espaço onde há diversidade étnico-racial e cultural, tem a responsabilidade na propagação confiável, na contribuição e no resgate da valorização da cultura africana e afro-brasileira, tendo a obrigação de referenciar e tornar visíveis a diversidade de sujeitos e de culturas que se fazem presentes em seu ambiente. Um viés importantíssimo que deve ser tratado também é o racismo, preconceito e discriminação, já muito conhecido na sociedade.
A discriminação racial e cultural no Brasil está enraizada em nosso intelecto ha séculos, posto que tende-se a apreciar a cultura dos países europeus e menosprezar a cultura de outros povos, como os africanos, os indígenas e os asiáticos, tão importantes para a formação da nossa identidade cultural. Parte deste preconceito é claramente observado quando, grande parcela da população tem em mente que no continente africano só existe negros e que há a predominância da fome, da miséria e de doenças.
Essa visão deve-se a propagação desta imagem negativa transmitida pela televisão, através de filmes e documentários, que ainda se cercando de uma visão eurocêntrica, tende a mostrar somente uma parte da verdade.
Infelizmente, ao analisarmos o ensino na sala de aula, vemos a deficiência nessa parte da história e a falta de preparo dos educadores.
São diversos empecilhos que dificultam colocar em prática a educação das relações étnicoraciais. Romper com tais obstáculos não é um trabalho fácil, porém, não impossível.
Isto posto, enfatiza Gomes (2003,p.74), “avançar na construção de práticas educativas que contemple o uno e o múltiplo significa romper com a ideia de homogeneidade e unificação que ainda impera no campo educacional”.
Hoje, faz-se necessário a valorização da contribuição africana na formação do provo brasileiro e em sua identidade. “Conhecer a história do continente africano é buscar nossas raízes históricas e culturais, já que os africanos e seus descendentes construíram de forma significativa, nosso país, em termos materiais e culturais” (Amâncio, 2008, p.39)
Os africanos deixaram suas marcas e contribuíram para nossa formação sociocultural mais evidentes nas manifestações da cultura material, construções edificadas, fabricação de objetos como esculturas, artesanato, adornos, instrumentos musicais, ritmos, entre outros.
Ao apresentarmos a cultura, desmistificando saberes sobre a religião, enfatizando a riqueza deixada por eles, tornamos visível, a importância de nos orgulharmos de nossas origens étnico-raciais e culturais.
A não percepção na historiografia e história do seu povo e seus aspectos culturais, os indivíduos tendem a negar-se perante o outro, principalmente pela ausência da sua cultura no currículo escolar e nos materiais didáticos.
“A invisibilidade se efetiva quando, dentre um vasto e diverso campo de conhecimento e significados, são selecionados apenas os conhecimentos de uma determinada cultura, considerada mais ampla e esses conhecimentos e significados são legitimados como “tradição”, o “passado significativo”, enquanto os demais são ocultados ou apresentados de forma conveniente, de forma a não gerar conflitos com o saber legitimado” (Silva, 1996, p.121)

Referências
AMÂNCIO, Iris Maria da Costa. África-Brasil-África matrizes, heranças e diálogos contemporâneos. Editora PucMinas, 2008
GOMES, N. L. Educação e diversidade étnico-cultural. In: RAMOS, M.N; ADÃO, J.M.; BARROS, G.M.N. (Coords.). Diversidade na educação: reflexões e experiências. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2003.
NASCIMENTO, E. L. (Org.). Cultura em Movimento: matrizes africanas e ativismo negro no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2008.


25 comentários:

  1. Entendemos que uma lei não implica necessariamente uma mudança drástica nas práticas historicamente constituídas de desvalorização da história e da cultura do povo negro nas salas de aula. No trabalho diário do professor, o cuidado deve ser ao máximo para se evitar um resultado contrário, como até mesmo reforçar ainda mais a situação de exclusão do povo negro do sistema de ensino.
    Como era o estudo voltado para a cultura afro nos bancos escolares antes das mudanças educacionais ?
    Adriano da Silva

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    1. Olá, Adriano. Tentamos esclarecer um pouco a aplicação da lei e as dificuldades que encontramos hoje em aplicá-la. Como foi dito, não havia (em boa parte das escolas) a valorização da cultura africana, e sim e ensino eurocêntrico, ou seja, apenas uma parte da história era passada, mostrando o negro enquanto escravo e não como parte importante da História e cultura do nosso país. Não havia essa valorização e visibilidade da cultura africana. Esperamos ter esclarecido sua dúvida. Obrigada.

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  2. O que as autoras entendem por "africanidade"?
    Roberto Carlos Simões Galvão

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    1. Olá Roberto. Entendemos africanidade como sendo as raízes da cultura brasileira que têm sua origem africana. Os costumes, cultura e afins que estão ligados à nós, na nossa identidade e que vieram dos povos africanos. Esperamos ter esclarecido sua dúvida.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Oi Amáblis e Talita, parabéns pela pesquisa que torna-se cada vez mais importante nesse momento contemporâneo de ameaça de retrocesso aos direitos democráticos, principalmente à visibilidade e conquista da população negra nos últimos anos. Como estudiosa da História Cultural e do Patrimônio, gostaria muito de saber como seria possível tirar a "africanidade" do obscurantismo do preconceito e relação de poder brancas através da visibilidade cultural em espaços não-tradicionais, à exemplo do que fez o movimento negro organizado e outros atores sociais com o projeto do Museu de Percurso Negro de Porto Alegre (RS), onde até então só se valorizava a cultura européia? Como ressaltar a presença negra, a presença africana em espaços "tradicionalmente brancos"? Como mostrar que nem só de portugueses, italianos e alemães viveram muitos espaços que hoje ainda os consagram atuando no esquecimento da presença negra e intimidando a apropriação cultural desses mesmos espaços patrimoniais pela população negra atual?


    Janaina Cardoso de Mello
    UFS/UFAL/IFS
    Pós-Doutoranda em Estudos Culturais (PACC-UFRJ)

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  5. Amáblis e Talita bom dia ! primeiramente parabéns pelo artigo.
    Como negro e defensor da causa negra no Brasil vou começar parafraseando o grande Januário Garcia " EXISTE UMA HISTÓRIA DO POVO NEGRO SEM O BRASIL. MAS NÃO EXISTE UMA HISTÓRIA DO BRASIL SEM O POVO NEGRO "
    Como vocês muito bem colocaram, com o advindo da lei 10.639/03 foram propostas novas diretrizes curriculares para o ensino de História e cultura afrobrasileira e africana, os professores foram orientados a resaltar em sala de aula as contribuições dos africanos e afrodecendentes para cultura brasileira etc .
    Só que ao passo que todas essas conquistas vem sendo colocadas em prática, ainda sinto a necessidade de termos uma História do Brasil sendo contada sob os olhares dos negros e indigenas. Pra vocês o que fazer para termos mais essa conquista?
    Carlos Alessandro do Nascimento
    6º PERÍODO LICENCIATURA EM HISTÓRIA
    UFPI/EaD
    Esperantina / PI

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    1. Olá, Carlos. Acreditamos que muitas metodologias podem ser adotadas para que consigamos melhorar ainda mais a educação neste contexto. Podemos usar, por exemplo, as poesias de africanos para trabalharmos com os alunos o olhar do outro sobre nós. Poesias indígenas que são riquíssimas ao relatarem seus sentimentos em relação ao "homem branco". Sem falar em na cinematografia produzida por eles que nos permite entender o contexto ao qual nos referimos. Enfim, há "n" possibilidades para trabalharmos dentro e fora de sala, evidenciando o olhar do africano e indígena e a chegada do "homem branco" no Brasil. Esperamos ter ajudado. Obrigada.

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    2. Talita obrigado pela resposta, vou por em prática suas dicas . boa tarde!

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  6. Mesmo com a 10.639 o ensino sobre cultura e religião afro acaba de certa forma sendo preterido pro alguns professores. A temática negra só é vista em algumas escolas na semana da consciência negra ou quando se fala sobre o tráfico de escravos no período colonial, apesar de ser um avanço, a referida lei precisaria de um complemento para reforçar o seu cumprimento dentro da sala de aula?

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    1. Olá Oziel. Infelizmente mesmo depois da lei vemos que o cenário não mudou tanto, porém acreditamos que a escola e os professores tem um papel fundamental aí, embora ainda haja o predomínio da história tradicional. Apenas leis e complementos para elas não mudarão esse contexto se a própria mentalidade dos professores não mudarem. Então, acreditamos que para que essa mudança aconteça é necessário um trabalho em conjunto. A lei, a escola, professores, comunidade, a nova história e etc. Esperamos ter esclarecido sua dúvida. Obrigada.

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  7. Boa noite. Parabéns pelo artigo, de excelente qualidade. Diante do exposto gostaria de saber como podemos definir e trabalhar o conceito de interculturalidade, justificando a sua relevância nas relações entre educação intercultural e direitos humanos?

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  8. CREIO QUE A LEI 10.639 E 11.645 nos possibilita enquanto docentes a ultrapassar as fronteiras impostas pelos materiais didaticos (musicalidade, religiosidade, cultura..), estimulando e proporcionando conhecimento mais aprofundado ( percebo que esse conteúdo ainda é muito superficial nas escolas) que possibilitem aos estudantes reformular, identificar e compreender suas referencias e sua identidade social....


    INDIARA OLIVEIRA DE ALMEIDA

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  9. Boa tarde meninas. Sabemos que mesmo com a lei 10639, ainda existem professores que fazem do livro didático uma ferramenta única e exclusiva de trabalho,ou seja,faz do livro uma bengala, sem a busca por novas fontes e problemáticas. Gostaria de saber se vocês pensam em algum complemento que pode auxiliar o professor e o ensino da cultura e religião afro dentro no ambiente escolar e a sala de aula?
    Luciene Fernandes

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  12. Parabéns pelo trabalho! Gostaria de saber qual a opinião de vocês com relação a política de cotas, que dentre seus objetivos está o combate ao racismo e a igualdade racial?


    Graciete Mousinho da Silva.

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  13. Parabéns pela pesquisa. É cada vez mais importante trabalhar culturas específicas em um mundo que se tenda a globalizar uma cultura para todos os povos. Gostaria de saber das pesquisadoras, até que ponto essa globalização leva ao "esquecimento" e até mesmo ao pré conceito com determinadas culturas, em determinadas épocas e por determinadas práticas?
    Obrigado. João Augusto Ribeiro Ruas

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  14. olá parabéns.. Quais características devemos enfatizar no ensino da sociedade africana, como maior importância na sua contribuição para o Brasil?

    Leones Carlos Pereira

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    1. Olá Leones. É fundamental a valorização do que está disposto na lei, características tais como o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. Esperamos ter esclarecido sua dúvida. Obrigada.

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  15. Parabéns pela temática do texto , gostei muito parabéns!!para a autora como seria uma boa metodologia para falar sobre a história do negro no Brasil , em uma sala de aula?




    Geise Batista Damasceno

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  16. Parabéns pela temática do texto!a escola como espaço de aprendizado, está fazendo seu papel como está decretado na lei , com relação a história do negro no Brasil ?



    Geise Batista Damasceno

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  17. Olá, parabéns pelo trabalho, sem dúvidas a lei é um bom pontapé inicial, porém o que se presencia pelo menos em boa parte escolas aqui da região Nordeste, é um discurso de África ainda muito limitado a pobreza do continente, as dificuldades vivenciadas e nós sabemos que se trata de um continente riquíssimo, pensando assim gostaria que se possível, me indicasse alguma fonte de material sobre o continente africano com o qual você já trabalha. Desde já agradeço.

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  18. A história da África em diversas literaturas é contada a partir da visão eurocêntrica, repleta de esteótipos, assim como em muitos documentários produzidos a cerca desta temática. Nessa perspectiva se faz necessário​ o uso de recursos didáticos diferenciados na tentativa de desfazer essa visão errônea construída ao longo dos tempos. Que títulos de filmes, documentários ou literaturas as autoras indicariam? Márcia Coêlho Nogueira

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  19. Sabemos que com essa lei que introduz no conteúdo escolar uma disciplina específica de Cultura Afro-brasileira contribui significativamente para os discentes ter uma visão larga da história negra no Brasil e Africa. Mas sabemos também que muitos professores necessitam de uma especialização nesta área. De que forma os professores podem e devem contribuir para uma aula lúdica na disciplina de cultura afro-brasileira?

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