Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Prof. Adj. História UNIFAP – Campus Oiapoque
Introdução
Pensar a pornografia no ensino de História pode parecer, para grande parte da população, algo impróprio e até mesmo ofensivo. Embora haja certo consenso em torno da importância de se tratar temáticas relativas à sexualidade nas escolas, a simples menção da palavra pornografia causa estranhamento, por se tratar de algo considerado proibido, sujo, lascivo, sem qualquer relação aparente com atividades educacionais.
O presente ensaio pretende estimular uma visão alternativa, ou seja, refletir sobre as possibilidades de se pensar historicamente a própria noção de pornografia, e as relações jurídicas, políticas e culturais que o conceito e a prática ensejaram em diferentes contextos ao longo do tempo, tornando-se um interessante objeto de estudo para estimular reflexões acerca da construção social de conceitos como marginalidade, repressão, outsiders, etc.
História e Pornografia: Brevíssima apresentação
Conceituar pornografia pode ser extremamente difícil, pois ao mesmo tempo que descreve um comportamento, também lhe imputa um valor, que muda ao longo do tempo.
A primeira tentativa conhecida de elaborar uma definição moderna para o termo pornografiasurgiu no Oxford English Dictionary, em 1857, buscando descrever a relação entre saúde pública e prostituição feminina.
Entretanto, a palavra pornografia e suas variações, com conotações modernas, já circulavam na França em meados do século XVIII.
“O conceito foi definido historicamente, e seu desenvolvimento como categoria esteve sempre sujeito a conflitos e mudanças. A pornografia especifica um argumento, não uma coisa, e designa uma zona de batalha cultural.” (HUNT, 1999, p.14)
De fato, no século XV iniciou-se uma maior produção e distribuição de livros contendo passagens com forte apelo sexual. Entre os séculos XVI e XIX, houve um crescimento gradual de produções literárias consideradas “indecentes”.
“O desenvolvimento da pornografia ocorreu a partir dos avanços e retrocessos da atividade desordenada de escritores, pintores e gravadores, empenhados em pôr à prova os limites do ‘decente’ e a censura da autoridade eclesiástica e secular” (HUNT, 1999. p.10)
Não por acaso, McConahy (1988) aponta que os autores de histórias classificadas como pornográficas eram justamente os hereges, livres-pensadores e libertinos de reputação considerada duvidosa.
“A pornografia não foi espontânea, foi definida num longo processo de conflito entre escritores, pintores e gravadores, por um lado, e espiões, policiais, padres e funcionários públicos, por outro. Seu significado político e cultural não pode ser separado de seu aparecimento como categoria de pensamento, representação e regulamentação. ” (MCCONAHY, 1988, p.30)
De modo geral, ao longo dos séculos XVI e XVIII, obras com forte apelo sexual censuradas eram postas ao lado de outros escritos contestatórios da ordem política e social, como os panfletos que criticavam o poder absoluto dos reis, o estilo de vida dos nobres e a moralidade cristã. Neste sentido, obras com teor considerados pornográficos não possuíam um estatuto específico, o que passaria a ocorrer apenas no final do século XVIII. (HUNT, 1999)
Neste sentido, é possível localizar neste período a gênese de uma tradição pornográfica relacionada diretamente com à crise geral das sociedades do Antigo Regime e o apogeu do Iluminismo. Por outro lado, no começo do século XIX, obras pornográficas passaram a ser consideradas inferiores aos outros escritos contestatórios da ordem social vigente. Os editores e escritores de livros considerados pornográficos se afastaram dos círculos políticos, ou foram expulsos deles.
Na Inglaterra, o Obscene Publications Act, reformulado em 1859, considerava obsceno qualquer material “que tivesse a tendência de depravar e corromper aqueles cujas mentes estavam abertas a tais influências morais”. Mais tarde, buscando uma classificação mais precisa, foi instituído o teste Hicklin. O teste, também aplicado nos Estados Unidos, consistia em indagar se um pai de família conseguiria ler, sem constrangimento, e em voz alta, para a sua mulher e seus filhos, o texto em questão. Apenas um pequeno trecho de um livro bastaria para que a comercialização da obra fosse proibida. Como aponta Silva (2013, p.114),
“Até meados do século XX era bastante comum que tribunais estadunidenses apoiassem a censura a obras literárias de mérito insuspeitável, como ‘O amante de Lady Chatterly’, ‘Ulisses’ e obras de Balzac. Ulisses foi proibido em 1920 a pedido da “Sociedade de Nova Iorque pela Supressão do Vício”, pelo fato de que o personagem principal do romance se masturba em determinado ponto da narrativa”.
A reversão do teste Hicklin no âmbito da Suprema Corte dos Estados Unidos viria ainda em 1957, com o julgamento do caso Roth v. United States. Para os juízes da Suprema Corte, sexo e obscenidade não seriam sinônimos, e a Primeira Emenda deveria proteger, portanto, qualquer obra que tivesse alguma relevância social.
Não por acaso, revistas pornográficas, no final dos anos 1950, passaram a ter seções dedicadas a artigos sobre saúde, lazer e comportamento. De forma irônica, editores de revistas e produtores de filmes passaram a incluir trechos de obras de Shakespeare nas revistas ou nos diálogos entre os atores pornôs, de modo a caracterizar “a relevância social da obra” (BOULWARE, 1997)
Nas últimas décadas do século XX, a pornografia tornou-se o principal adversário de dois movimentos socais aparentemente opostos: o conservadorismo religioso e uma determinada corrente do feminismo. A partir dos anos 1970, o discurso religioso contra as revistas e filmes pornôs ganhou força. Grupos passaram a lutar a nível local contra obras que consideraram um risco às famílias.
“A década de 1970 serviu de terreno fértil para o cultivo da nascente plataforma dos ‘valores familiares’. A ideologia da Guerra Fria tinha posto as saudáveis famílias americanas como um baluarte crítico contra o comunismo, e com o declínio da posição global dos Estados Unidos em face do fracasso no Vietnã, o embargo do petróleo da OPEP, e outros debacles, apoiar a família americana, uma instituição outrora venerável, mas abalada pela revolução sexual, assumiu uma importância social e política recém-descoberta pelos conservadores religiosos” (STRUB, 2010, p. 181)
Para o grupo que mais tarde seria identificado como feminismo antipornô, todo e qualquer tipo de material pornográfico deveria ser censurado, ou até mesmo eliminado, pois utilizava o corpo feminino como mercadoria, reforçando o machismo, ao estimular, direta ou indiretamente, o uso da mulher como objeto e o aumento da violência sexual.
As ativistas Andrea Dworkin e Catherine MacKinnon se destacaram como líderes do movimento feminista antipornografia. “Para Dworkin, a pornografia constituía um ethos, o ethos central do mundo dominado pelos homens. ” (STRUB, 2010, p. 245) Para Dworkin e MacKinnon, mulheres que trabalhavam na indústria pornô, fossem em filmes e/ou revistas, na verdade, seriam vítimas, muitas vezes inconscientes, do sistema patriarcal norte-americano.
De fato, como aponta McConahay (1988), em diversos momentos as feministas antipornografia se uniram à Direita Cristã em seu objetivo de não permitir que a Primeira Emenda protegesse obras pornográficas, gerando fortes críticas de outros setores do movimento feminista, defensores da liberdade de expressão.
Entretanto, é preciso estar atento para o fato de que não havia nenhuma questão religiosa presente na retórica das feministas antipornografia. Na verdade, a base do seu discurso era extremamente sofisticada.
“MacKinnon, em particular, dirigiu sua crítica para o liberalismo, cujos ideais abstratos de ‘liberdade, igualdade, privacidade, e expressão’ funcionavam para ratificar a ordem social existente ao atomizar direitos como questões estritamente individuais e, assim, desviar as pesquisas sobre as desigualdades institucionalizadas”. (STRUB, 2010. p.248)
Como resposta a este movimento, surgiu o Feminist Anti-Censorhip Taskforce (FACT), alegando que, na verdade, o discurso antipornografia feminista seria um desvio, por reproduzir justamente uma característica da cultura patriarcal norte-americana, na qual as mulheres precisavam ser “protegidas” das questões sexuais. “Para as feministas defensoras da liberdade de expressão, a impureza do pornô era um preço pequeno a pagar pelas liberdades duramente conquistadas sobre seus corpos e crenças”. (STRUB, 2010, p.248)
Estes debates ainda carecem de estudos mais profundos. Por outro lado, caracterizá-lo como uma “guerra” interna no movimento feminista, mesmo com os duros discursos dos dois lados, é sugerir que houve um movimento feminista consensual, ignorando a sua pluralidade característica.
Considerações finais
O presente ensaio não pretende encerrar o debate, mas justamente estimular reflexões acerca das possibilidades de se pensar a pornografia e todas as questões que se colocam ao seu entorno, como um importante objeto para o Ensino de História, possibilitando, principalmente, a discussão crítica acerca da historicidade das noções de comportamentos sociais considerados marginais e/ou transgressores.
Referências Bibliográficas
BOULWARE, Jack. Sex, American Style: an illustrated romp through the Golden age of heterosexuality. Venice: Feral House, 1997.
DUGGAN, Lisa. HUNTER, Nan D. Sexual Wars: sexual dissent and political culture. New York: Taylor & Francis, 2006.
HUNT,Lynn. Obscenidades e as Origens da Modernidade, 1500 – 1800. In: HUNT, Lynn. A Invenção da Pornografia. São Paulo: Hedra, 1999.
MCCONAHAY, John B. Pornography: The simbolic politics of fantasy. In: Law and Contemporary Problems. vol 51.n.1, 1988.
SILVA, Júlio César Casarin Barroso. Liberdade de Expressão, Pornografia e Igualdade de Gênero. In: Estudos Feministas. Florianópolis, 21(1): 424, jan.-abr.,2013.
STRUB, Whitney. Pervesion for Profit: The politics of pornography and the rise of the New Right. NY: Columbia University Press, 2010.
Muito interessante seu texto! Gostaria de compreender melhor como você pretende criar este link entre pornografia e ensino de História. Percebi uma certa História da pornografia, mas não ficou nítido para mim a relação com o ensino, principalmente a luz do currículo da disciplina. Obrigado.
ResponderExcluirOi, tudo bem? Então, de fato, a estratégia do texto (até pelo limite) foi apresentar as diferentes possibilidades que o tema traz para se discutir temas como sexualidade, moralidade, censura, etc., através da sua própria historicidade. As minhas reflexões sobre a relação entre pornografia e ensino de História ainda estão no começo, e este evento está sendo ótimo. Eu tenho em mente, que na educação básica, a seleção de determinadas fontes, como livros que já foram proibidos por serem considerados pornográficos, ou mesmo charges do século XVIII associando o comportamento libertino como crítica ao Antigo Regime, podem ser ótimos pontos de partida para desmistificar o termo em si e demonstrar como valores e normas são relevadoras das sociedades que as elaboram. Então, neste sentido, penso que a reflexão crítica acerca de determinadas fontes históricas em sala de aula, poderia ser um bom caminho.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Olá. Realmente são inúmeras as fontes históricas relacionadas à produção pornográfica ao longo da História, e muitas dessas fontes nos remetem a fatos importantes, como por exemplo, no período Pré- Revolução Francesa, onde a imprensa revoltosa e descontente com a maneira de governar do rei Luís XVI, passou a publicar, a fim de denegrir e ridicularizar sua imagem, inúmeros panfletos de cunho sátiro- pornográfico retratando sua esposa, a rainha Maria Antonieta, como protagonista de uma série de orgias no palácio de Versalhes. E diante da importância de determinados fatos, como trabalha- los em sala de aula, tendo em vista o forte conservadorismo que ainda impera em nossa sociedade? Como seria possível abordar esse tema sem gerar constrangimento em sala de aula, ou repulsa por parte dos pais e da própria escola?
ExcluirSilvia Regina Lourenço
Excelente ideia expressa no texto ,porém diante de uma sociedade ainda retrograda no que diz respeitos aos conteúdos pornográficos como se daria a abordagem dos conteúdos pornográficos no ensino de História de modo a não impactar a sociedade? Miss Lene Costa
ResponderExcluirOi Miss Lene, tudo bem? As fontes históricas relacionadas à produções pornográficas são muito variadas. Em geral a gente pensa em como dar aulas expondo um filme com sexo explícito ou fotos de nus frontais. Mas na verdade as obras pornográficas estão para além desse formato. É possível localizar charges que ridicularizavam determinados comportamentos sociais; desenhos e fotografias extremamente irônicas; as obras pornográficas também guardam muito bom humor em suas críticas sociais. Ou seja, é uma questão de seleção de fontes.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Concordo Alexandre a Mary Del priore no livro A História das Mulheres no Brasil traz ao debate a questão da sensualidade ,da sexualidade feminina presente na sociedade colonial articulando as com os preceitos dogmáticos existentes na colonia bem como apresenta a evolução da sexualidade feminina ao longo dos tempos.A seleção das fontes a serem utilizadas no ensino é sem dúvidas uma das etapas mais importantes do aprendizado histórico com base nos textos presentes que citei acredito que se possa trazer para a sala de aula o debate sobre conteúdos pornográficos sem causar estranheza nos discentes .
ExcluirFiquei interessado na pretensão que você colocou, pois realmente é uma discussão que precisa ser feita, falar de assuntos dentro da sexualidade ainda é um "tabu", a forma como você abordou a história da pornografia foi uma novidade para mim, no entanto ficou vago onde se encaixaria a pornografia com o ensino, como você pretende estabelecer essa relação?
ResponderExcluirFelipe Adriano Alves de Oliveira.
Oi Felipe, tudo bem? Então, eu acredito que essa relação pode ser estabelecida através da seleção de determinadas fontes históricas e a sua utilização em sala. Penso, por exemplo, em obras literárias que já foram censuradas por serem consideradas pornográficas e as charges que ridicularizam determinados comportamentos associados ao Antigo Regime. No período mais atual, o debates entre as feministas acerca do papel das mulheres nas produções pornográficas, é um ótimo debate para se fazer, pois é um debate muito forte. Então, eu penso essa aproximação através, principalmente, através de fontes selecionadas.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Olá Alexandre Cruz, tudo bem sim. Você mencionando as obras literárias em charges no período do Antigo Regime me lembrei das obras de duas pessoas importantes: Restif de La Bretonne (novelista francês) e o político Marquis de Sade, ambos produziram obras voltadas ao erotismo no século XVIII na França. Um debate voltado a temática de gênero é algo que precisa sim ser discutido com os alunos, acredito que formulando um plano de aula eficiente seja algo enriquecedor. Abraço!
ExcluirFelipe Adriano Alves de Oliveira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTalita Gonçalves Medeiros: Olá Alexandre, muito interessante sua reflexão e proposta. Assim como os demais colegas acima, fiquei inquieta sobre a relação de como criar esse link entre entre pornografia e ensino de História e como isso reverberaria na escola junto a direção e aos pais e até mesmo frente a um cenário extremamente conservador que atualmente está se implementando na sociedade. Além disso, gostaria de saber se seu estudo não pretende abarcar a questão dos estudos de gênero? sabemos que os estudos de gênero é uma importante ferramenta analítica para compreender como a sexualidade, talvez a pornografia também, se estruturou nas sociedades no séculos XVI até meados do século XX.
ResponderExcluirAté o presente momento é isso.
Grata pela atenção.
Talita Gonçalves Medeiros
Oi Talita, tudo bem? A sua pergunta foi muito pertinente. Como disse acima, acredito que a seleção de determinadas fontes históricas: charges do século XVIII; fotografias; trechos de obras consideradas pornográficas, podem ser muito úteis para discutir em sala a flexibilidade de conceitos morais. Agora, o debate sobre questão de gênero é fundamental. O movimento feminista, grosso modo, se divide sobre o papel da mulher nessas obras; por um lado, há ativistas que vêem na pornografia a vulgarização do corpo feminino, sendo criticadas por uma ala mais progressista que defende o papel das mulheres fazerem o que bem entendem com seus corpos. Acho que dá um debate interessante.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Olá Alexandre, muito interessante sua reflexão e proposta. Assim como os demais colegas acima, fiquei inquieta sobre a relação de como criar esse link entre entre pornografia e ensino de História e como isso reverberaria na escola junto a direção e aos pais e até mesmo frente a um cenário extremamente conservador que atualmente está se implementando na sociedade. Além disso, gostaria de saber se seu estudo não pretende abarcar a questão dos estudos de gênero? sabemos que os estudos de gênero é uma importante ferramenta analítica para compreender como a sexualidade, talvez a pornografia também, se estruturou nas sociedades no séculos XVI até meados do século XX.
ResponderExcluirAté o presente momento é isso.
Grata pela atenção.
Talita Gonçalves Medeiros
Oi Talita, tudo bem? A sua pergunta foi muito pertinente. Como disse acima, acredito que a seleção de determinadas fontes históricas: charges do século XVIII; fotografias; trechos de obras consideradas pornográficas, podem ser muito úteis para discutir em sala a flexibilidade de conceitos morais. Agora, o debate sobre questão de gênero é fundamental. O movimento feminista, grosso modo, se divide sobre o papel da mulher nessas obras; por um lado, há ativistas que vêem na pornografia a vulgarização do corpo feminino, sendo criticadas por uma ala mais progressista que defende o papel das mulheres fazerem o que bem entendem com seus corpos. Acho que dá um debate interessante.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Olá Alexandre, muito interessante sua reflexão e proposta. Assim como os demais colegas acima, fiquei inquieta sobre a relação de como criar esse link entre entre pornografia e ensino de História e como isso reverberaria na escola junto a direção e aos pais e até mesmo frente a um cenário extremamente conservador que atualmente está se implementando na sociedade. Além disso, gostaria de saber se seu estudo não pretende abarcar a questão dos estudos de gênero? sabemos que os estudos de gênero é uma importante ferramenta analítica para compreender como a sexualidade, talvez a pornografia também, se estruturou nas sociedades no séculos XVI até meados do século XX.
ResponderExcluirAté o presente momento é isso.
Grata pela atenção.
Talita Gonçalves Medeiros
Oi Talita, tudo bem? A sua pergunta foi muito pertinente. Como disse acima, acredito que a seleção de determinadas fontes históricas: charges do século XVIII; fotografias; trechos de obras consideradas pornográficas, podem ser muito úteis para discutir em sala a flexibilidade de conceitos morais. Agora, o debate sobre questão de gênero é fundamental. O movimento feminista, grosso modo, se divide sobre o papel da mulher nessas obras; por um lado, há ativistas que vêem na pornografia a vulgarização do corpo feminino, sendo criticadas por uma ala mais progressista que defende o papel das mulheres fazerem o que bem entendem com seus corpos. Acho que dá um debate interessante.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Olá Alexandre, gostei demais do tema, muito interessante. Gostaria de saber como poderíamos desenvolver melhor a relação entre pornografia e história na sala de aula.
ResponderExcluirRamon Bezerra de Souza
Oi Ramon, tudo bem? Eu acredito que através de fontes históricos selecionadas é possível abordar o tema em sala sim. A pornográfica não se resume à filmes com sexo explícito ou fotos de nus frontais. Há muita ironia em textos, trechos de livros, charges e mesmo fotografias. Além de estimular um debate importante: qual o papel da mulher nessas obras? Há diferentes interpretações no interior do movimento feminista sobre isso.
ExcluirAlexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
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ResponderExcluirBoa tarde Alexandre,
ResponderExcluirConfesso que ao ler o tema já me despertou interesse, pois, me intrigou como trabalhar a pornografia no ensino da história, sem ser crucificada pela sociedade em geral (mais especificamente os pais dos alunos, visto que ainda é um tabu em nossa sociedade), porém ao ler seu texto, me deparei com o histórico da pornografia, muito bem detalhado por sinal, mas a meu ver, não respondeu a proposta no tema: Pornografia e Ensino da História. Como fazer um elo das abordagens entre pornografia e o ensino, sem que haja uma grande revolta por parte dos pais e da sociedade em geral?
Atenciosamente,
Valéria Cristina Turmina
Oi Valéria, tudo bem? A sua reflexão é muito próxima a uma que respondi acima. Vou copiar a resposta, e a partir dela podemos desenvolver o debate.
Excluir"Então, de fato, a estratégia do texto (até pelo limite) foi apresentar as diferentes possibilidades que o tema traz para se discutir temas como sexualidade, moralidade, censura, etc., através da sua própria historicidade. As minhas reflexões sobre a relação entre pornografia e ensino de História ainda estão no começo, e este evento está sendo ótimo. Eu tenho em mente, que na educação básica, a seleção de determinadas fontes, como livros que já foram proibidos por serem considerados pornográficos, ou mesmo charges do século XVIII associando o comportamento libertino como crítica ao Antigo Regime, podem ser ótimos pontos de partida para desmistificar o termo em si e demonstrar como valores e normas são relevadoras das sociedades que as elaboram. Então, neste sentido, penso que a reflexão crítica acerca de determinadas fontes históricas em sala de aula, poderia ser um bom caminho".
Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
A censura contribuiu para a divulgação no período em que se diz, principalmente em séculos passados? E a dita proibição serviu, por exemplo, em épocas sem os meios atuais de comunicação mais diversificados e acessíveis, para uma certa divulgação do material, ou da existência desses conteúdos pornográficos?
ResponderExcluirAtenciosamente,
Thiago Alcantara da Silva
Oi thiago, tudo bem? Depois da invenção da prensa móvel, as censuras perderam um pouco a eficácia. Além de haver um rede de produtores e consumidores dessas publicações proibidas.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirSenti na sua comunicação o mesmo silêncio que a colega e os colegas falaram. Eu, enquanto professor, talvez não pensaria pornografia enquanto um conceito temporal apenas, mas tentaria pensar também enquanto um fenômeno que ocorreu através dos tempos e que, posteriormente, adquiriu esse conceito para atingir determinados fins.
Penso que a questão do relacionamento sexual pode ser usado para pensar:
- A liberdade do(a) indivíduo para executar o tal ato independente do qual período seja.
- A questão do patriarcado. Até que ponto uma posição sexual não significava uma subjugação de um gênero pelo outro? Trato como referência as fotos das moedas antigas do período romano que estão contidas nesse site aqui: http://www.fatosdesconhecidos.com.br/moedas-sexo-conheca-moedas-de-roma-antiga-cunhadas-com-posicoes-sexuais/
Espero ter contribuído para o debate e se poder e quiser leia a minha comunicação sobre Pensar o Ensino de História sob o viés do Anarquismo. Estou na mesma mesa que a sua. Abraços!!
Carlos Mizael dos Santos Silva
Oi Carlos, tudo bem? Como as suas reflexões se aproxima de reflexões publicadas acima, irei copiar uma resposta já dada para que possamos desenvolver o debate. E sim, participarei da sua mesa como leitor. Abs.
Excluir"Então, de fato, a estratégia do texto (até pelo limite) foi apresentar as diferentes possibilidades que o tema traz para se discutir temas como sexualidade, moralidade, censura, etc., através da sua própria historicidade. As minhas reflexões sobre a relação entre pornografia e ensino de História ainda estão no começo, e este evento está sendo ótimo. Eu tenho em mente, que na educação básica, a seleção de determinadas fontes, como livros que já foram proibidos por serem considerados pornográficos, ou mesmo charges do século XVIII associando o comportamento libertino como crítica ao Antigo Regime, podem ser ótimos pontos de partida para desmistificar o termo em si e demonstrar como valores e normas são relevadoras das sociedades que as elaboram. Então, neste sentido, penso que a reflexão crítica acerca de determinadas fontes históricas em sala de aula, poderia ser um bom caminho".
Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
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ResponderExcluirBoa tarde! Ótimo texto! Gostaria que você pudesse discorrer um pouco sobre como o professor poderia se posicionar diante das possíveis reações negativas que a equipe pedagógica de um colégio poderia apresentar diante deste tema que é um grande tabu??
ResponderExcluirAbraços
Greiciane Farias da Silva
Oi Greiciane, tudo bem? Como disse acima, pode-se utilizar determinadas fontes históricas que não estão necessariamente associadas ao sexo explícito ou ao nu frontal. As obras pornográficas também podem guardar muito humor em suas críticas sociais. O que de certo modo, "suaviza" o debate. O interessante seria justamente desconstruir esse tabu.
ExcluirAbs,
Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
olá, Boa Noite, achei muito interessante a temática, entretanto gostaria de tirar uma dúvida, você acredita mesmo que seja possível trabalhar com essa temática com adolescentes de escola pública?
ResponderExcluirOlá Gildema, tudo bem? Eu acredito sim. Por que seria mais fácil com adolescente de escola particular? Como disse acima, obras consideradas pornográficas variam ao longo do tempo e estão para além do sexo explícito e do nu frontal. Há muitas charges, humor ironia. Acho que daria pra trabalhar com adolescentes de escolas públicas e particulares.
ExcluirAbs,
Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa noite Alexandre, achei muito interessante sua abordagem, foi algo novo para mim e é um tabu à ser quebrado, creio que no ensino superior seja mais fácil trabalhar com este material, porém acha que encontraria facilidade em trabalhar com o mesmo material nas escolas públicas de ensino médio por exemplo? Pois você teria três barreiras, a diretoria da escola, a questão de alguns pais dos alunos e o fato da própria reação dos alunos, gostaria de saber como lidaria com tal problematização, obrigado.
ResponderExcluirDiógenes Ribeiro da Silva
Olá Diógenes, tudo bem? As diferentes obras consideradas pornográficas ao longo do tempo são variadas. Muitas atualmente não passariam de charges provocativas. Então acredito que uma boa seleção de fontes pode estimular o debate sobre o assunto, sem necessariamente criar polêmicas.
ExcluirBoa noite, Alexandre Cruz.Confesso que ao ler o título do seu trabalho pensei logo na pornografia como vista hoje em dia e comecei a lê-lo com certa descrença de aplicabilidade. Entretanto, a partir da leitura de seu texto, compreendi que você faz uma abordagem acertada com o olhar de um historiador, percebendo como a pornografia é representada em diversos tempos e espaços.
ResponderExcluirFiquei bastante aliviada ao identificar uma possibilidade coerente para o trabalho com o tema em sala de aula. Entendo que, assim como qualquer tema cultural, este pode nos ajudar a compreender o outro e a nós pela semelhança ou pela alteridade.
Infelizmente, porém, considero um tema de difícil abordagem em nível de ensino básico, especialmente no ensino fundamental, devido ao conservadorismo de nossa sociedade.
Consigo imaginar um projeto interdisciplinar trabalhado por um professor ou professora de Educação Sexual juntamente com um professor ou professora de história. Você acredita nessa possibilidade?
Desde já agradeço a resposta,
Cicera Tamara Graciano Leal da Silva Fernandes
Ola cicera, acredito que a junção de um professor de ensino sexual com um de história é possivel sim, eu perguntei ao professor Alexandre se tem alguma coisa a ver com uma proposta como essa feita por: "Ulisses F. Araujo" - Temas Transverssais e a Estratégia de Projetos; Pag. 59 - 65, Editora Moderna - 2006"... caso não conheça a fonte, leia é muito interessante e justamente trabalha com esse tema discutido.
ExcluirOlá Cicera, eu acho que é possível também. O tema pode ser abordado de forma interdisciplinar. Acho que com planejamento e uma seleção adequada de fontes, não haveria tanta resistência, porque o que foi considerado pornográfico no passado, em muitos casos, hoje é algo cotidiano, o que serviria para demonstrar a flexibilidade e os usos políticos do termo.
Excluirmuito interessante a visão conservadora sobre a literatura pornográfica vista historicamente. mas como mostrar para o aluno que essa temática vai aprofundar seu conhecimento histórico?
ResponderExcluirDepende do plano de aula. Pode-se pensar as produções consideradas pornográficas como instrumento de crítica social ou, mais atualmente, como um tema que geraria reflexão sobre as questões de gênero. Abs
ExcluirMuito interessante o assunto, porém como proceder em sala de aula? Como falar de pprnografia sem que isso seja confundido com apologia ao sexo e até mesmo evitando confundir-se com assedio sexual?
ResponderExcluirOlá tudo bem? Acho que é uma questão de abordagem e seleção de fontes. A pornografia não se reduz necessariamente ao sexo explicito. Mesmo por conta da censura nos anos 1950, 1960, por exemplo, várias revistas passaram veicular matérias sobre comportamento, moda, etc. São fontes históricas como qualquer outra. Acredito que os docentes saberiam como abordar o tema sem necessariamente gerar problemas do tipo.
ExcluirAbs
Olá professor Alexandre, achei deveras interessante sua proposta de ensino, o texto foi muito informativo e muito interessante, gostaria muito de saber se ao pensar nesses seus estudos você estaria aplicando de alguma forma um dos metodos propostos nos livro de: "Ulisses F. Araujo" - Temas Transverssais e a Estratégia de Projetos; Pag. 59 - 65, Editora Moderna - 2006"... Onde podemos entrelaçar no eixo transversal dentro do tema de educação sexual com todas as materias, no caso em história, pelo que entendi do seu texto ele pode sim ser categorizado no debate sobre "As tematicas transverssais São o Eixo Vertebrador do Sistema Educacional, Sua propria finalidade" do texto citado, gostaria de saber se você acha que pode ter alguma coisa a ver ou não? Caso não conheça a fonte peço que leia e busque entender, estou curssando essa materia e seria muito interessante achar algo pratico sobre.
ResponderExcluirVictor Corrêa Silva Montagnolli.
Gostaria de agradecer a indicação bibliográfica. Eu não conhecia, mas parece uma obra que pode enriquecer as minhas (nossas) reflexões. Obrigado.
ExcluirAlexandre Cruz Alves jr
Bom dia prof.Alexandre, muito pertinente a discussão. Todavia em relação ao assunto, afirmo que fico com um certo receio em findar este conteúdo em sala de aula, embora tenha gostado muito da relevância de seu texto. Como você mesmo diz em seu texto "Embora haja certo consenso em torno da importância de se tratar temáticas relativas à sexualidade nas escolas, a simples menção da palavra pornografia causa estranhamento, por se tratar de algo considerado proibido, sujo, lascivo, sem qualquer relação aparente com atividades educacionais". Levando em consideração o modo que a sociedade enxerga a pornografia, como você sugere iniciar discussões sobre este assunto no ambiente educacional? E em relação as séries, a partir de qual modalidade é aconselhável introduzir o assunto?
ResponderExcluirParabéns ótimo texto!
Att, Ronilson
Acredito que a abordagem se daria de forma mais proveitosa no Ensino Médio. O modo como a sociedade, grosso modo, pensa a pornografia (mas por outro lado consome seus produtos, tanto homens como mulheres), sugere que seria interessante abordar as diferentes acepções que o termo possuiu ao longo do tempo. Não estou defendendo a utilização de sexo explícito em sala, mas outros tipos de fontes, como charges, fotografias, matérias de revistas, etc.
ExcluirBom dia,
ResponderExcluirSou graduando em História e um dos projetos de PIBIC-EM no qual sou pesquisador colaborador aborda discussões de gênero através da figura de Maria Madalena e como ela pode ajudar em questões a respeito do feminismo. Achei bem interessante o tópico sobre criar relevância social para as revistas. Primeiramente gostaria de parabenizá-lo por esse trabalho inicial, me deixou curioso a buscar metodologias para essa nova linha de abordagem. Meu questionamento se refere ao cinema, outra plataforma que me é comum. Temos diversos filmes e séries de temática histórica que possuem conteúdo erótico em seu enredo ("300" e a série "ROME" por exemplo). Caberiam a essas cenas também serem analisadas pela proposta apresentada em sua pesquisa?
Atenciosamente
Vinicius Sales Barbosa
Olá Vinícius, tudo bem? Há uma diferença entre erotismo (visto como algo mais artístico) e pornografia (visto como algo sujo, pecaminoso, etc). O interessante é que esses "lugares" não são estáticos e variam ao longo do tempo. É um ótimo campo para abordar as questões de gênero. Como disse acima, o movimento feminista se divide acerca do tema, e por outro lado, mulheres também consomem "pornografia". Enfim, há muitas possibilidades de pesquisa e temáticas em sala de aula.
ExcluirAbraços.
Boa tarde!
ResponderExcluirAdorei o tema e a abordagem. É um assunto que deve deixar de se calar e entrar na pauta da discussão.
Creio que até o final do evento você receberá muitas participações por aqui.
Qual foi o documento mais antigo que você encontrou que aborda o assunto? Não o conceito, mas uma obra impressa.
Boa tarde!
ResponderExcluirPreciso refazer meu post devido à certificação.
Adorei o tema e a abordagem. É um assunto que deve deixar de se calar e entrar na pauta da discussão.
Creio que até o final do evento você receberá muitas participações por aqui.
Qual foi o documento mais antigo que você encontrou que aborda o assunto? Não o conceito, mas uma obra impressa.
Oi Murilo, um ótimo livro para vc conhecer toda a literatura sobre o tema é "A Invenção da Pornografia", organizado pela Lynn Hunt. É uma boa porta de entrada.
ExcluirAbs
Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior
Olá Alexandre. Muito instigante a discussão apresentada pelo seu texto, inclusive pelo tamanho do desafio apresentado pela proposta de trabalhar com o tema da história da pornografia na educação básica. A minha questão é a seguinte: como você vê a possibilidade de articulação da abordagem sobre a história da pornografia com o tempo presente? Lembro que quando trabalhava numa escola estadual que oferta o Ensino Médio Inovador, tratei numa disciplina voltada para a "Cultura Digital" de como a pornografia auxiliou ampliar os usos da internet. Só para citar um exemplo, na história da internet, boa parte dos serviços que utilizam, por exemplo, o pagamento com cartões de crédito, foi sendo aperfeiçoado dada a grande demanda advinda dos sites pornográficos, passando depois a serem utilizadas em outras formas de "transação" financeira, dessa vez mais comuns. Ou seja, por mais paradoxo que possa parecer para as visões moralistas, a pornografia tem auxiliado, inclusive, para uma própria expansão das possibilidades abertas pelas internet (assim como tem colaborado para diversas mazelas, evidentemente, como ocorre com as suas interconexões com a pedofilia). Nesse sentido, como, ao seu ver, para além da relação mais óbvia sobre a história da pornografia, podemos ao discutir esse tema, cumprir um dos objetivos do ensino de história, articular as relações entre o passado e o tempo presente, preparando nossos alunos para uma formação cidadã? Obrigado!
ResponderExcluirOlá Janailson, tudo bem? Vc trouxe para o debate um tema bem interessante. A verdade é que as pessoas consomem obras consideradas pornográficas, proibidas ou não. Nesse sentido, seria interessante debater como a ideia de setores marginais da sociedade não são tão marginais assim. Eu não conhecia esse debate sobre os cartões de crédito. Se vc me indicar alguma bibliografia, eu agradeceria.
ExcluirAbs,
Alexandre G da Cruz Alves Junior
Olá Alexandre. Seguem alguns links com rastros para mais informações:
Excluir1
https://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/11/09/a-pornografia-e-a-responsavel-pela-web-como-a-conhecemos-diz-escritor-canadense.htm
2
http://idgnow.com.br/internet/2009/01/07/conheca-12-razoes-pelas-quais-a-pornografia-tranformou-a-internet/
Olá
ResponderExcluirbela temática, principalmente no âmbito escolar, que justamente pela censura, merece uma atenção maior. Minha pergunta é se o estilo musical do Funk, que possui em dilemas semelhantes a analise histórica que você apresentou sobre a pornografia (seja a concepção de uma representação anti hegemônica, seja um reforço do patriarcado) pode ser conectado e contextualizado na sala de aula junto com essa discussão que foi proposta em seu texto. E se a ideia de pornografia e erotismo deveriam ser definidas na sala de aula (facilitando didaticamente), ou serem, pelo contrario, desconstruidas?
Ronny Costa Pereira
Eu acho que caberia o link com o Funk sim. Até porque as músicas com palavras e ideias mais explicitas são denominadas "proibidões", mas que na verdade tocam em todas as festas. Acho que seria importante discutir historicamente como esses conceitos foram sendo apropriados, mudando ao longo do tempo.
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Alexandre G da Cruz Alves Jr
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ResponderExcluirOlá, sua temática foi muito bem exposta mas creio que a nossa sociedade ainda não está preparada para esse tipo de discussão em sala de aula, os conceitos de pornografia que existem ainda hoje, especialmente com a banalização do sexo que vemos hoje em dia com certos estilos musicais e programas de televisão, geram ainda muito preconceito entre as famílias ditas tradicionais, a minha dúvida seria como apresentar essa temática em sala de aula, como começar a abordagem do tema em ambiente escolar?
ResponderExcluirAtt. Beatriz Prometi.
Olá Beatriz, tudo bem? Acho que em sala de aula é possível abordar justamente sinalizando como a ideia de "pornografia" é historicamente construída. Muitas obras que já forma censuradas, hoje são consideradas ok.
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Alexandre G da Cruz Alves Junior
Boa Tarde ALexandre. Achei muito interessante seu artigo e nos aponta uma luz no fim do túnel quanto a temática, que ainda é um tabu em sala de aula.
ResponderExcluirSou professor do Ensino Básico e por mais que no nosso planejamento (neste caso do sétimo e oitavo ano do fundamento, e segundo ano do ensino médio) a questão da sexualidade dos povos antigos seja trabalhada, ainda temos resistencia por parte dos pais.
Acredito que minha dúvida é semelhante ao de muitos colegas: como abordar esta temática e sala de aula?
Será que projetos de ações educativas trariam algum resultado? Já que, a que tudo indica, nosso trabalho em sala de aula parece sempre encontrar forças opositoras.
Obrigado
Renato Cèsar Ferreira
professores boa tarde. bom minha pergunta em relação ao tema e o seguinte, sabemos que a rede de computadores e um mundo sem fronteiras nao ha limite pro acesso, entao como devemos fazer ou direcionar nossos alunos a nao fazerem uso dessa pratica, mesmo sabendo que quando eles chegarem em casa, vao ignorar completamente o assunto e vao acessar a pagina que contem a pornografia?
ResponderExcluirOlá, Alexandre!
ResponderExcluirBem, não é um tema fácil de ser abordado. Parabéns pela coragem de trazê-lo!
Minha pergunta é bem simples, visto que o debate feito até o momento já tem sido bem elaborado e abordado por diversos ângulos.
Você fala sobre o trabalho de pintores. Que espaço haveria para as imagens nesse estudo sobre pornografia e ensino de história?
Abraços,
Cláudia Masiero.
Olá, Alexandre,
ResponderExcluirParabéns pelas provocacões e pela abordagem. Gostei em especial de você usar o conceito de conflito. O uso de fontes "tidas" como pornografia abre margens interessantes para de forma instigantes trabalhar com os educandos que a história é também um palco conflitivo: diversas fontes, diferentes interpretações, que são perpassadas do interesses em disputa. Me parace que sua abordagem aponta que a classificação como pornografia foi em alguns casos o caminho para desautorização de textos, ideias, obras...
A sexualidade e a corporeidade podem ser a porta para se debater diferentes visões de mundo em um mesmo momento histórico.
Sua pesquisa abre significativas possibilidades de investigação e ensino.
Gostaria que você discoresse mais sobre como você considera o lugar dos conflitos de interpretação dentro de sua abordagem de pesquisa e de sala de aula.
Fraternalmente,
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ResponderExcluirOlá, Alexandre. Boa noite, adorei seu texto nunca havia lido algo nessa temática, achei bem interessante. Diante do exposto, e trazendo para a realidade brasileira, como podemos relacionar o conservador brasileiro de hoje com o conservador norte-americano exposto no texto?
ResponderExcluirDione Pereira Barbosa
Achei interessante demais mesmo poucos tem coragem de encarar esse tema Parabéns ass. Solange Fragoso
ResponderExcluirObrigado Solange!
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Alexandre G da Cruz Alves Junior
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ResponderExcluirOlá, Alexandre. Parabéns pelo seu texto, ele traz questões muito pertinentes sobre a questão da moral e história. Tenho duas questões: Você conhece os livros da História da Sexualidade de Michel Foucault? O que você pensa sobre a possibilidade de relacionar o moralismo de nossa sociedade atual (que vê a pornografia como um problema social) e a relação com a sexualidade que os gregos antigos tinham?
ResponderExcluirObrigado
GABRIEL PASSOLD
Primeiramente obrigado pelo execelente trabalho de pesquisa. Tenho que confessar que quando olhei o tema, me causou espanto e curiosidade. Porém, vejo um intuito ótimo, e fiquei imaginando como se desenvolveria a dinamica do seu trabalho. A minha pergunta é em relação a essas práticas nas quais colocamos como tabú, mas que estão inseridas na nossa sociedade de uma forma bem ampla. Eu li pesquisas recentes a respeito da industria pornográfica e os numeros de admiradores é enorme. Imaginei que seu trabalho vai nessa linha de descontrução desse dito "proibido" e almeja torna-lo funcional, reflexivo... você acredita que seu trabalho pode desencadear novas discussões ou nem mesmo o ambiente acadêmico consegue ir afundo, diante de tantas restrições morais? Obrigado
ResponderExcluirJohn Lennon Lima e Silva
Olá, Alexandre, gostei bastante do viés histórico que você apresentou no trabalho a respeito da pornografia. Minha pergunta remete ao cenário mais nacional, gosto bastante de alguns trabalhos do Nelson Rodrigues, nao estou necessariamente taxando-os como pornográfico, depende do ponto que se analisa, pois bem, na sua opinião seria interessante analisar esses trabalhos e contextualiza-los em sala de aula, seja em uma disciplina ou mesmo num debate sobre sexualidade, levando em conta a faixa etária dos estudantes? Se sim, de que forma? Obrigada!
ResponderExcluirÁdila Vital
Em uma sociedade onde há um intenso apelo pornográfico com o crescimento desordenado de redes sociais, portanto de fácil acesso aos adolescentes e jovens, como retratar tal tema em sala de aula com o intuito de fazer eles entenderem tal assunto de forma científica e não vulgar como eles vêem no dia a dia?
ResponderExcluirFlaviane Vanessa de Souza Fonseca
Boa noite,
ResponderExcluirNo dia de hoje o Ministério da Educação apresentou a versão final da Base Nacional Comum Curricular. Este documento será referência para a elaboração dos currículos escolares. Ele determina, entre outras coisas, a não obrigatoriedade de se trabalhar em sala de aula questões em torno dos debates de gênero. Acha que essa decisão pode de alguma forma atrapalhar também discussões como a proposta em seu texto?
Natalirio Cleto Cardoso Junior
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ResponderExcluirAchei bem interessante suas colocações, inclusive nos comentários abaixo do artigo quando cita que devemos selecionar fontes que abordem essa temática, até mesmo porque, existem livros belíssimos tidos como pornográficos, mas que na verdade são apenas mal interpretados pelos críticos de sua época. Trazer tais livros a luz de nosso tempo seria lhes dá uma nova chance de serem realmente apreciados além de poderem ser reavaliados.
ResponderExcluirAlexandre Antonio Cavalcante de Souza
A pornografia precisa ser entendida como uma ação humana que se estabeleceu e foi difundida pelo processo de socialização, desde modo ela pode ser pensada como objeto histórico. Contudo percebe-se que essa prerrogativa é tida como marginalizada e é apresentada como um tabu da sociedade. Minha inquietação seria como romper com essa visão que usualmente está presente no meio acadêmico
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