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Alcimara Foetsch; Mário Deina

ENSINO DE HISTÓRIA E O PATRIMÔNIO IMATERIAL: O MONGE JOÃO MARIA EM SÃO MATEUS DO SUL/PR – CRUZES, MEMÓRIAS, ÁGUAS SANTAS E CEMITÉRIOS DE ANJOS
Alcimara Aparecida Föetsch
Prof. Adj. Geografia UNESPAR
Mário Sérgio Deina
Prof. Mnt. História UNICENTRO

A História enquanto disciplina escolar é entendida, nesta proposição de reflexão, como instrumento provocador e instigador de profundas análises sociais, notadamente culturais. Neste sentido, o ambiente criado na escola permite um espaço ímpar de diálogo, descoberta, discussão e aprendizagem, onde problematizar o lugar de vivência e de pertencimento serve de motivação e suporte ao desenvolvimento de uma consciência histórica de valorização, respeito e preservação – trata-se do “se sentir parte”, do “ser integrante”. Neste sentido, se a problematização partir dos lugares vividos diariamente, carregados de simbolismo, pode impulsionar a dinâmica ensino/aprendizagem a partir da história local. Esta última é compreendida por Goubert (1992) como aquela que se refere a pequenos espaços, ou seja, “uma área geográfica que não seja maior do que a unidade provincial comum” (p. 70), ou ainda, entendida como uma porção do espaço – espaço, neste caso, dotado de identidade cultural (HALL, 2005).
A história local se apresenta, assim, com um novo significado, destacando-se por ser autêntica e fundamentada, onde os espaços são transformados em lugares a partir das experiências vivenciadas, preenchidas de sentimentos, sensações, emoções e memórias individuais ou coletivas que os tornam “um recortado emocionalmente, nas experiências cotidianas” (MELLO, 1990, p.102). A vila, a comunidade, os locais de lazer e peregrinação emergem, dessa forma, como cenários supramateriais carregados de simbolismo e devoção. Ao se trabalhar o contexto local é possível estabelecer relação com acontecimentos mais abrangentes e espaços mais distantes, percebendo as interligações, tendo em vista que as regiões estão igualmente relacionadas com o nacional, o latino-americano e o mundial (SCHMIDT e CAINELLI, 2009, p. 138). No mesmo raciocínio, Barros (2004) destaca que compreender essas porções do espaço torna possível compará-los com outros espaços similares em um universo maior. Sendo assim, história local pode, dentre outros olhares, evidenciar a preocupação com a valorização do patrimônio cultural dos lugares. E é justamente neste sentido que aqui se propõe pensar uma relação entre o Ensino de História e a valorização do patrimônio cultural, neste caso, imaterial, dos lugares.
O patrimônio cultural divide-se em bens materiais e imateriais (PELEGRINI e FUNARI, 2009, p. 27). Este último, o patrimônio imaterial, não se trata de um mero objeto e perceber sua significação só é possível de forma fluída, compreendendo-a como processo, como referência a partir de sua espacialidade e temporalidade. São os ditos “bens culturais intangíveis” que, apesar de impossíveis ao toque, se evidenciam nas tradições, expressões, práticas e rituais, dada sua beleza, vitalidade e valoração. Declarações, convenções, recomendações, cartas patrimoniais entre outros documentos, buscam, ao longo do tempo, reconhecer, conceituar, atestar a importância e fornecer instrumentos normativos para salvaguardar o patrimônio da humanidade. No Brasil, a inclusão dos Artigos nº 215 e nº 216 na Constituição Federal é o que, de fato, garante o pleno exercício dos direitos culturais, sendo dever do Estado proteger tais manifestações. Dessa forma, ficou estabelecido que constituem o patrimônio cultural brasileiro tanto os bens de natureza material quanto os bens de natureza imaterial, em especial, as formas de expressão, de viver e os espaços destinados às manifestações culturais (BRASIL, 1988, Art. nº 216).
Neste contexto, propõe-se dialogar sobre a forma com que o patrimônio imaterial pode contribuir no Ensino de História e como recorte espacial de análise, utiliza-se o município paranaense de São Mateus do Sul e sua forte relação com o Monge João Maria. Muito se fala e se ouve na região Sul do Brasil sobre esta figura mítica peregrina, os escritos vão desde poemas, músicas, dramatizações, relatos, contos e teorias sobre sua vida, passagens e desaparecimento. Na crença popular são predições, devoções, pregações, memórias e histórias de fé. Na paisagem são cruzes, árvores brotadas, olhos d´água, cemitério de anjos e lugares de peregrinação. Pregador de um catolicismo rústico, o Monge cultuava a natureza e defendia o amor ao próximo. Conhecedor profundo dos poderes da homeopatia, receitava chás e infusões que tratavam a população carente e distante da medicina. Andarilho viajante, levava e trazia informações sobre o mundo distante fortalecendo a crença em suas visões abençoadas. Conhecedor da Bíblia e de Deus, arrebanhava fiéis seguidores crentes em suas palavras de Salvação. E assim, durante décadas em São Mateus do Sul, foi se construindo a crença e fortalecendo a fé em São João Maria, não mais Monge peregrino, agora Santo dos altares. Um Santo que foi visto, ouvido e tocado por avós, pais, familiares e amigos, uma figura do povo ao alcance de todos. Multiplicam-se as histórias contadas que evidenciam a importância desse personagem no município, apesar de muito ter se perdido com o tempo, as memórias ainda estão na lembrança de quem as reconta com um sentimento de devoção único, singular e marcante. Quase é possível ver, através dos olhos de quem conta, a imagem nunca por estes vista, mas que é tão sagrada quanto a fé que a alimenta. Impossível mapear todos os lugares de passagem, pousio, peregrinação e pregação do Monge, muitos já se perderam com o tempo, sobretudo, com o avanço do desmatamento, da agricultura e da urbanização. Somam-se a isso as memórias perdidas que eram vivas somente na recordação dos que já faleceram ou não deram conta de transmiti-las. As marcas no espaço são o patrimônio material, edificado e construído como local de devoção; as memórias são o patrimônio imaterial criado e alimentado para dar suporte à crença.
A junção destes, materialidade e imaterialidade, é o que dá alma aos lugares tornando-os espaços de práticas individuais e coletivas carregadas de simbolismo e significado. Fato é que com o tempo os lugares associados ao Monge no município pesquisado foram formando um verdadeiro mapa da cultura popular, uma cartografia mística dos lugares da memória. Essas lembranças, cultos e referências fazem parte do cotidiano do município de São Mateus do Sul e podem se apresentar como uma importante ferramenta no Ensino de História, a partir da história local. Nas palavras de Bittencourt (2004), o professor, ao recorrer a vestígios e fontes históricas nas aulas de História favorecendo o pensamento e desenvolvendo a autonomia intelectual permite que o aluno realize análises críticas da sociedade e de seus lugares de vivência. Muitos desses alunos conhecem as crenças e os lugares associados ao Monge e utilizar dessas referências pode se apresentar como um interessante recurso didático para se problematizar o tempo e o espaço, apontando vários outros elementos, fatos e acontecimentos que contribuíram para a formação sócioespacial do município e da região. Destacando que, neste sentido, o “patrimônio, antes restrito ao excepcional, aproximou-se, cada vez mais, das ações quotidianas, em sua imensa e riquíssima heterogeneidade” (PELEGRINI e FUNARI, 2009, p. 30). Acrescentando que, segundo Brodbeck (2012), conhecer o aluno e suas experiências é fundamental para o bom encaminhamento das aulas, pois permite ao professor viabilizar, socializar e sistematizar esses conhecimentos, em processo de construção coletiva, levando o aluno a elaboração e ao domínio de conceitos que irão se formando, se ampliando e ganhando novos significados, numa relação dinâmica com outros conceitos e processos históricos (p.18). E assim, o Ensino de História pode, partindo dos lugares de vivência da história local, utilizar da mística, do simbolismo e das crenças uma vez que a proteção deste patrimônio “está diretamente vinculada à melhoria da qualidade de vida da população, pois a preservação das memórias e das identidades é uma demanda social tão importante quanto qualquer outra” (PELEGRINI, 2009, p. 32).

Referências Bibliográficas
BARROS, J. D'A. O campo da História: especialidades e abordagens. Petrópolis, RJ: Ed Vozes, 2004.
BITTENCOURT, M. C. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.
BRODBECK, M. de S. L. Vivenciando a História- Metodologia do Ensino de História. Anos Finais do Ensino Fundamental Regular. Curitiba: Base Editorial, 1ªed, 2012.
GOUBERT, P. História Local. In: História e Perspectivas. Uberlândia, nº 6 (p. 45-47), Jan/Jun, 1992.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz da Silva, Guacira Lopes Louro. 10 ed. Rio de Janeiro; DP & A, 2005.
MELLO, J. B. F. de. Geografia Humanística: A perspectiva da experiência vivida e uma crítica radical ao Positivismo. In: Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro, (p. 91-116), 1990.
PELEGRINI, S. C. A.; FUNARI, P. P. A. O que é patrimônio cultural imaterial. São Paulo: Brasiliense, 2008. (Coleção: Primeiros Passos, nº. 331).
PELEGRINI, S. C. A. Patrimônio cultural: consciência e preservação. São Paulo: Brasiliense, 2009.
SCHMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar História. Ed Scipione, São Paulo, 2009.

23 comentários:

  1. Olá, boa tarde! Parabéns pelo texto, seguem abaixo algumas dúvidas:
    - A proposta de que trata o artigo foi aplicada com os estudantes, se sim como foi a recepção deles, foi possível perceber se essas histórias e seus significados continuam sendo reproduzidos dos moradores mais antigos aos mais novos?
    - O patrimônio identificado/apontado foi mapeado?
    - Em que medida esse patrimônio se relaciona com outros patrimônios de São Mateus do Sul, existe essa relação?
    Obrigada
    Att,
    Simone Koniski Guimarães

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    1. Querida Simone, muito grata por sua contribuição! Esta proposta está vinculada a um projeto desenvolvido pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul (IHGSMS) e está em fase de catalogação e descrição dos lugares. Ela ainda não foi aplicada em sala de aula, com estudantes - é um dos passos futuros. O mapeamento de grande parte dos lugares já aconteceu, identificamos, catalogamos e marcamos os pontos com GPS de mais de 40 espaços sagrados associados ao Monge João Maria, só neste município - continuamos encontrando mais! Existe sim uma relação entre os "lugares" do Monge e os demais patrimônios imateriais (é o nosso foco), sobretudo nas memórias e religiosidade, estamos preparando artigos em específico sobre isso. Se puder, deixe seu contato de e-mail e vamos trocando ideias. Muito grata por sua atenção, curiosidade e questionamentos. Visite nossa página no facebook, lá tem mais informações e um vídeo de nossa trajetória de campo, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps

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    2. Mário Deina: Resposta
      Boa noite Simone: Obrigado por sua contribuição. A proposta ainda não foi aplicada de forma sistemática em sala de aula. Tenho feito algumas inserções superficiais referentes ao tema em minhas aulas regulares no ensino médio. Porém realizamos uma experiência interessante: convidamos dois alunos do ensino médio para acompanharem por um dia nossas atividades de pesquisa de campo. Foi muito interessante. A reação deles foi muito positiva, despertando interesse em aprender como se desenvolve uma pesquisa. Conforme relatado pela professora Alcimara, nossa proposta está vinculada a um projeto de pesquisa do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul (te convido para acessar nossa página no Facebook e conhecer mais). Assim sendo, mais de quarenta "lugares sagrados" ligados ao monge (s) João Maria (somente dentro do município de São mateus do Sul) foram identificados, localizados, visitados e mapeados por GPS. Esse patrimônio material se relaciona diretamente com o patrimônio imaterial no sentido de que remete à questões de fé e religiosidade, hábitos e costumes, tradições, lendas, causos, etc. Obrigado pela sua participação. Acesse o link indicado pela professora Alcimara.

      Prof. Mário Sérgio Deina
      Mestrando em História e Regiões/UNICENTRO

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  2. Bastante oportuno sua reflexão. Gostaria de saber quais são as aplicações didáticas, enquanto práticas pedagógicas, além das visitas a museus e pontos "históricos" das cidades, quais seriam essas práticas formativas?

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    1. Bom dia Cleveton, muito grata por sua participação e contribuição! Partimos do princípio de que a História Local pode, evidentemente, despertar a curiosidade para uma aprendizagem histórica mais eficaz e atuante - sobretudo, se associada a uma vivência particular. Sendo assim, a proposta consiste na identificação e catalogação dos lugares sagrados associados ao Monge no sentido justamente de buscar desenvolver práticas formativas mais aplicáveis ao contexto local. O projeto, vinculado ao Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul ainda está em fase reconhecimento dos espaços, entretanto, algumas aplicações didáticas já podem ser apontadas e vislumbradas, em especial, acerca da religiosidade. Como propomos pensar o patrimônio imaterial do sagrado, as práticas devem contemplar também as histórias orais, memórias individuais/coletivas, fotografias, lendas/crenças, e, logicamente, a fé comum a muitos dos estudantes uma vez que polvilham-se esses espaços pela totalidade territorial do município. Convido-te a ver nosso vídeo de atividades de campo, pedindo também que deixe seu contato para que possamos continuar dialogando. Grande abraço,
      https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps

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    2. Mário Deina: resposta
      Prezado Cleverton: Obrigado pela visita ao nosso trabalho e pela contribuição. Conforme respondido pela professora Alcimara, nosso trabalho está vinculado a uma pesquisa desenvolvida no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul (acesse nossa página no Facebook para saber mais). O conhecimento auferido na pesquisa poderá se traduzir em sala de aula na forma de aulas expositivas, debates, seminários escolares, exibição de fotos e vídeos e produção de textos. Até o presente momento ainda não fizemos utilização sistemática em sala de aula pois a pesquisa está em andamento ainda, tendo sido até o momento identificados, localizados, visitados e mapeados com GPS mais de quarenta lugares sagrados ligados ao monge João Maria. Porém fizemos uma experiência interessante: convidamos dois alunos do ensino médio para acompanharem um dia de pesquisa de campo em nossa companhia. O resultado foi muito positivo, despertando neles interesse em conhecer mais a respeito das passagens de "São João Maria" por São Mateus do Sul e também interesse em aprender métodos de pesquisa. Sugiro que acesse o link indicado pela professora Alcimara e conheça um pouco do que está sendo nosso trabalho.

      Prof. Mário Sérgio Deina
      Mestrando em História e Regiões/UNICENTRO

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  3. Elaine Cristine Luz Santos de Moura5 de abril de 2017 às 05:34

    Primeiramente gostaria de parabenizá-los pela pesquisa, acredito que esse estudo seja muito pertinente e ainda pouco estudado. Pretendo fazer mestrado relacionado a cultura material, por isso a minha dúvida é referente aos empecilhos durante a pesquisa. Quais foram as principais dificuldades encontradas durante a elaboração do trabalho?
    Desde já agradeço a resposta!

    Cordialmente,
    Elaine Cristine Luz Santos de Moura

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    1. Mário Deina: resposta
      Prezada Elaine: Obrigado pela sua visita ao nosso trabalho e pela sua participação. As dificuldades são as mais variadas. Conforme respondido pela professora Alcimara, nosso trabalho está vinculado a uma pesquisa desenvolvida no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul (acesse nossa página no Facebook para saber mais), uma organização da sociedade civil que se mantém apenas com contribuições mensais de seus associados. Então essa é a primeira dificuldade: a falta de aporte financeiro para desenvolvimento da pesquisa. A essa, somam-se outras dificuldades, uma vez que o trabalho é feito de forma voluntária, de modo que é feito quando há disponibilidade de tempo. Outro problema diz respeito ás distâncias, pois São Mateus do Sul possui uma extensão territorial de mais de mil e trezentos quilômetros quadrados e uma malha viária de mais de quatro mil quilômetros de estradas rurais, entre arteriais, secundárias e locais. Em várias visitas de campo a cada um dos locais identificados e mapeados com GPS já percorremos cerca de setecentos quilômetros pelo interior do município. Como pode ver, as dificuldades são grandes, mas os resultados são fantásticos e nos animam a continuar e aprofundar cada vez mais a pesquisa. Fico feliz que você esteja se preparando para cursar mestrado na área de cultura. Tenho certeza pelo interesse demonstrado, que terá êxito em sua jornada. Sugiro ainda que acesse o link indicado pela professora Alcimara e conheça um pouco do trabalho que estamos realizando. Um abraço.

      Prof. Mário Sérgio Deina
      Mestrando em História e Regiões/UNICENTRO

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  4. Bom dia Elaine, muito grata por sua contribuição e questionamento! Estamos realmente muito surpresos com os resultados da pesquisa, respeitadas as proporções de parcialidade acadêmica/científica, nos envolvemos muito em função do que encontramos em campo. A cultura material, palpável, visível é algo instigante, com certeza, seu mestrado será muito rico! No nosso caso, como tendemos a um aspecto intangível, as coisas se dificultam um pouco, embora com resultados fantásticos. As dificuldades encontradas são significativas e associadas, em sua maior parte, ao nosso tempo e recurso disponíveis, uma vez que o trabalho é voluntário e sem aporte financeiro. É também complicado desvincular os relatos orais reais dos fictícios - comuns nas entrevistas e coletas de depoimentos. Trata-se de um município espacialmente grande, o que exite programação e mobilidade para resgatar esses espaços. Porém, gostaria de te dizer que tudo vale a pena quando encontramos algo desafiador, encantador e que justifica nossa paixão pela pesquisa. Espero que em seu mestrado isso aconteça com você! Acompanhe nosso vídeo de campo e nos deixe seu email para continuarmos conversando! Grande abraço,
    https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps

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    1. Elaine Cristine Luz Santos de Moura7 de abril de 2017 às 15:49

      Muito obrigada pela resposta, não tinha me atentado que a pesquisa sobre a cultura imaterial é mais complexa. Também espero que possamos dialogar melhor futuramente! elainecristineluz@gmail.com
      Já estou seguindo o canal de vocês! Desejo muito sucesso!

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    2. Mário Deina: resposta
      Boa noite Elaine. Ficamos felizes com seu interesse pelo nosso trabalho e pela pesquisa com fontes imateriais. Realmente não é tão simples quanto parece. Há um rigor científico que precisa ser observado para que se obtenha o resultado mais próximo da verdade possível. Obrigado por seguir nosso canal no Facebook. As novidades de todas as pesquisas e atividades do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul são sempre postadas lá. Seja bem vinda. Só peço que me informe se possível de onde você é se é estudante ou professora ou nenhuma das duas alternativas. Obrigado
      Prof. Mário Sérgio Deina
      Mestrando em História/UNICENTRO

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  5. Caros participantes!
    Convidamos todos para curtir a página do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul no Facebook. Este trabalho está vinculado ao Instituto. Se tiverem interesse, assistam também o vídeo de parte dos registros de campo dessa atividade em: https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps
    Grande abraço a todos!

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  6. Olá. Primeiramente parabéns pelo tema do artigo. O monge João Maria é muito difundido no Brasil meridional. A minha pergunta é sobre a preservação destes lugares de memória, cemitérios, fontes de água, cruzes atribuídos ao monge João Maria, qual a situação destes lugares atualmente, estão sob guarda de algum órgão municipal ou projeto de governo? Obrigado.

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    1. Mário Deina: resposta
      Prezado professor Fabian: obrigado pela visita ao nosso trabalho e pela sua contribuição. Nosso trabalho está vinculado a uma pesquisa desenvolvida no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul (acesse nossa página no Facebook para saber mais). É o ponto de partida dentro dessa temática. Os locais sagrados (mais de quarenta dentro do município de São Mateus do Sul)somente agora foram identificados, localizados, visitados e mapeados por GPS. O poder público desconhece quase que integralmente a existência desses locais, bem como sua importância histórica, de modo que nenhum deles está sob proteção legal, seja dos órgãos municipais, estaduais e federais. Nossa pesquisa de certo modo é o marco zero dos estudos a respeito de "São João Maria" em São Mateus do Sul e a partir dela o IHG/SMS pretende iniciar gestões junto ao poder público para o desenvolvimento de mecanismos de proteção, preservação e revitalização dos locais sagrados ligados ao monge João Maria. O que estamos apresentando aqui são apenas as informações iniciais de um projeto que vai aprofundar bastante ainda as pesquisas históricas sobre esse mítico personagem e suas aparições em São Mateus do Sul, bem como procurar desenvolver em parceria com os órgãos governamentais de todas as esferas, outros projetos visando a preservação e manutenção desses locais.

      Prof. Mário Sérgio Deina
      Mestrando em História e Regiões/UNICENTRO

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    2. Professor Fabian, muito grata por sua contribuição e atenção ao nosso trabalho! Como o professor Mário Deina respondeu acima, são lugares até então desconhecidos pela maioria das pessoas e pelo poder público municipal, acesos apenas na memória e na fé dos que os frequentam. Alguns estão mais conservados e outros completamente abandonados. Fizemos um vídeo mostrando a situação da maioria deles, por gentileza, acesse e pelas fotos poderá verificar como se encontram (https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps). Infelizmente não há nenhum projeto de salvaguarda desse patrimônio cultural material/imaterial, mas queremos trabalhar para isso, sobretudo, em âmbito municipal. Grande abraço.

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  7. Outra questão. Existe algum material publicado ou de divulgação sobre a presença do monge em São Mateus do Sul (PR)? Obrigado.

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    1. Mário Deina: resposta
      Caro professor Fabian: Como relatei em minha resposta anterior, nosso trabalho é o ponto de partida dessa temática no que se refere ao município de São Mateus do Sul. Assim sendo, não há nenhum material publicado a respeito e nem tampouco qualquer material de divulgação, uma vez que só agora é que a presença do monge em São Mateus do Sul começa a ganhar visibilidade através da nossa pesquisa. Nos desdobramentos da pesquisa está prevista a publicação de livros, mapas, vídeos e até materiais didáticos para uso escolar. Estamos entusiasmados e confiantes no nosso trabalho e na capacidade catalizadora do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus. Se quiser conhecer um pouco do nosso trabalho, acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps e veja um breve resumo do nosso trabalho de campo.

      Prof. Mário Sérgio Deina
      Mestrando em História e Regiões/UNICENTRO

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    2. Prof. Fabian, o que existe são pequenos relatos em fontes bibliográficas e textos digitais, entretanto, sem qualquer tipo de metodologia, estudo e/ou aprofundamento. Esperamos, em breve, poder publicar os registros dos lugares, como ponto de partida, para, em seguida, pensar novos caminhos atrelados aos lugares sagrados do Monge no município. Grande abraço.

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    3. Agradeço pela resposta e desejo sucesso neste importante projeto. Abraço.

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    4. Nós é que agradecemos sua visita e sua intervenção. Um abraço.
      Prof. Mário Sérgio Deina

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  8. Bom dia! Gostaria de parabenizar pelo texto, trazer para sala de aula elementos da história local é sempre algo inovador para os alunos, pois dá a eles a possibilidade de um rico diálogo. Como dica já realizei uma aula de campo no cemitério e tive como objetivos explicar o processo de mumificação e a condição social dos povos. O conteúdo foi o Egito.
    Jumara Carla Azevedo Ramos Carvalho

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    1. Querida Jumara! Obrigada pelo apoio e contribuição. Tens toda razão em seu argumento, a história local e seus elementos formam uma excelente base para qualquer conteúdo. No nosso caso, os espaços sagrados do Monge: águas santas, cruzes e cemitérios de anjos, aguçam a curiosidade contribuindo para incitar as reflexões e o diálogo. Assim como o cemitério que mencionas, são espaços onde a fé intangível se mescla à paisagem e permite um passeio rico e promissor pela História Local e, consequentemente, se bem aproveitado, pela História Regional/Nacional. Grata por sua participação em nosso debate. Grande Abraço.

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    2. Mário Deina: resposta
      Prezada Jumara: Obrigado pela visita ao nosso trabalho e pela sua reflexão a respeito do ensino de história local. Concordo com você de que a história local é um tema inovador, especialmente no ensino fundamental e médio, já que a grade curricular, baseada nos PCNs e DCE/PR não contempla esse tipo de conteúdo. Porém, pela minha experiência no ensino de história no nível médio, tenho feito inserções de temas locais em conteúdos mais amplos e o resultado é sempre muito bom, pois desperta o interesse dos alunos por estarem tratando de fatos ocorridos no lugar onde nasceram. No caso do nosso projeto de pesquisa, que é desenvolvido no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul (acesse nossa página no Facebook para conhecer melhor nosso trabalho), tenho feito inserções informais ao longo de minhas aulas, falando do monge João Maria e de seus lugares em São Mateus do Sul; das cruzes, fontes de água santa e dos impressionantes cemitérios de anjos. Fizemos uma experiência interessante também, convidando dois alunos do ensino médio para acompanharem por um dia nossas pesquisas de campo e eles ficaram muito interessados pelo tema e pela metodolgia utilizada pela pesquisa. Veja um resumo do nosso trabalho no link https://www.youtube.com/watch?v=UBETXyqfrps .

      Prof. Mário Sergio Deina
      Mestrando em História e Regiões/UNICENTRO

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